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João de Sousa

Segunda-feira, Março 18, 2024

Acasos na política

No dia vinte e quatro de fevereiro do corrente ano da graça de dois mil e vinte e dois a Rússia invadiu a Ucrânia.

Já o havia feito na noite do dia vinte e sete para o dia vinte e oito do ano de dois mil e catorze ao invadir e posteriormente anexar a Crimeia como sendo território da Federação Russa iniciando assim um processo de intenção em ocupar a Ucrânia na sua totalidade.

Ocupou parte do território Ucraniano tendo reduzido a cinzas localidades onde destruiu edifícios de habitação; hospitais; escolas; complexos industriais; infraestruturas rodoviárias, ferroviárias, aéreas, portuárias e outras.

Matou pessoas indiscriminadamente: crianças; jovens; adultos e idosos independentemente do sexo, convicções ideológicas, ou outra qualquer diferença identitária de credo, cor, raça ou outras.

Em nome da Federação Russa o epicentro do poder em Moscovo sediado no Kremlin ordenou uma “operação militar especial” antecedida por “manobras militares” preparatórias à “vista desarmada” de que iria invadir a fronteira Ucraniana e avançar sobre Kiev a pretexto de uma desnazificação do poder existente no Pais invadido embora se soubesse literalmente de que a sua intenção era a de conter uma potencial ameaça para a sua integridade territorial face às intenções deste país, a Ucrânia, de aderir à NATO e integrar a União Europeia. A ocupação e anexação era por demais evidente para o cidadão comum.

Os argumentos ou “narrativas” usados para consumo mediático das civilizações ocidentais e outras civilizações suficientemente esclarecidas neste e noutros domínios em que a disputa do poder internacional começa no ganho dos diversos poderes nacionais esbarraram em uma poderosa contra informação hostil devidamente organizada na grande maioria dos Países desenvolvidos com capacidade nuclear de guerra onde as conhecidas cautelas de um gigante mundial, a China, que até ao momento soube gerir os seus interesses no puzzle internacional dialogando com as partes em confronto de forma a não se comprometer diretamente com nenhum dos beligerantes ativos ou interessados, e a India que com as suas assimetrias sociais dantescas e o superior estádio de  dependência económica e social internacional, nem sequer se imiscuiu ou pronunciou sobre este assunto em concreto. Mas, no tocante à China, como o seu pendor para um dos lados seria determinante para um desenlace de equilíbrio, ou desequilíbrio, do atual estado da correlação das forças económicas e do seu braço militar no novo mapa geopolítico e geoestratégico, aconteceu o episódio Taiwan. Porque, nos meandros das atividades financeiras e económicas internacionais, nada acontece por acaso.

A comunidade internacional liderada pelos Estados Unidos da América com a Inglaterra a servir de frente de combate de forma a suprir as conhecidas  hesitações da União Europeia muito em consequência da sua organização politica interna de que só resulta uma posição unanime quando a ameaça se apresenta com um desfecho dantesco perigando a sua existência coletiva através das consequências diretas e indiretas sobre os seus países membros,  que não foram surpreendidos por estas movimentações militares e a resultante operação de guerra em escala controlada, “operação militar especial” – na ótica de Moscovo – , presumindo ser um conflito de curta duração sem os efeitos nefastos que hoje os seus povos sentem na pele, uma vez que a conjugação de esforços em matéria de defesa com as demais potencias hostis a Moscovo possuem dos melhores serviços de inteligência existentes no mundo e interagem na sombra das movimentações politicas e outras insertas nos corredores do poder internacional, impelidas pelos interesses financeiros organizados, reagiram em coro concertado posteriormente aprovado em reuniões feitas para o efeito mas, cujo desfecho já era por demais evidente na tentativa de um novo ordenamento geopolítico e geoestratégico mundial onde os interesses em disputa são já ancestrais.

Aquilo que nunca disseram aos seus povos é que os efeitos económicos comuns bilaterais, e os danos colaterais, seriam impactantes no seu quotidiano ao ponto de se poder vir a verificar alterações profundas nas dinâmicas politicas internas em face da perda de qualidade de vida e, em instancia extrema, das condições ambientais necessárias à sobrevivência das espécies.

É perante esta nova conjuntura em que o controlo dos acontecimentos se perde que surge a questão de Taiwan na primeira linha do possível confronto bélico após uma visita inoportuna de um alto representante dos Estados Unidos da América no atual quadro conjuntural internacional.

Mas, como, nestes “jogos” de poder e de influência internacional, nada acontece por acaso, sobra a Humanidade para refletir e agir em consonância.

Enquanto isso, morrem milhares de pessoas em guerras fratricidas por todo o mundo; de fome; de pobreza extrema; em busca de melhores condições de vida; vitimas de fenómenos naturais em consequência das alterações climáticas; e muitas outras circunstancias inconcebíveis no quadro do atual conhecimento Humano sobre soluções para a vida.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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