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João de Sousa

Quinta-feira, Abril 18, 2024

Os milionários negócios da pobreza – Missão Continente

João de Sousa
João de Sousa
Jornalista, Director do Jornal Tornado

O que têm em comum a Leopoldina, Paulo Azevedo, a Sonae, a TVI e as caras que empresta? A hipocrisia farisaica de quem ganha dinheiro com o negócio da multiplicação da pobreza enquanto faz de contas que ajuda os mais pobres.Fátima Lopes e outras caras bem conhecidas desta estação “emprestaram” as suas imagens à campanha “Missão Continente” que, em teoria, “dá” um euro por cada “prenda” adquirida nas lojas Continente.

O problema começa aqui mas está longe de ficar por aqui. Tal como com as campanhas do Banco Alimentar Contra a Fome, os super-merceeiros Azevedo e Soares dos Santos recebem um porco dando em troca um chouriço. No caso do projecto Jonet nem isso. Têm fins de semana de facturação excepcional e não contribuem com um cêntimo para o alegado “Banco”.

No caso da Missão Continente a Sonae propõe-se dar um Euro por cada venda das tais prendas escolhidas pelo seu departamento de marketing e pagas pelos clientes, pressionados pelas “caixas”. Além de que, uma vez na “superfície comercial”, devido às sinergias entre lojas e, dentro do próprio hipermercado, as técnicas de merchandising arrastam estes inevitavelmente para a compra de coisas de que não necessitam. Ao mesmo tempo têm publicidade grátis que não é apresentada como tal, como acontece nas “Galas” televisivas e mesmo durante espaços nobres de informação.

Gala das Estrelas (Foto: João de Matos)

Se Paulo Azevedo e o Grupo Sonae quiserem fazer um exercício de “responsabilidade social” podem começar por pagar melhor aos produtores agrícolas, aos trabalhadores dos hipermercados e, porque não, passarem a pagar todos os impostos em Portugal sobre a riqueza cá produzida?

Há pobres que retiram daqui algum benefício? Claro que há! Mas o benefício da SONAE e da Jerónimo Martins é muito maior. O benefício da TVI idem e o mesmo se diga das referidas “caras” que participam nos anúncios de produções milionárias.

Todos ganham… até os pobres, eventualmente. Uns poucos ganham muito. Os pobres, que são muitos, ganham pouco. Esta é até uma boa maneira de os manter sossegadinhos não vão lembrar-se de roubar um shampoo e um pacote de fiambre.

Tudo isto se passa à vista do Estado e da Comissão Europeia. Com os salários baixos também saem prejudicadas as receitas da Segurança Social, além do Fisco. Mas isso já não é um problema de Fátima Lopes, da Cristina Ferreira ou do Manuel Luís Goucha. Nem dos administradores e accionistas das referidas empresas.

O dumping fiscal de alguns países Europeus é um transvase de dinheiro de uns países para outros dentro do próprio espaço do Euro e da União. A inexistência de uniformidade fiscal promove e incentiva este tipo de fuga legal ao fisco. O prejuízo que causa fica a muitas milhas do benefício resultante destas “missões” de caridade com o dinheiro da classe média.

Por falar em Donos Disto Tudo… A reportagem da Raríssimas começa a cheirar a lágrimas de crocodilo.

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