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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Sete ministros do STF confirmam validade de delações da JBS

No segundo dia de julgamento, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski votaram pela validade das delações premiadas da JBS, homologadas pelo ministro Edson Fachin. No mesmo voto, os ministros também se manifestaram a favor da manutenção de Fachin como relator das delações.

Com o voto dos ministros, nesta quinta-feira (22), o placar pela validade das delações e a manutenção da relatoria com Fachin está em 7 votos a 0. A sessão foi suspensa e deve ser retomada na próxima quarta-feira (28), com os votos dos ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cármen Lúcia.

Os debates foram marcados por intensos embates entre ministros no que se refere a validades do conteúdo do acordo de delação e das provas apresentadas e também quanto ao poder de invalidação por parte do colegiado.

Na sessão desta quinta, os ministros Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso elevaram o tom de um bate-boca sobre os limites de atuação do relator na homologação de acordos de delação premiada celebrados com o Ministério Público e se o ministro Edson Fachin continuará à frente da delação de executivos da JBS.

Ao defender que o acordo não pode ser revisto, Barroso argumentou que se as cláusulas forem cumpridas pelos delatores, a delação não poderia ser anulada. “Todo mundo sabe o que se quer fazer aqui lá na frente. Então, eu não quero que se faça lá na frente”, disse.

Em seguida, Gilmar Mendes respondeu:

Essa é a opinião de Vossa Excelência, deixa os outros votarem. E respeite os votos dos outros”

Barroso rebateu:

Claro, vou plenamente respeitar os votos dos outros. Estou ouvindo Vossa Excelência. Inclusive foi Vossa Excelência que ontem suscitou: a questão não é só essa, temos outras considerações. E em consideração à de Vossa Excelência, eu trouxe a minha. Agora não pode: acho que vou perder e vou embora. Não! Estamos discutindo”

Diante do clima tenso, a ministra Cármen Lúcia interrompeu a sessão, retomando em seguida para o voto de Dias Toffoli.

No primeiro dia de julgamento, somente dois ministros proferiram seus votos. Alexandre de Moraes acompanhou o entendimento do relator, Edson Fachin. Para os ministros, na fase de homologação, cabe ao Judiciário verificar somente a legalidade do acordo, sem interferência nos benefícios da delação e nas declarações dos investigados ao Ministério Público.

O julgamento foi motivado por uma questão de ordem apresentada pelo ministro Edson Fachin, relator dos processos que tiveram origem nas delações da empresa. Os questionamentos sobre a legalidade dos acordos da JBS foram levantados pela defesa do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, um dos citados nos depoimentos dos executivos da empresa. A defesa contesta a remessa do processo a Fachin, além dos benefícios concedidos ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS.

Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado (fotografia: Marcelo Camargo / EBC / FotosPúblicas)

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