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Quinta-feira, Abril 25, 2024

600 bailarinos de todo o mundo no Summer Intensive

Joaquim Ribeiro
Joaquim Ribeiro
Jornalista

A pequena vila da região Oeste, A dos Cunhados, recebeu 600 bailarinos de todo o mundo na quinta edição do Summer Intensive.

Durante três semanas (as duas últimas do mês de Julho e a primeira do mês de Agosto) A dos Cunhados, no concelho de Torres Vedras, foi uma espécie de capital mundial da dança contemporânea.

Summer Intensive

A quinta edição do Summer Intensive decorreu novamente naquela freguesia torriense e juntou 600 bailarinos profissionais ou semi-profissionais de todo o mundo, mais cerca de 400 acompanhantes, para o estágio intensivo de dança com alguns dos melhores professores mundiais. As aulas decorreram de forma bastante intensa, de 12 horas por dia, das 8h às 20h.

Esta residência artística é organizada por Gonçalo Lobato, da Associação Ilú / Espaço Dança, em Torres Vedras; e por Ricardo Ambrózio e Martina Ambrózio, da companhia belga Untamed.

As cinco edições foram sempre no concelho de Torres Vedras. Segundo o coreógrafo brasileiro Ricardo Ambrózio, diretor da Untamed, o primeiro Summer Intensive teve apenas 12 alunos e durou uma semana, com aulas no Espaço Dança, na cidade. Decidiram voltar a arriscar e da segunda vez mudaram-se para a Boavista de A dos Cunhados, com a colaboração do GD Sobreirense. O ano passado melhoraram o formato e este ano tiveram de aumentar de duas para três semanas, porque em três dias esgotaram as inscrições (200 alunos por semana).

Este ano foi aquele em que participaram mais portugueses, mas os alunos vêm de todo o mundo: França, Eslovénia, Canadá, Polónia, Austrália, China, Japão, Israel, Áustria, Brasil, Índia, Estados Unidos, Espanha, Grécia e Itália.

Com a ajuda da Junta de Freguesia de A dos Cunhados e Maceira puderam usar um espaço ao ar livre para parque de campismo. A Associação de Socorros cedeu o salão para um dos estúdios de dança, enquanto os outros dois continuaram nas instalações do GD Sobreirense.

Desde o ano passado começou a haver o Summer Stage, que são apresentações de dança contemporânea, com exibições aqui no salão da Associação de Socorros e noutros locais. São trabalhos de profissionais ou de estudantes de cursos profissionalizantes de dança, alguns são participantes no evento mas outros vêm só para apresentarem o seu trabalho” Adiantou Ricardo Ambrózio.

Por isso, todas as sextas-feiras e sábados à noite houve espectáculos de dança no salão da Associação de Socorros de A dos Cunhados para o público em geral. No âmbito da programação Onda de Verão houve também uma exibição em Santa Cruz no dia 24 de Julho. No dia 30 de Julho houve outra em Porto Novo.

“A dos Cunhados já é conhecida mundialmente na área da dança”

No dia 4 de Agosto, na zona histórica da cidade de Torres Vedras, 120 bailarinos em formação promoveram momentos de movimento e energia, com aulas abertas ao público, com participações especiais da Camerata Vocal de Torres Vedras, Mário Estanislau, DJ Temudo, o Rancho Folclórico e Etnográfico Flores do Oeste e a Associação Arte Pura.

Em Porto Novo e em Torres Vedras foram apresentados projectos da aula de laboratório coreográfico, ministrado por Ricardo Ambrózio Gonçalo Lobato, Marina Abib e Luke Jessop.

Segundo Ambrózio, o nível das aulas é muito elevado e o dos espectáculo também: “os professores são top de companhias mundiais e os alunos são bailarinos profissionais ou semi-profissionais estudantes de universidades já com um nível alto”, explicou, adiantando que “A dos Cunhados já é conhecida mundialmente na área da dança”.

Crescer mais é difícil, porque “nós não queremos tornar isto uma coisa enorme, porque depois fica complicado. Assim é muito interessante o contacto dos bailarinos com os habitantes locais, o próprio rancho folclórico que vem aqui dançar para que os alunos possam ter contacto com a cultura portuguesa, isso é importante”, esclareceu o coreógrafo.

Interessante é também o facto de se juntarem em A dos Cunhados bailarinos com várias influências artísticas, diferentes culturas e escolas de dança muito distintas.

“É muito rica esta troca de conhecimentos entre todos. E depois temos aqui professores de renome mundial que normalmente pediriam uma fortuna para estarem aqui, mas eles gostam desta experiência, é uma energia bonita e muito autêntica” Confessou Ricardo Ambrózio.

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