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Quarta-feira, Março 27, 2024

Água Contaminada em Flint: ex-responsável de agência federal culpa o estado do Michigan

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A antiga administradora da Environmental Protection Agency (EPA) dos EUA, Susan Hedman, culpou funcionários do estado do Michigan pela crise da água contaminada na cidade de Flint, situada naquele estado, revelou o The Guardian.

Susan Hedman prestou declarações perante um comité do Congresso daquele país, que está a investigar o caso, e alegou que se demitiu devido a “alegações falsas” divulgadas pelos media de que falhara ao lidar com a crise; foi acusada de nada fazer para evitar danos nas crianças da cidade, mas a ex-administradora insistiu que os agentes estatais é que não agiram perante as preocupações da EPA.

Hedman alegou ter tomado conhecimento do caso em Junho de 2015 e que concordara com um plano para resolver o assunto em três semanas. Acrescentou que “em Fevereiro de 2015 a EPA inquiriu acerca do controlo de corrosão, e foi-nos dito que estava optimizado ao máximo – mais tarde, Michigan admitiu que não estava”, enfatizou a testemunha, acrescentando que a agência da qual era administradora “avisou o Departamento de Qualidade do Ambiente do Michigan repetidamente, enfática e urgentemente para implementar esse controlo o mais depressa possível”.

Admitiu que nada do que se passou deveria ter-se passado, e “horrorizei-me que se passasse na minha região ”, declarou Hedman, citada pelo jornal britânico. Defendeu a EPA mas admitiu que “poderíamos ter feito mais”.

Porém, estas declarações não isentaram a ex-administradora de ataques. O congressista Jason Chaffetz foi drástico: “Você estragou tudo e estragou a vida das pessoas”, enquanto que Marc Edwards, o cientista de Virginia Tech que expôs o envenenamento por chumbo a pedido dos habitantes de Flint, acusou o comportamento de Hedman de “inaceitável e criminoso”.

“O principal é que ela nada fez imediatamente para evitar que as crianças de Flint corressem riscos”, acusou, acrescentando que só se começaram a tomar medidas quando as amostras começaram a ser recolhidas. Este cientista não só acusou a EPA de criar um clima “onde vale tudo” como chegou a dizer que as análises à água são “manipuladas” com regularidade em todo o país.

Por sua vez, Darnell Earley, o gestor de emergência nomeado para supervisionar a mudança de fonte de água canalizada na região, foi mais longe e chegou a declarar que “fomos enganados pelos especialistas no departamento e pela EPA”, acrescentando que ele próprio fora “perseguido injustamente e transformado no vilão” no seu papel nesta crise.

De acordo com o The Guardian, o anterior mayor (equivalente a presidente da câmara) de Flint, Dayne Walling, também declarou ter tido “crescentes preocupações” à medida que mais pessoas se queixavam da qualidade da água, mas que as autoridades asseguravam que tudo estava bem.

A comissão de inquérito do Congresso norte-americano sobre o caso da água contaminada de Flint prossegue os seus trabalhos na Quinta-Feira, onde o contestado governador de Michigan, Rick Snyder, vai prestar declarações sobre o assunto, bem como Gina McCarthy, administradora da EPA.

 

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