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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Há bloggers com sorte

Carlos Narciso
Carlos Narciso
Jornalista

trafico-influencias

Enfim, isto não passa de mais um pequeno episódio do drama político nacional e não percebo tanta excitação, afinal de contas o blogger que hoje é assessor assumido já nesse tempo era assessor embora disfarçado…

O que isto releva é o modo de fazer política, e não me venham cá dizer que Sócrates foi o pior deles porque, na verdade, foi igual aos outros todos, pelo menos nisto, no modo de condicionar a opinião pública… quanto ao resto não sei, espero que se faça Justiça…

Jornalistas e escribas de outra índole sempre foram suspeitos de receber por favores prestados aos políticos. Mas nunca ninguém mostrou provas indeléveis sobre esse tipo de trucagem e a coisa tem andado entre a suspeita e a má-língua. Eu, pelo menos, não conheço nenhum jornalista a quem a carteira profissional tenha sido sacada por comportamentos incompatíveis com a actividade profissional.

Se me perguntarem, no entanto, se acredito que estas suspeitas tenham fundamento, direi que sim, acredito, pelo menos nalguns casos.

Digo isto porque conheço casos de tipos que subiram na hierarquia das redacções pelos evidentes relacionamentos político-partidários que mantêm. Directores que eram repórteres medíocres, assessores que no regresso à actividade jornalística foram imediatamente promovidos, jornalistas cujas relações familiares foram argumento para tratamento de privilégio, as variantes são muitas mas todas levam ao mesmo tratamento de favor e, como todos sabemos, não há almoços grátis, tudo se paga.

Se me perguntarem, no entanto, se posso mostrar provas desta minha crença, direi que não.

Exceptuando um caso em que assisti ao telefonema em que um ministro pedia ao administrador da empresa para dar um lugar de director a um ex-membro do governo anterior, não tenho conhecimento directo de nenhum outro tratamento de favor dado a um jornalista por eventual serviço político mas, como digo atrás, o que parece é que se trata de algo bastante frequente, embora não se possa generalizar até porque não haveria lugar de direcção para tantos jornalistas que já experimentaram a assessoria política.

Também me parece evidente que os políticos só utilizam este género de história quando lhes convém, sendo que todos eles não têm nenhum problema em recrutar jornalistas para as suas assessorias quando o podiam fazer nas agências de comunicação, mas não seria a mesma coisa em termos de proximidade e capacidade de penetração nas redacções.

Enfim, esta historieta do blogger ao serviço do PS não vale um tostão furado… o PSD que a levantou será o primeiro a deixá-la cair por evidente e manifesta inutilidade.

Nota do Director

Os artigos de Opinião apenas vinculam os respectivos autores.

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