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João de Sousa

Sábado, Abril 20, 2024

O ngunto do cobrador

Original

O ngunto do cobrador

Éééé é nem vos conto ainda ontem quando vinha a zunar pro salu já sabem como a cena funciona, todo mundo a correr, o ngala na estrada tudo colado tipo na china.

Ya calor é calor as gileiras viraram forno o combustivel subiu os buracos aumentaram. Não agueitei pedi pra descer, depois de si rabar com o cobrador que queria me apanhar a pata me obrigando a pagar a deslocação sem sair do lugar. Matei mo cão fiquei filipada lhe chamei um nervo ele não entendeu nada. Desci e não paguei possas sou da nguimbi caramba.

Bazei, o telebyte não parava de tocar, era o boss para me lembrar que estava outra vez atrasada. Não atendi, acelerei, suada, suja de poeira e já cansada. Estrada da cuca. Pogas. A tia da magoga pensei… Vou comprar uma chandula pro matabicho. Tia põe todos os molhos e põe também jindungo. Da uma Red cola de coco.

Embrulhei apressadamente e bazei. Senti as kinamas cobrando já tinha ultrapassado a área critica. Ouvi são paulo… São paulo duas caras… Subi. Na verdade faltavam seis e eu cada vez mais atrasada…

Um. Mais um. O taxi encheu… Mãe o cobrador subiu fechou a porta e eu já tinha dado uma mordida na magoga, o cobrador esticou o braço ngunto, katinga é tava a chutar pra caraças e contorcendo o nariz não tinha pra onde fugir… A magoga começou a me subir. Chamei um diogo ali mesmo e no taxi ninguem entendeu nada.
Xé moça estas puã ou que? Nada wi… Num dá pra falar…

O taxi parou. Limpei o diogo e preferi continuar a pé.

Adaptação livre para português

O pivo do cobrador

Ééééé meus! Nem vos conto… Ainda ontem quando ia a correr para o trabalho (sabem como a cena funciona, não é mesmo?) Todo o mundo corre, a fila na estrada, tudo colado parece até na China.

Sim, calor é calor. As geleiras viraram forno, a gasolina subiu, os buracos aumentaram. Não aguentei e pedi para descer. Depois de discutir com o cobrador que me queria agarrar o braço para me obrigar a pagar a deslocação sem sair do lugar… Fiquei passada, ameacei-lhe ele não entendeu nada. Desci e não paguei! Puxa pá, sou da capital caramba!

Fui-me embora. O telefone não parava de tocar! Era o chefe para me lembrar que estava outra vez atrasada. Não atendi. Acelerei, suada, suja de poeira e já cansada. Estrada da Cuca. Puxaaaa! A tia das sandes! Pensei: Vou comprar uma sanduiche para o pequeno almoço. Tia põe todos os molhos e põe também picante. Dá uma Red-Cola de Côco.

Embrulhei apressadamente e continuei. Senti as pernas cobrando, já tinha ultrapassado a área crítica. Ouvi São Paulo… São Paulo, duas pessoas! Subi. Na verdade faltavam seis e eu cada vez mais atrasada…

Um. Mais um… O táxi encheu… Mãe! O cobrador subiu e fechou a porta. Eu já tinha dado uma mordida na sandes, o cobrador esticou o braço e o odor espalhou-se, eu mesmo contorcendo o nariz não tinha para onde fugir… A sandes começou a me subir e não deu mais! Vomitei ali mesmo e no táxi ninguém entendeu nada. Xé moça estás grávida ou quê? Nada meu… Não dá nem para falar…

O táxi parou. Limpei o vómito das roupas e preferi continuar a pé!

A autora escreve em PT Angola

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