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Quarta-feira, Abril 24, 2024

Monarquia colonialista quer entrar na CPLP

Isabel Lourenço
Isabel Lourenço
Observadora Internacional e colaboradora de porunsaharalibre.org

Marrocos pediu apoio a Portugal para que possa ter em breve o estatuto de observador na CPLP.Na 13.ª Cimeira Luso Marroquina, em Rabat, mais de uma dezena de acordos foram assinados entre Portugal e Marrocos, resta saber se Portugal que segundo António Costa em relação à questão do Sahara Ocidental, “está alinhado com a das Nações Unidas” e que  nas palavras do primeiro ministro “Apoiamos o esforço do secretário-geral das Nações Unidas e do seu novo representante para se encontrar uma solução durável e pacífica para essa questão”, irá respeitar as resoluções da ONU e não incluir em nenhum momento nestes acordo os territórios ocupados do Sahara Ocidental, pendente de descolonização que se encontra sob controle militar marroquino desde 1975, sendo a última colónia de África.

A simples pretensão de Marrocos de entrar para a CPLP é uma afronta aos valores da democracia, direitos humanos e soberania dos povos.

Como pode um país que ocupa ilegalmente outro território e o mantém num estado de terror, com uma política de apartheid social, económico e político da população saharaui, a mudança demográfica com a introdução de centenas de milhares de colonos marroquinos e construção e manutenção do maior muro de separação do mundo com 2720 km de extensão (suficiente para rodear Portugal continental, Ilha da Madeira e parte do arquipélago dos Açores), querer ser parte da CPLP que foi criada pelos Chefes de Estado e de Governo de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, reunidos em Lisboa, no dia 17 de Julho de 1996, “Imbuídos dos valores perenes da Paz, da Democracia e do Estado de Direito, dos Direitos Humanos, do Desenvolvimento e da Justiça Social; Tendo em mente o respeito pela integridade territorial e a não-ingerência nos assuntos internos de cada Estado, bem como o direito de cada um estabelecer as formas do seu próprio desenvolvimento político, económico e social e adoptar soberanamente as respectivas políticas e mecanismos nesses domínios;” como se pode ler na declaração constitutiva desta organização.

Marrocos que entrou o ano passado para a União Africana é conhecido por violar e desrespeitar tudo o que assina e ratifica.

Os direitos humanos são pura e simplesmente algo que utilizam como merchandising ou instrumento de marketing, mas que não passam disso, instrumentos de maquilhagem como o “Conselho Nacional de Direitos Humanos” e outros, todos sob tutela apertada do Majzhen, o aparelho de estado do Reino Alauita, onde a simples menção ao Sahara Ocidental pode levar a detenção arbitrária e tortura.

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