Os italianos partilham com os portugueses esta capacidade de fazer humor mesmo (ou sobretudo…) com as coisas sérias. E esta é mesmo muito séria e de longo prazo. Depois da chegada de Salvini (um ex-comunista…) ao governo, o fecho dos portos italianos ao “negócio” dos “migrantes” (a segunda maior indústria da Libia, depois do petróleo…) fez derivar mais para ocidente os barcos deste tráfico humano. A leviandade da reacção espanhola ao abrir os portos aos barcos que falhavam a entrada em Itália levou ao aparecimento das “pateras” pelas praias mediterrânicas de Espanha e ao deslocamento para oeste dos pontos de embarque (a indústria deslocaliza-se…).
Marrocos começou, entretanto, a explicar aos europeus que não está a receber a ajuda necessária para controlar as suas fronteiras e poder impedir o trânsito das massas “migrantes” em movimento… Merkel, face à nova situação, veio passar uma semana de férias à Baixa Andaluzia, ao Parque Natural Donana (munido de um excelentíssimo palácio para convidados de Estado) onde aproveitou para, ao abrigo de olhares indiscretos, negociar com Pedro Sanchez o apoio a Marrocos e… a Espanha. Sim, porque, diz Merkel, “os migrantes são um problema europeu e todos temos de ser solidários”. No Donana, atrás de grades, Merkel só viu uns linces, ali em cativeiro para reprodução.
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