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Quarta-feira, Março 27, 2024

Mentecaptos – Ou não

NINM
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Colaboração do Núcleo de Investigação Nelson Mandela – Estudos do Humanismo e de Reflexão para a Paz (integrado na área de Ciência das Religiões da U.L.H.T.)

Reflexões em torno do mundo em que vivemosO mundo, no século XX, foi mentecapto: não possuiu nem usou a razão. Por detrás da barbárie que gerou, teve cabeças que intencionaram a morte, a destruição, a predominância dos erros, dos assassinatos, das matanças, das ignomínias – da tragédia. Criou cenários de extrema violência quase por acaso, como o da Primeira Guerra, que todos pensavam ser episódica e passageira. Criou cenários de extrema violência oportunista, quando um punhado de ditadores deitou mão aos ideais que pareciam idílicos e otimistas, utópicos e regeneradores – como o que se herdou da Revolução Russa a Leste e Oeste.

Duas Guerras mundiais, 1914-18 e 1939-45, a Revolução Russa, a Guerra dos Balcãs, a Guerra Civil Libanesa, a guerra grego-turca, a guerra civil angolana, a guerra civil chinesa, a guerra civil do Sri Lanka, a guerra colonial portuguesa, a guerra da Argélia, o conflito no Saara ocidental, a guerra de independência turca, a guerra do Yom Kipur, o conflito nas Filipinas, no Ituri, em Kivu, no sul da Sérvia, as guerras civis do Afeganistão, Guatemala, El Salvador, Burundi, Chade (com maior dimensão no século XXI, entre 2005 e 2010), Finlandesa, Irlandesa, Jugoslava, Coreia, Vietnam, as limpezas vermelhas, na China, com as purgas de Mao Tse Ting e muito recentemente de Xi Jinping, reeleito secretário-geral do Partido Comunista chinês, que iniciou uma grande e implacável campanha anti-corrupção que já levou à punição de mais de um milhão de funcionários públicos – eis o século XXI e o seu efeito mortal e gerador de morte. Um nunca mais acabar de exemplos revoltantes, numa lista onde epidemias, pandemias, e até experiências ditas científicas com seres vivos (humanos e animais irracionais) e outras catástrofes, reduziram a população mundial em muitos milhões.

Alguns dos episódios são mais do que repugnantes: o grande terror na União Soviética (sobretudo em 1938 e 39) e o holocausto promovido pelos alemães (sobretudo entre 1941 e 45), o Holodomor (o holocausto ucraniano, fome de carácter genocidário pronovida pelo poder de Estaline no território ucraniano, entre 1931 e 32), as matanças nos territórios coloniais, as prisões e as torturas, a impunidade dos ditadores (de Portugal, Espanha à Bulgária, à Hungria, à Checoslováquia, à URSS, à Indonésia, ao Chile…).

Como se não bastasse, a Europa inventou o terrorismo. Aliás, se falarmos em grupos terroristas europeus atuais, só para dar alguns exemplos, teremos em Espanha, Euskadi Ta Askatasuna (ETA) e todas aquelas formações consideradas do seu âmbito mediante sentença judicial: KAS, Xaki, Ekin, Jarrai, Haika e Segi; Xestoras Pro-Anmistía, Askatasuna, e Batasuna, Herri Batasuna e Euskal Herritarrok. Grupos de Resistência Antifascista Primero de Octubre, (GRAPO). Na Irlanda do Norte: Continuity Irish Republican Army (CIRA), Real Irish Republican Army (RIRA), Orange Volunteers (OV), Ulster Defence Association (UDA), também chamados Ulster Freedom Fighters (UFF), Loyalist Volunteers Force (LVF), Red Hand Defenders (RHD). Na Grécia, Epanastati Pirines, Epanastatikos Laikos Agonas (ELA, Dekati Evdomi Noemvri. Nos Países Baixos, Stichting Al Aqsa, tamén conhecidos como Stichting Al Aqsa Nederland ou Al Aqsa Nederland. Poupamos a lista do Médio Oriente, sempre crescente. E não referimos os principais financiadores do terrorismo (Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, Qatar, Egito).

No século XX tivemos três momentos propícios à Paz e à Democracia: depois de 1918; depois de 1945; depois de 1989 (queda do muro de Berlim).

Com a emergência do fundamentalismo e do extremismo, com o medo que muitos manifestam a ponto de desejarem a repressão e o fim da liberdade – seguindo exemplos tristes como o das mais recentes eleições presidenciais norte-americanas, por exemplo, há quem tema que um dia alguém escreva: o mundo, no século XX, foi mentecapto: não possuiu nem usou a razão.

Antes disso, é nosso dever o combate a essa aparente política de inevitabilidade que alguns parecem querer impor-nos. Voltaremos ao tema, em nome das saudades do futuro de equidade e proximidade que nos move.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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