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João de Sousa

Sexta-feira, Março 29, 2024

Propostas para celebrar Abril

No próximo dia 25, o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade festeja o seu terceiro aniversário, com sugestões artísticas variadas, incluindo a continuação do evento “Dias da Memória”, que quer promover a partilha de testemunhos, objectos, documentos e fotografias relacionadas com a resistência à Ditadura. Através do programa “Memórias para Todos”, o Museu, localizado na rua Augusto Rosa, em Lisboa, desafia ex-presos políticos e comunidade em geral, a partilhar histórias da luta pela Liberdade, de forma a salvaguardar “o que é património de todos e que conta com a voz de todos”.

A Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), organizadora da programação de Abril em Lisboa, promove também dias de “Liberdade para Tocar”, destinados a intervenções musicais espontâneas. Para tal distribui durante cinco dias, cinco pianos por cinco lugares da capital. Entre as 10h e as 20h, cada um é livre de tocar o que entender nos jardins e praças da cidade. Nas vésperas de 25, terça-feira, os pianos juntam-se no Terreiro do Paço para um concerto espontâneo a várias mãos.

Ainda em Lisboa, e até domingo, dia 22 de Abril, decorre no Cinema São Jorge, a segunda edição do Festival Política, este ano com enfoque nas questões de igualdade e não-discriminação. Sábado é dia de reflexão sobre “Que papel para as Comunidades Ciganas?” e entre workshops, concertos, actividades para crianças, cinema e debates, destacamos a sessão que exibe seis filmes sobre Racismo e Imigração.

Na Associação José Afonso (AJA), núcleo de Lisboa, o 24 de Abril, pelas 19 horas, será dedicado a homenagear João Varela Gomes, considerado por algumas vozes como o “primeiro capitão de Abril” que acabaria por ser votado ao “esquecimento”. O coronel, figura histórica de resistência antifascista, morreu em Fevereiro último, aos 93 anos. No evento estará presente o historiador António Louçã, autor da biografia “Que outros triunfem onde nós fomos vencidos”.

Na noite de 24, a partir das 22horas, Gisela João e os Xutos & Pontapés fazem a festa dos 44 anos da Revolução dos Cravos em Almada. «Com as cores de Abril pintamos o futuro» é o lema das comemorações da autarquia vizinha, que conta com os concertos de Anjos, irmãos Feist e Aurea no Seixal, e que dedica ainda um dia às crianças, a 22 de Abril, domingo, com os espetáculos do Palhaço Companhia, às 15 horas, e As Canções da Maria, às ​16 horas, na Praça 1.º de Maio.

Foto Eduardo Gageiro

Até à próxima quarta-feira, ainda tem oportunidade para observar as quarenta fotografias de Eduardo Gageiro, captadas entre os dias 25 de Abril e o primeiro de Maio de 1974. A Revolução de Abril que retrata o olhar a preto e branco do fotojornalista autoditacta, galardoado com mais de 300 prémios, está exposta nas Oficinas de Formação e Animação Cultural, espaço da Câmara Municipal de Aljustrel.

Na “terra da fraternidade”, a Revolução de Abril é assinalada com a apresentação do livro “Forte de Peniche, Memória, Resistência e Luta”, editado pela União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP). Em Grândola, vão estar presentes Manuela Bernardino (membro da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos) e os ex-presos políticos José Pedro Soares e Manuel Candeias. O grupo Quinta do Bill é convidado para a noite do dia 24 e as comemorações terminam no dia 28 com o Debate sobre «Os Novos Desafios da Liberdade de Expressão», que conta com a presença de Adelino Gomes, Joaquim Vieira, José Jorge Letria e Viriato Teles.

Comemorar os 44 anos da Revolução de 1974 através da música, da literatura, da fotografia, ou da partilha de memórias são as sugestões das autarquias um pouco por todo o País. Ficam aqui apenas alguns apontamentos para assinalar aquela madrugada de Abril, em que Salgueiro Maia discursava na parada da Escola Prática da Cavalaria em Santarém: “Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos!”. Foi o início da marcha que depôs 41 anos de ditadura do Estado Novo.

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