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João de Sousa

Quinta-feira, Março 28, 2024

Portugal e a Corrupção

Joaquim Jorge, no Porto
Joaquim Jorge, no Porto
Biólogo, Fundador do Clube dos Pensadores

Não me canso de pensar, a propósito de todos estes casos de corrupção em Portugal e concretamente no “caso” José Sócrates na história do povo português, um povo inocente e que com o 25 de Abril pensava que a democracia e eleições livres haveria um futuro mais humano, igualitário e profícuo. Nesse ano de 1974 eu tinha 17 anos e fui na onda da mudança e que as coisas iriam melhorar. Porém, este povo português está a descobrir aos poucos tendo em conta as infindáveis “broncas” e “casos” que vivemos num regime que nos enganou e está completamente estafado.

Tudo isto aconteceu nas costas deste povo inocente, ingénuo, desinformado e desligado.

São tantos os casos, vou só citar os mais recentes: Monte Branco, BPP, Furacão, Portucale, Apito Dourado, Face Oculta, Submarinos, Dias Loureiro, BPN, Remédio Santo, BES, vistos “Gold”, caso José Sócrates, etc..

Não tenho dúvidas que grande parte dos nossos governantes, autarcas e gestores públicos favorecerem familiares e amigos, em contratos, lugares de nomeação, etc.. E se puderem desviam dinheiros públicos. Isso aconteceu sempre com a conivência de um povo cuja inocência o tornava cego e não conseguia ver o que se estava a passar. Finalmente parece que o povo português começa a arregalar os olhos e ver que foi enganado durante mais de quarenta anos.

Esta é a história triste e comovente de uma povo que se libertou de uma ditadura mas ficou colado a uma casta de gente sem escrúpulos, muitos da aldeia, que chegou a Lisboa, outros às câmaras e tornou-se snob, deslumbrada e convencida que poderia fazer tudo e mais alguma coisa e que tudo lhes passaria por baixo saindo incólume.

Parece uma doença circunscrita a um número determinado de pessoas que manchou com os seus actos, comportamentos e atitudes a reputação da democracia e de uma nação.

O certo é que há uma quantidade assombrosa de dinheiro desviado por quem, na maioria dos casos, pregava a honradez e se auto-proclamava um exemplo de massas. Como foi possível este povo ser enganado tantos anos? A raiva que sentimos hoje, é aliada de uma consciência acrítica e premiar com o voto os responsáveis de tal monstruosidade.

Com este tipo de abusos muitos enriqueceram enquanto outros perderam as suas economias, o seu trabalho, o seu poder de compra e, o mais importante, a sua dignidade e um futuro de vida.

Parece que estamos condenados a adulação, ao silêncio, ao medo e a obedecer.

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