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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Atentados terroristas iranianos em preparação na França e na Alemanha

Paulo Casaca, em Bruxelas
Paulo Casaca, em Bruxelas
Foi deputado no Parlamento Europeu de 1999 a 2009, na Assembleia da República em 1992-1993 e na Assembleia Regional dos Açores em 1990-1991. Foi professor convidado no ISEG 1995-1996, bem como no ISCAL. É autor de alguns livros em economia e relações internacionais.

Não fora um comunicado do ‘Conselho Nacional da Resistência Iraniana’ e o destaque da imprensa paquistanesa (de onde o condenado pela justiça alemã Syed Mustafa é natural) o breve despacho da agência noticiosa alemã não teria tido qualquer eco na opinião pública europeia.

E no entanto, trata-se do mais significativo atentado terrorista desmontado nos últimos tempos, pelo facto de ter sido encomendado pelas autoridades iranianas, pelo facto de ter alvos precisos de políticos e intelectuais europeus que se opõem à teocracia e por se inscreverem num cenário de guerra.

A história é relativamente simples. Um paquistanês foi apanhado com centenas de fotografias e vídeos das rotinas diárias de duas personalidades: Reinhold Robbe, antigo parlamentar socialista alemão próximo de Israel, e um professor de economia em Paris, de etnia judaica, cuja identidade foi mantida secreta.

Colocado sob vigilância nas suas viagens a Teerão, seus recebimentos bancários e comunicações, as autoridades alemãs concluíram que se tratava do trabalho de preparação pelos guardas revolucionários iranianos de novos atentados na Europa. Posto isto, ele foi preso, acusado, julgado e condenado. No julgamento em que foi condenado, terminado a 27 de Março, Syed Mustafa não disse uma única palavra.

A diferença entre este atentado e aqueles que têm sido perpetrados pelo outro ‘Estado Islâmico’ (o do ISIS) é que estes são mais profissionais e potencialmente mais letais, fazem parte de uma estratégia política de intimidação, de suborno e de infiltração das elites políticas, da imprensa e dos negócios ocidentais e representam um perigo estratégico inequívoco.

O que será necessário para que as instâncias europeias acordem? Ou estão a pensar em novamente negociar o fim dos ataques terroristas iranianos a troco de mais anti-Semitismo, colaboração com a repressão do povo iraniano e fazer de conta que não reparam na agressão exterior iraniana?

Como é possível que esta condenação seja silenciada desta forma?

 

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