Um recente estudo científico indica que os participantes que tinham acabado de procurar informações online acreditavam ter muito mais conhecimento sobre o assunto que aqueles que o fizeram por modos tradicionais.
Refiro-me a ler um livro sobre o assunto pesquisado ou conversar com um mentor sobre esse mesmo tema. Os internautas também acreditavam que suas mentes eram mais lúcidas que a média.
O professor de psicologia Frank Keil, da Universidade de Yale nos EUA, afirmou que o este estudo mostrou, ainda, que os supostos efeitos cognitivos da internet nesta amostra de “pesquisadores” eram tão poderosos que eles se sentiam mais inteligentes e conhecedores do que eram, de facto, isto pouco depois de concluir a sua busca.
Espantosamente, o efeito manifestou-se mesmo quando as suas pesquisas online não resultaram em informação útil.
O fácil acesso à informação – de qualidade ou não – dá excesso de confiança, proporcionando a falsa sensação que qualquer um se pode transformar, em breve minutos, num intelectual, num cientista ou num jornalista…
Tiveram, ainda, a ilusão que partilhar uma opinião é equivalente a ter profundidade de conhecimento, originalidade ou lucidez de pensamento.
Assim, facilmente compreenderemos que as plataformas de media social, como o Facebook, supostamente ofereçam um meio de autopromoção, pseudo-intelectualismo ou, mesmo, intelectualismo-roubado.
Daqui resulta uma espécie de idiotas-intelectuais. Falo daqueles que concentram em si mesmo uma idiotice que lhes advém do convencimento de uma certa ilustração que lhe chega por via do que aprendem online, colocando tudo em causa…
Na era da pós-verdade, como será possível ás comunidades e organizações tomar decisões mais inteligentes se estiverem mal informadas? E, para que servirá uma sociedade cada vez mais distraída e polarizada?
Os grandes dilemas entre as responsabilidades diárias, o dilúvio de e-mails e os constantes estímulos electrónicos,…, ante este tempo de desinformação, obriga-nos a repensar a importância do pouco que nos faz sentir, ainda, autónomos, questionando ativamente o que aprendemos com tudo isso.