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Quinta-feira, Março 28, 2024

O homem que gostava de caracóis até um certo limite

José Carlos S. de Almeida
José Carlos S. de Almeida
Professor de Filosofia do ensino secundário. Licenciado em Filosofia e em Direito.

caracol-destaque

Sempre gostei de animais, desde muito pequeno. Como, aliás, a maioria das crianças. Desde que me conheço que eu quis ter um cão ou um gato. Porém, os meus pais, com a justificação de que a casa era pequena, sempre me recusaram esse desejo.

Talvez estivessem a ser sinceros com esse motivo, pois na altura acabaram por aceitar que eu criasse bichos-da-seda no meu próprio quarto de dormir. Durante aproximadamente um ano, numa caixa de camisas, tive uma criação dessas lagartinhas que se alimentavam com folhas de amoreira que eu apanhava várias vezes por semana.

Num largo perto da minha casa existiam essas árvores e como havia uma verdadeira epidemia na altura à volta da criação dos bichos-da-seda, eu tinha um grupo de miúdos que comigo subiam a essas árvores. Eu não podia deixar esgotar o stock das folhas, pois temia que se isso acontecesse, as lagartas começassem a roer as paredes de cartão do seu pequeno mundo.

As lagartinhas, às riscas, devoravam rapidamente as folhas das amoreiras, movendo-se de uma forma muito curiosa. Passadas algumas semanas as lagartas com um fio que segregavam, teciam à sua volta uns pequenos casulos onde se escondiam e acabavam por desaparecer definitivamente. Então, deixavam de ter piada.

Por isso, ao fim de algum tempo, desinteressei-me dos bichos-da-seda. A minha tia Conceição ofereceu-me, algum tempo depois, um porquinho-da-índia. Era maior que um rato, mas mais pequeno que um gato. Chamava-lhe Tito e divertia-me bastante com ele. Andava com ele ao colo para todo o lado, escondido debaixo do casaco, muitas vezes solicitado por todos aqueles que de mim se aproximavam e que, sem medo dos seus olhinhos achinesados, muito vivos, não resistiam à tentação de lhe fazer umas festas. O que me deixava muito orgulhoso.

Eu era visto como um menino diferente e especial. Mais ninguém, na rua, tinha um porquinho-da-índia. Além disso, o facto de ser da Índia, dum lugar tão distante, dava-lhe um ar exótico, o que despertava nos outros ainda mais curiosidade sobre o meu bichinho e a razão de ser da minha predileção por porquinhos-da-índia. Conseguir relacionar-me com um ser vivo oriundo dum ponto do globo tão distante, pertencendo a uma cultura tão diferente da ocidental, também me emprestava qualidades especiais. Não sei se na altura não haveria quem pensasse que eu vinha dessas paragens longínquas. Só que a minha pele excessivamente branca colocava-me no sítio certo.

Não tive mais animais. Contudo, sempre que me aproximava dum cão, não perdia a oportunidade para lhe fazer uma festa e pedir uma lambidela. Ou em casa de amigos que tivessem gatos, tentava que eles saltassem para o meu colo, se aninhassem e ambos ronronássemos de prazer.

Já adulto continuei a ser um amigo dos animais. Do ponto de vista cívico, considero-me um empenhado militante a favor dos direitos dos animais. Sou contra as touradas e assino todos os manifestos e abaixo-assinados que surjam nesse sentido. Também já me manifestei em várias ocasiões contra a utilização de animais em experiências laboratoriais. Até o simples transporte dos animais em condições indignas gera a minha revolta.

Em suma, ao nível da intervenção cultural e política, considero-me um amigo dos animais. De todos os animais, sejam mamíferos ou aves, os que rastejam ou os que voam, que respiram por pulmões ou por guelras, grandes ou pequenos.

Todos os animais têm direitos e os seus direitos devem ser respeitados. É essa a minha filosofia. Pode haver, contudo, situações cuja complexidade nos conduza a enfrentar direitos que entrem em conflito entre si e cuja nossa decisão e intervenção fiquem paralisados. Situações em que não saibamos o que fazer.

Outro dia, andava a passear por um pequeno jardim, perto da minha casa. Tinha chovido todo o dia e aproveitava naquele momento uma breve aberta. Vinha a calhar bem, pois já estava farto de estar em casa, sem poder sair.

Da terra e da relva molhadas soltava-se um aroma adocicado. Caminhava devagar para poder aspirar mais intensamente esse cheiro tão agradável. Além disso, observava melhor a natureza renascida. Subitamente, reparei que um caracol tentava atravessar o carreiro por onde caminhava.

caracol-5Conclui rapidamente que aquele caracol corria perigo. Alguém mais distraído que andasse por ali a passear poderia facilmente esmagar o pobre caracol.

Por isso, baixei-me e peguei no caracol. Depois coloquei-o cuidadosamente num canteiro, junto de umas folhas caídas. Era um sítio ainda molhado, liso, adequado às movimentações do caracol. Só esperava que ele não voltasse ao nosso caminho.

Era muito perigoso. Era como atravessar uma estrada muito movimentada fora da passadeira, mas fazê-lo muito devagar, demorando mais de três horas para chegar ao outro lado. Tratando-se de um animal tão pequeno era muito fácil alguém, sem intenção, pisá-lo.

Todos conhecem a cantilena infantil “Caracol, caracol // Põe os corninhos ao sol”. Parece que o caracol gosta imenso do Sol, mas não é assim. O caracol gosta da humidade, do tempo húmido, da chuva intensa, sobretudo. Quando pára de chover, o caracol aproveita imediatamente essa situação para se deslocar.

Depois de chover é que o caracol sai para fora da sua casinha e arrasta-a. Só com o piso molhado é que é possível esta tarefa; com o piso molhado, o caracol faz deslizar mais facilmente a sua casinha depois de chover. É por isso que, depois duma chuvada, todos os caracóis como que despertam e movimentam-se.

Foi por essa razão que, uns passos mais adiante, voltei a encontrar outro caracol e na mesma situação. Voltei a pegar nele e depositei-o na relva. Coloquei-o de costas para o caminho de terra, na esperança de que ele, deslocando-se para a frente, se afastasse do perigo. Só que quando me agachei, reparei em mais outro caracol. Desta vez, esperava ter salvo dois caracóis.

caracol-3Dois metros mais à frente encontrei quatro caracóis. Repeti a operação de salvamento. Não podia deixar de me sentir muito contente com isso. Imaginei que, se os caracóis falassem e eu os pudesse ouvir, me agradeceriam e iriam prometer que não voltariam a atravessar o carreiro dos peões, isto é, dos humanos.

Muitas vezes imaginava-me a conversar com formigas, grilos, polvos, caranguejos e caracóis. Se conseguíssemos comunicar, imaginava os mais variados diálogos a propósito dos mais variados assuntos. E interrogava-me sobre o modo como eles nos viam e nos julgavam.

Gostava de saber o que estes caracóis comentariam entre eles sobre o que tinha acabado de acontecer e a minha iniciativa. Por outro lado, seria incapaz de ver os pobres caracóis desconhecendo os perigos por que estavam a passar e não ligar.

O chão que pisava no jardim era de terra e, depois de horas a chover, estava enlameado em muitos sítios. Talvez isso explicasse porque é que havia tantos caracóis a atravessarem-se no meu caminho! Com efeito, dei mais uns passos e voltei a encontrar mais cinco caracóis que voltei a salvar duma potencial morte horrível.

Esta situação voltou a acontecer mais uma série de vezes. Fiz as contas aos caracóis que já tinha salvo: esse número ultrapassava uma centena! Da última vez tinha pegado em oito caracóis, alguns já prestes a alcançar o retângulo de relva do outro canteiro.

Felizmente que a chuva tinha afastado as pessoas da rua e, claro, do jardim. Confirmei que não havia ninguém no jardim, o que explicava que não existissem caracóis esmagados por alguém distraído. De qualquer modo, se viesse alguém até ao jardim tinha a certeza que os caracóis que tinha retirado do caminho estavam a salvo. Essa perspectiva dava-me alento para continuar.

Mais uns metros adiante e deparei com doze caracóis. Era o maior número de caracóis que encontrara de uma só vez, no mesmo sítio.

Julguei que se poderia tratar de uma família única, completa, a viajar, a mudar de cidade ou a encaminharem-se para uma estância de férias. Uma família extensa: avó e avô, pais e filhos, um tio solteiro, um primo afastado com a sua esposa e dois filhos malcriados, uma tia viúva e a sua fiel empregada.

Salvar uma família era mais do que salvar aquela quantidade, já significativa de caracóis. Se no mundo dos caracóis daquele jardim instituíssem um prémio a ser entregue àqueles que se dedicam à causa dos animais era bem provável que viessem ter comigo.

Ao pôr a salvo uma família eu estava, lentamente, a entrar no mundo real e organizado dos caracóis, aqueles bichinhos simpáticos que transportam a casa às costas e que, por causa disso, motivam tantos escritos.

No mundo dos caracóis eu seria já um amigo especial.

Confortado com esta ideia, continuei a procurar no jardim por caracóis distraídos, que se tivessem posto à estrada, sem conseguirem atravessar e abrigarem-se convenientemente nos canteiros mais distantes dos corredores de passagem dos humanos.

Avancei mais uns metros e voltei a encontrar mais um pequeno grupo de caracóis. Novamente, voltei a colocá-los a salvo.

Entretanto, tinha acabado de reparar que já percorrera todos os caminhos do jardim. A missão estava, assim, concluída. Sentia-me, por isso, feliz. Salvara perto de duas centenas de caracóis!

Nos dias seguintes continuei a pensar nos caracóis que salvara. Alguns deles deviam já ter observado o que acontecia aos caracóis que eram esmagados ou simplesmente pisados. A destruição da sua casca quando não era também a do seu corpo mole e húmido deveria testemunhar um fim agonizante e terrível, quanto era frágil o seu corpinho.

Os caracóis que eu salvara só podiam estar agradecidos. Gostava de saber se, entre eles, falariam de mim, referindo-se a uma boa pessoa que passeava no jardim ou a um herói que não procurava a glória, mas apenas fazer o bem, duma forma anónima. Isso tinha todo o sentido.

Quem procurasse a glória e o reconhecimento público salvando animais, procurava animais de grande porte, animais em vias de extinção, seres que eram objecto de campanhas internacionais e sobre os quais os meios de comunicação estavam permanentemente atentos.

Eu não tinha dúvidas que salvara muitos caracóis, mas não estava a ver nenhuma televisão a procurar-me para uma entrevista onde relataria o que tinha feito.

No entanto, se salvasse um cão de morrer afogado ou ajudasse um golfinho, encalhado na areia da praia, a encontrar o caminho de casa, corria um risco de ver a minha vida devassada por algum jornalista que não descansaria enquanto eu não lhe concedesse uma entrevista.

Ao salvar um caracol eu não me arriscava a ganhar uma medalha ou a ser recebido pelo presidente da República. Mas a vida dum caracol valia menos que a duma baleia? Ou que a vida dum gato? E a vida de 187 caracóis era menos preciosa que a vida dum gato? E se fizéssemos essa pergunta ao caracol?

Eu não me lembrava de alguma vez na minha vida tivesse praticado algum acto de heroísmo.

Bem, uma vez, tinha onze ou doze anos, passara uma tarde a apanhar maçãs no quintal da vizinha da minha tia Conceição.

A vizinha era uma idosa adoentada, que não saía à rua e nunca conseguiria apanhar as maçãs da suas árvores. Elas acabariam por se estragar, pois até já havia algumas com bicho e muitas caídas no chão a apodrecer.

Utilizei um escadote e tive que trepar na árvore para alcançar as maçãs que estavam nos ramos mais distantes. À medida que subia na árvore, os ramos eram mais frágeis e cheguei a temer que se pudessem partir com o meu peso. No fim, consegui apanhar todas as maçãs que entreguei à amiga da minha tia.

Ela ficou comovida com o meu gesto e confessou até à minha tia que era muito bem capaz de me fazer seu herdeiro. Mas isso só soube depois da senhora morrer e o sobrinho, um advogado que eu nunca vira, rapar tudo o que lá havia em casa, deixando-me apenas um alguidar de plástico e um pano para que eu conseguisse arrancar o papel de parede velho, pois o senhorio não ía gostar.

Também soube mais tarde que não havia nenhum senhorio e a casa tinha passado para o sobrinho que tratou de a vender rapidamente.

Mas, naquela altura a amiga da minha tia recebeu os dois sacos de maçã com um sorriso de satisfação que valeria por si só. Passados três ou quatro dias, a minha tia Conceição telefonou-me irritada, porque eu andara a apanhar as maçãs.

− Mas a macieira não é da sua vizinha? − perguntei.

− Não! – rosnou a tia Conceição.

− Ah….

Como a vizinha fizera várias tartes de maçã, o cheiro a bolos acabara por despertar a ira do dono da macieira, que vivia no apartamento ao lado e via nas tardes de maçã, feitas com as suas maçãs, a suprema arte da insolência.

De qualquer modo, a intenção é que conta e eu fizera tudo aquilo com a melhor das intenções.

Eu sabia que quando voltasse a chover, muitos daqueles caracóis que salvara, voltariam, inadvertidamente a atravessar por sítios onde correriam perigo.

Eu achava que esses caracóis não procuravam intencionalmente colocar a sua vida em perigo; muitos deles pretendiam apenas melhores sítios para viver o que era perfeitamente justificável. Não era o que se passava no mundo dos homens? Eu tinha era que estar atento à meteorologia. Os caracóis deviam contar comigo.

Eu andava a auscultar o tempo antes de adormecer. Perscrutava todos os sinais. A lua ía-se escondendo por detrás de sucessivas nuvens que ameaçavam chuva. Ainda pensei em não adormecer naquela noite, mas acabei vencido pelo cansaço.

Quando acordei, o céu estava a começar a clarear. Porém, apercebi-me que tinha chovido como eu temera. Vesti-me rapidamente e dirigi-me para o jardim. Como previ não andava ninguém no jardim àquela hora. Com alguma ansiedade fui olhando para o chão. Até que comecei a ver os primeiros caracóis atravessando o meu caminho. Mudando de canteiro.

Fui pegando neles e colocando-os a salvo. Como sempre, esperava que não voltassem a tentar atravessar o caminho de terra por onde todos passávamos. Mas era bem possível que estivessem ali alguns que já o tinham tentado da outra vez.

Como no mundo dos seres humanos, havia sempre alguém mais reticente, incapaz de contrariar os seus desejos e projectos, com dificuldade em aprender as lições da vida. Mesmo quando se tratava, como era o caso, de lições fatais. A teimosia é algo de genético.

Foi então que, pela primeira vez, fui assaltado por algumas dúvidas sobre quando é que me poderia libertar daquela missão. É que tudo levava a crer que aqueles caracóis não iriam aprender a lição tão depressa.

Além disso, na vêspera, tinha passado por uma praceta com um pequeno canteiro central e ficara a matutar na situação dos caracóis que lá residiriam e agendara mentalmente umas passagem por lá.

Ora, parecia que não iria ter tempo por agora, o que me deixara angustiado só de pensar nas pequenas vidas que se iriam perder.

Eu não sabia quantos animais, mesmo minúsculos, poderia ainda salvar. De qualquer modo, quando olhava para um caracol, isolado dos seus irmãos, atravessando sozinho à procura de um local melhor para viver, não podia deixar de me sentir tocado pela sua capacidade de iniciativa, pelo seu empreendedorismo, inconsciente dos perigos que corria.

O mesmo se passava com pequenos grupos de caracóis. Muito possivelmente tratava-se de pequenos núcleos familiares que, como autênticos pioneiros ou grupos de emigrantes italianos, procuravam uma vida melhor.

Essa odisseia também despertava em mim os mais puros instintos de solidariedade. Também esses grupos de protagonistas corajosos alimentavam os meus sentimentos altruístas mais profundos. Eu podia ter dúvidas sobre como continuaria a agir no futuro, talvez criasse um grupo de voluntários, que salvassem caracóis em todos os jardins da cidade, mas estes caracóis actuando sozinhos ou em pequenos grupos não podiam ser abandonados. Disso tinha a certeza.

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Porém, acabei por deparar com um autêntico exército de caracóis movimentando-se já no limite do jardim, em direção ao passeio, e muito provavelmente, preparando-se para se deslocar na estrada de alcatrão.

Tinha chovido bastante, a estrada estava ainda muito molhada, reflectindo a luz dos candeeiros de iluminação. Havia ainda várias poças de água na estrada. O dia começava a clarear, mas ainda era muito cedo, de tal modo que não havia quaisquer carros a passarem na estrada. Talvez aqueles caracóis contassem com isso. Eram mais de quinhentos caracóis, isto numa contagem à vol d’oiseau. E parecia que, a todo o momento, esta autêntica coluna de bichos ía crescendo.

Um grupo de caracóis tão numeroso pressupunha alguma organização e, de certeza, liderança. Aquela movimentação extraordinária, como eu nunca vira, como um disciplinado exército de vários batalhões de infantaria, deslocando-se de forma tão ordenada e harmoniosa, desenhando sucessivas formas geométricas perfeitas, tinha de ter por detrás dele um planeamento rigoroso.

Perante aquele espetáculo, eu já não me podia ver como um salvador de caracóis. Aliás, estes caracóis não apareciam como seres perdidos, desorientados, imitando os humanos à procura de melhores condições de vida, representado nessa cena comovente o drama da condição humana.

Não, estes caracóis todos assumiam uma proporção, digamos, industrial, massificadora. Já não tinha diante de mim, o drama individual dum pequeno caracol perdido, desorientado, pelo qual sentia uma íntima identificação e gerava em mim uma natural solidariedade.

O que tinha agora aos meus pés, sem saber muito bem onde pôr os pés, era a própria sociedade de massas, na versão caracol. Todos aqueles bichos anónimos não despertavam em mim a mínima comoção.

Posso dizer, afinal, que ainda bem. Eu não os podia contar. Já deviam ser mais de um milhar! Podia agora medi-los em quilos! E eram uns poucos quilos. Esta medida era já reflexo daquele mundo anónimo e frio que se movimentava aos meus pés. Estava tão longe das minhas motivações iniciais.

Subitamente, senti a vontade de os agarrar com as mãos abertas, como se estas fossem umas pás. De facto, eu já não os iria salvar. Os caracóis, no seu actual movimento de massas, tinham perdido a sua individualidade, a sua história dramática.

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Lembrei-me que aquela quantidade toda de caracóis, poderia proporcionar um excelente guisado. Foi então que vi aqueles caracóis a caminharem triunfalmente para o tacho, de encontro ao azeite, aos alhos, à cebola cortada aos quartos, mais a folhinha de louro e os orégãos; e, depois, os caracóis a adormecerem nessa cama quente de cheiros e sabores, numa fervura suave e longa. Sim, aqueles caracóis resultariam num excelente pitéu e eu tinha a certeza que me iria regalar com eles. E, afinal, que melhor e tão abençoado fim poderiam aqueles bicharocos ambicionar? Era a verdadeira consagração da sua existência!

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