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Sexta-feira, Abril 19, 2024

Relatório Anual APAV: mais crimes, idosos e menores com mais casos

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A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulgou ontem o seu Relatório Anual referente a 2015, nas vésperas da apresentação pelo Governo do Relatório Anual de Segurança Interna, também respeitante ao ano passado.

A APAV revelou ter feito mais de 34 mil atendimentos, que reportaram cerca de 23 mil crimes e outras formas de violência e constataram-se mais de 9.600 vítimas destes crimes.

Comparando com anos anteriores, os processos de apoio aumentaram 8,8% face a 2014 (nesse ano eram cerca de 12.300, passando a mais de 12.800 em 2015).

O número de vítimas aumentou 10,1%: passando de 8.900 vítimas (2014) para mais de 9.600 (2015).

Na estatística de crimes e outras formas de violência, ambos aumentaram 13%: a APAV registou 21.500 casos (2014) contra 23.300 (2015).

Diz ainda o relatório que 95,17% dos casos registados pela associação dizem respeito a crimes contra pessoas. Seguem-se outras formas de violência com 2,48%, os crimes contra o património (1,54%), outro tipo de crimes (0,3%), crimes contra a vida e sociedade (0,2%), contra-ordenações (0,18%), crimes rodoviários (0,09%) e crimes contra o Estado (0,04%).

Os maus tratos psíquicos estão no topo da estatística com mais de 7.500 casos (32,2%) seguindo-se os maus tratos físicos com mais de 5.100 casos (22,2%). Nas outras formas de violência destaca-se o stalking com 445 queixas apresentadas (1,9%).

Geograficamente, sobressaem, pela negativa, três localizações da residência da vítima: Lisboa lidera com 1960 casos (20,4%), seguindo-se o Porto com 1167 casos (12,1%) e Faro com 899 casos (9,5%). Setúbal regista 678 casos (7,1%), Braga 455 (4,7%) e Santarém com 384 (4%).

Quanto ao tipo de vitimização, o relatório da APAV constata que 75% é continuada e 9% não é continuada. Na duração da situação, surge em primeiro lugar o período de 2 a 6 anos com 16,3% dos casos reportados, seguindo-se o período entre 7 meses e um ano com 6,7% dos casos e entre 12 e 20 anos com 6,2% dos casos.

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A APAV traça quatro perfis de vítima

Começando pela vítima adulta, é do sexo feminino (88,9%), com idade média de 40,7 anos.

No estado civil, lideram os/as casados/as (39,7%) seguindo-se os/as solteiros/as com 20,7%. 50% têm uma família nuclear com filhos.

No item da escolaridade, 31,4% tem o ensino superior e 23,9% tem o ensino secundário. 48,7% dos queixosos tem emprego e 34,1% está desempregado.

No perfil da vítima do sexo masculino, surge em primeiro lugar o adulto (45,6%), seguindo-se a criança ou jovem (38,9%) e o idoso (15,5%).

A idade média é de 33,7 anos. A maioria é solteiro (54,2%) seguindo-se os casados (28,5%). 49,9% tem uma família nuclear com filhos. No grau de escolaridade, surge o primeiro ciclo com 18,4%, o ensino superior com 15,2% e o 2º ciclo com 12,5%. 35,4% dos indivíduos é estudante e 27,5% está desempregado.

No perfil da vítima criança ou jovem, é do sexo feminino (54,6%), a idade média é de 9,9 anos, faz parte de uma família nuclear com filhos (49,6% dos casos), e na escolaridade, frequenta o pré-escolar (23,8%) ou o 1º ciclo (23,6%). 94,4% das vítimas estudam.

O perfil da vítima idosa é sobretudo do sexo feminino (80,5%), a idade média é de 75,4 anos, é casado/a (58,4%) ou viúvo/a (29,5%), faz parte de uma família nuclear com filhos em 39% dos casos, e em 90,1% dos mesmos é reformado/a. No item da escolaridade, 33,3% têm o primeiro ciclo, 13,3% não sabem ler nem escrever e 19,2% têm o ensino superior.

Tipo de crime

A APAV destaca, neste relatório, três tipos: o crime sexual, o stalking e o bullying.

A vítima de crime sexual é, por norma, mulher (82,1% dos casos) e adulta (54,9%, seguindo-se as crianças e jovens com 43,1% dos casos). A vítima é solteira (33,1%) ou casada (13,7% dos casos).

A vítima de stalking é sobretudo do sexo feminino (90,2%) e adulta (93,9% dos casos), a idade média é de 39,6 anos e é solteira (33,1%), divorciada (22,6%), casada (22%) ou separada (12,4%). 29,6% faz parte de uma família nuclear com filhos e 28,7% é monoparental. 45% das vítimas têm o ensino superior e 19,1% o ensino secundário.

A vítima de bullying é do sexo feminino (52,3% dos casos), criança ou jovem (76,7%) ou adulto (19,8%). A idade média é de 18,1 anos e é solteiro (94% dos casos).

Perfil do autor do crime

81% dos casos é do sexo masculino contra 15% dos casos em que é do feminino; entre os 35 e 44 anos (1376 casos) ou entre os 45 e os 54 anos (1148 casos); o estado civil é casado (31,9% dos casos) e está empregado/a (2920 casos) ou desempregado (1554 casos).

Consulte o Relatório da APAV para uma análise detalhada

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