Para além das sessões de Abertura e Encerramento, a iniciativa contou com sete painéis de debate.
Durante a manhã, os participantes puderam optar entre dois temas.
- “A Dívida” – moderada por Pedro Filipe Soares líder parlamentar do BE e contou com Eugénia Pires, João Galamba e Ricardo Cabral como oradores.
- “Segurança Social” – moderada por Ricardo Moreira e participação de Eugénio Rosa, Fernanda Rodrigues, Pedro Adão e Silva e Sérgio Aires.
No período da tarde, foram cinco os temas debatidos em sessões específicas:
- “Políticas de investimento”, com Jorge Costa, moderador e um painel integrado por Carlos Matias, Fernando Nunes da Silva e Manuel Collares Pereira.
- “Trabalho”, moderada por José Soeiro, do BE, e com os oradores António Chora, João Leal Amado, Maria da Paz Lima, Sara Falcão Casaca e Tiago Gillot.
- “Educação e Investigação”, com a presença dos oradores Ana Benavente, Cristina Roldão e Gonçalo Velho, moderada por Joana Mortágua.
- “Política Fiscal”, que teve como oradores Carlos Pimenta, Glória Teixeira e Paulo Ralha, e foi moderada por José Gusmão.
- Por fim, o tema que suscitou um debate mais prolongado e contou com um painel de oradores em maior número, “Saúde”, foi moderada por Moisés Ferreira, e contou com Ana Jorge, António Leuschner, António Rodrigues, Guadalupe Simões, João Correia da Cunha, João Rodrigues, João Semedo, Jorge Espírito Santo e José Manuel Boavida.
A Conferência abriu com as intervenções de Mariana Mortágua deputada do BE, Francisco Louçã economista e ex-coordenador do BE, João Ferreira do Amaral, economista e Nicolau Santos, jornalista. Mariana Mortágua, referiu o objectivo da iniciativa, “debater o orçamento que temos, as suas falhas e as virtudes que certamente tem, mas sobrtudo, debater o espaço actual para as políticas do orçamento”. E acrescentou que “o actual orçamento é feito de escolhas”. Realçou, ainda, aquilo a que chamou “A má ideia do pagamento da dívida com políticas de austeridade” afirmando que “Com os montantes actuais de dívida não é possível fazer investimento público”.
João Ferreira do Amaral, referiu que “No quadro do Orçamento de Estado para 2016 se não houvesse uma aposta na procura interna teria havido em Portugal uma recessão este ano”.
Nicolau Santos debruçou-se sobre o crescimento económico, afirmou que “Portugal, foi o Tigre Celta na década de 80 do século passado, com taxas de crescimento de 4%”, mas que a partir do início deste século, “a economia portuguesa tem vindo a decrescer, situando-se em taxas médias de 0,4%”. Nicolau Santos lançou um desafio aos partidos de esquerda, “O desafio utópico de não deixarem passar a oportunidade de aposta no investimento tecnológico”.
Francisco Louçã, começou por afirmar que “já foi chamada a atenção para alguns dos riscos que iremos viver no próximo ano, a desagregação política Europeia ou em alguns países Europeus, continuam em negociação alguns tratados como o TTIP e o CETA, que são fortíssimas ameaças aos direitos sociais e aos direitos ambientais, riscos na banca italiana e alemã, riscos no BCE e no sistema financeiro, e tudo isto pode potenciar riscos à economia portuguesa”.
No final da sua intervenção Francisco Louçã realçou o facto de “o nosso risco imediato ser já a Divida, e o debate sobre a restruturação da mesma”.
O encerramento dos trabalhos coube a Catarina Martins, que afirmou que “o Bloco de Esquerda cumpre os seus compromissos e este orçamento do Estado, objectivamente, aumenta rendimentos do trabalho, cumpre o compromisso de não precarizar e privatizar mais, de não aumentar os bens essenciais”, e acrescentou “no deve e no haver, em 2017, quem vive do trabalho será mais respeitado e, por isso, o Bloco de Esquerda vai votar a favor na generalidade”.