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Segunda-feira, Abril 22, 2024

Adoração do Cordeiro Místico, Jan Van Eyck

Guilherme Antunes
Guilherme Antunes
Licenciado em História de Arte | UNL

É a obra mais antiga da fascinante pintura dos primitivos flamengos (1432). Obra-prima grandiosa de inovação artística. É igualmente o primeiro trabalho que o pintor assina, apesar de já andar à volta de 40 anos.

Pelas suas dimensões (3,75×5,20) é um majestoso jogo visual que propõe uma leitura enciclopédica do mundo cristão.

A centralidade do cordeiro que verte o seu/nosso (?) sangue sacrificial numa vã tentativa de redimir a Humanidade faltosa das virtudes (teologais), é apenas uma das múltiplas visões que, anunciando o Renascimento, mantém uma portentosa perspectiva em que não é, ainda, o encontro com o “uomo universale”.

Nota da Edição

Jan Van Eyck (1390-1441)

Foi um grande pintor flamengo do século XV, fundador do estilo do gótico tardio influenciando assim o Renascimento e, por isso, é visto como o mais célebre dos primitivos flamengos. Devido a toda a sua capacidade inovadora é considerado um dos grandes mestres da pintura mas são poucas as informações seguras sobre a sua vida.

Jan Van Eyck nasceu na Holanda, onde trabalhou desde 1422 a 1424. Começou a desenhar e a pintar quando trabalhava na oficina do seu irmão Hubert Van Eyck.

Embora documentos atestem a existência de Hubert Van Eyck, a sua intervenção numa das obras de Jan e a sua relação familiar com o mesmo permanecem polémicos.

Por volta de 1421 Jan tornou-se mestre deixando a oficina do seu irmão. Em 1422 foi nomeado pintor oficial de João de Baviera, conde de Holanda e 3 anos mais tarde muda-se para Lille (uma cidade no norte de França) e fica ao serviço do duque de Borgonha, Felipe o Bom, para quem realizou várias missões diplomáticas secretas(cargo que manteve até à sua morte) em Espanha e em Portugal.

A sua visita influencia bastante os primitivos flamengos destes países. Em Portugal esta radical mudança é visível nos painéis de S. Vicente de Fora (Museu de Arte Antiga).

Em 1430 Van Eyck inicia o seu trabalho, o políptico “A Adoração do Cordeiro Místico” com o seu suposto irmão Hubert e finalizou-o um ano após mudar-se para Bruges por volta de 1431 onde casou e permaneceu até ao dia da sua morte em 1441.

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