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Sábado, Abril 20, 2024

Cimeira do Clima em Paris: Habemus Acordo!

Cimeira do Clima - Paris 2015

Ao fim de duas semanas de negociações, os países reunidos em Paris, na Cimeira do Clima,  aprovaram acordo que pretende abrandar os efeitos do aquecimento global.

O documento aprovado por representantes de mais de 190 países, reunidos na capital francesa, entrará em vigor em 2020. Até lá, as várias partes comprometem-se a promover a ratificação e implementação das medidas alteradas no Protocolo de Quioto e nos Acordos de Cancún e ainda reforçar um exame técnico ao apoio necessário para efectivação das medidas previstas o nível económico, ambiental e social. Um dos suportes para a “assistência técnica” será o Centro de Tecnologia do Clima das Nações Unidas.

O principal objectivo proposto pelo acordo é a imposição de um limite para o aumento da temperatura global em níveis pré-industriais. Inicialmente abaixo dos 2ºC e, a longo prazo, estabelecer esta meta nos 1,5 graus centígrados. Esta medida é, segundo os apoiantes do acordo, essencial para reduzir os efeitos extremos do aquecimento global como ondas de calor, vagas de seca, cheias ou subida do nível do mar.

Os compromissos apresentados no acordo deverão ser revistos de cinco em cinco anos. No entanto, o documento prevê uma avaliação bianual, qualitativa e quantitativa, dos gases emitidos. Todo o documento prevê e sublinha a transparência e clarificação das medidas e resultados obtidos pelas várias partes assinantes.

Acordo universal

Embora estejam representados muitos países na Cimeira do Clima, os envolvidos querem que mais organizações e nações se juntem à causa ambiental. Por isso mesmo, o acordo solicita que o Secretariado-Geral das Nações Unidas o tenha aberto para assinatura em Nova Iorque, Estados Unidos da América, a partir de 22 de Abril de 2016 até 21 de Abril de 2017.

Aos países em desenvolvimento, deverá ser prestado apoio numa lógica cooperativa, por forma a que consigam implementar medidas redutoras da emissão de gases, nomeadamente no que diz respeito à tecnologia. A nível financeiro, o acordo pretende avançar com uma verba de 90,9 mil milhões de euros anuais para estes países, a partir de 2020.

Medidas insuficientes para ONGs

Após ser conhecida a proposta de acordo na passada sexta feira, várias organizações não governamentais (ONG) juntaram-se no dia da votação (hoje) para mostrar o seu descontentamento.  Esta manifestação acontece depois de terem sido proibidos grandes aglomerados de pessoas na capital francesa, devido aos actos de violência decorridos há duas semanas.

A manifestação, pacífica, juntou milhares de participantes junto ao Arco do Triunfo, em Paris. Para os ambientalistas, as medidas propostas na Cimeira são insuficientes. Em declarações à agência de notícias EFE, o activista dos Ecologistas em Acção, Samuel Martin Sosa afirmou: “São os cidadãos que têm de liderar em matéria de alterações climáticas, não podemos confiar nos nossos políticos, porque eles estão a falhar desde há 23 anos”.

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