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Sábado, Abril 20, 2024

37º Festival Internacional de Cinema do Porto – FANTASPORTO

José M. Bastos
José M. Bastos
Crítico de cinema

Desde 24 de Fevereiro e até ao dia 5 de Março decorre no Porto mais uma edição deste histórico certame que tem no cinema fantástico e de terror o seu foco principal. Antes disso decorreu, com início no dia 20, aquilo que a organização designou por “Pré-Fantas”.

Sessão de abertura

A Idade das Sombras, de Kim Jee-woon foi o filme exibido na sessão de abertura que teve lugfar na noite da passada sexta feira no RIVOLI, no Grande Auditório Manoel de Oliveira. O cineasta sul-coreano, autor do celebrado “I Saw the Devil” / Eu vi o Diabo e já premiado no Porto com “A Tale Of Two Sisters” / História de Duas Irmãs”, trouxe-nos desta vez uma história situada nos anos 20 do século passado, altura em que o seu país estava anexado pelo Império do Japão. O filme, exibido em Veneza e Toronto, é um drama de acção e aventura que narra uma história que opõe a resistência sul-coreana e os ocupantes japoneses.

Cinema oriental

Outro filme sul-coreano será um dos pontos fortes da programação deste domingo. Trata-se de “The Net” / A Rede de Kim ki Duk, nome cimeiro do cinema daquele país asiático. O autor de “The Isle”, “The Bow” e “Pietá” conta neste trabalho, que esteve integrado na Selecção Oficial de Veneza, o drama de um pescador norte-coreano que, depois de o seu barco perder o motor num acidente, acaba na Coreia do Sul.

Pontos fortes do programa


O cinema oriental marca, de resto, uma importante presença nesta edição do FANTASPORTO em que serão exibidos cerca de 130 filmes de 35 países. Com efeito, para além de vários filmes daquela parte do mundo constarem da lista dos trabalhos em competição, uma mostra do cinema de acção de Taiwan será um dos pontos fortes do programa. Outro será a retrospectiva do cinema de terror da Argentina.

Grandes temas dos nossos dias estarão em foco na Semana dos Realizadores, com filmes que abordam por formas diversa os graves conflitos espalhados pelo mundo e as crises sociais e humanas a eles associados. A guerra, o racismo, a intolerância religiosa ou cultural e a crise económica são plasmadas num conjunto de títulos como “Bloodlands” filme australiano-albanês de Steven Kastrissios, “The Citizen” do húngaro Roland Vranik, “Sins of the Flesh” do egípcio Khaled el Agarilme ou “Lines” do grego Vassilis Mazomenos.

Cinema lusófono

O cinema português e lusófono também está representado no programa. O grande destaque vai para um filme que já foi exibido na tarde de ontem: “A Ilha dos Cães”, coprodução luso-angolana realizada pelo português Jorge António, uma abordagem da escravatura em Angola, que foi o último trabalho de Nicolau Breyner para cinema. De referir também a exibição de “A Floresta das Almas Perdidas\\\” de José Pedro Lopes,   \\\”Comboio de Sal e Açúcar\\\”, filme luso-moçambicano de Licínio Azevedo, “O Segredo das Pedras Vivas” de António Macedo  e o brasileiro “A Repartição do Tempo” de Santiago Dellape .


Prémio de Carreira


O cineasta holandês Ate de Jong será o homenageado do 37º FANTASPORTO que lhe vai atribuir o Prémio de Carreira. O seu celebrado “Drop Dead Fred” (1991) bem como o recente filme “Love is Thraker than Water”, vão ser exibidos no Festival.

Finalmente uma menção a uma área de grande  importância no certame: a participação de algumas dezenas de filmes de jovens estudantes da Escola Artística Soares dos Reis, das Universidades do Minho, de Trás-os-Montes e Alto Douro e Lusófona de Lisboa, do Politécnico do Porto, da ESAD de Leiria e da ETIC de Lisboa.

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