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João de Sousa

Quinta-feira, Abril 25, 2024

Na dia em que se comemora a Liberdade, não podemos esquecer José Sócrates!

A sua governação foi absolutamente inédita. Sócrates foi o maior reformador e o maior modernizador de Portugal e da Sociedade Portuguesa de todos os tempos. Durante a sua governação, Portugal viria a destacar-se internacionalmente em domínios como a Educação, a Ciência e a Tecnologia, a Investigação Científica, a Energia e o Ambiente e na Saúde.Sócrates promoveu o acesso e a utilização das novas tecnologias na Escola e na Administração Pública. Promoveu o regresso à Escola e o aumento das qualificações dos Portugueses, o que muito contribuiu para uma melhoria da autoestima de todos aqueles que beneficiaram das Novas Oportunidades. Combateu a burocracia e a ineficiência do Estado. Introduziu o Inglês (uma língua universal) nas Escolas de forma a tornar os jovens Portugueses mais competitivos.

Durante a sua governação, Portugal passou a ocupar lugares de destaque nos Rankings mundiais, em domínios como a Investigação Científica, no Ensino Superior, no Investimento em Energias Renováveis, na promoção da mobilidade elétrica, na Saúde, na Educação, etc. Sócrates foi, é, e será sempre um Líder, em qualquer circunstância, e em qualquer parte do Mundo.

É carismático. A sua boa figura é elogiada internacionalmente. Sócrates está bem preparado politicamente. É um Político nato. O seu brilhantismo ofusca e enche de inveja os seus adversários. O seu espírito corajoso e combativo esmaga-os politicamente. Mas todas estas qualidades não lhe trazem só vantagens. Sócrates é um socialista no sentido da luta pela defesa das classes mais desfavorecidas. A sua ação política esbarra nos interesses corporativos e nos grandes lobbies que sempre dominaram Portugal. A sua visão de futuro e de desenvolvimento coloca-o em rota de colisão com o obscurantismo religioso e com o revanchismo da direita fascista portuguesa. Não admira, pois, que tenha inimigos.

O invejoso não procura ultrapassar a sua desvantagem com mérito. Em vez disso boicota. Persegue, calunia, humilha. A arma dos invejosos é a mentira. A mentira visa destruir o adversário, fazendo recair sobre ele suspeitas e falsas acusações. Ao ver o adversário diminuído, o invejoso vê atenuado o seu complexo de inferioridade e sente-se vingado. A terrível campanha de demonização de Sócrates é a prova mais cabal da miséria moral e intelectual dos seus inúmeros inimigos políticos. A demonização de Sócrates é apenas uma das componentes de uma estratégia mais ampla de contra-informação que visa a manipulação da opinião pública.

Em política, as campanhas de contra-informação visam atirar areia para os olhos, desviar as atenções, promover o ódio, o desconforto, o medo e a insegurança, de forma a tornar a população mais receptiva ao embuste. O objetivo dos embusteiros é “o pote”, como bem afirmou um dos seus muitos adversários. A blogosfera e as redes sociais vieram facilitar sobremaneira a vida aos embusteiros. Nunca, como hoje, foi tão fácil condicionar os média e a opinião pública através da publicação de mentiras, da manipulação de fóruns e de debates nas rádios e nas televisões.

A máquina de propaganda de Passos Coelho percebeu isso melhor do que ninguém. É do conhecimento público que Passos Coelho reunia frequentemente com bloggers. É do conhecimento público que a máquina de propaganda de Passos Coelho fornecia frequentemente material informativo aos bloggers com orientações acerca de como condicionar os media e a opinião pública.

Miguel Relvas é tido como o mentor da campanha de propaganda e contra-informação de Passos Coelho. Este batalhão de voluntários “jovens e frenéticos, imersa dos pés à cabeça no mundo da net e imbuída de um messianismo que não olha a meios para erigir um país novo”, tal como se lhes refere Manuel Carvalho num artigo intitulado “Campanha Tóxica” (Público, 2015) colhia grande auto-satisfação com estas atividades. Diz Jorge Mendes, num artigo intitulado “A hora dos jornalistas” (JN, 2015), que bastava que a máquina de propaganda disparasse uns tweets, posts, SMS, MMS e esperar que os “likes” e os “shares” fizessem o seu caminho que, passado algum tempo, até as televisões já falavam sobre o assunto. Os opinion makers não tardavam a dar crédito e importância a estas teses conspirativas. A comunicação social tornou-se um alvo fácil dos conspiradores.

Foi assim que Passos Coelho derreteu e destronou os adversários internos e ascendeu a Secretário Geral do partido. Foi também assim que Passos Coelho viria a derrotar José Sócrates em 2011. Convém notar que, tal como referido por Manuel Carvalho, “pelo menos 11 destes operacionais, entre eles o ex-ministro Álvaro Santos Pereira ou o influente deputado Carlos Abreu Amorim, acabariam por ver a sua ação premiada com altos cargos no Governo ou na Assembleia”. Isto, por si só, já diz muita coisa acerca da qualidade moral e intelectual do executivo anterior!

“Sócrates levou o país à ruína”, “Sócrates chamou a troika”, dizem os embusteiros! A crise de 2008 pôs em evidência as fragilidades do Euro, a falta de atitude do BCE e a intransigência do Governo Alemão. A máfia financeira internacional não tardou a perceber estas fragilidades e montou um verdadeiro cerco às economias mais frágeis da zona Euro.

Sócrates negociara de forma brilhante com a UE um pacote de ajuda financeira que teria que ser ratificado pelo parlamento nacional. O aparelho do PSD percebera que essa era a sua oportunidade de derrubar o governo. A malta de Passos descobrira aí a sua oportunidade de “ir ao pote”! “Ou vamos ao pote, ou vais de volta para Massamá”, foi o ultimato de Marco António Costa. E Passos não tardou a fazer-lhe a vontade, ele próprio sedento de poder, arrastando Portugal e os Portugueses para uma situação caótica que nos deixou inteiramente à mercê dos credores internacionais.

Como se não bastasse, Passos ainda teve coragem para atirar as culpas para cima do homem (José Sócrates) que ligou para a linha de emergência! E, não é que o povo embarcou nesse embuste?! A retórica dos embusteiros segue à risca a cartilha da Kriegspropaganda (propaganda de guerra) Nazi. Um discurso nivelado por baixo, dirigido às massas, destinado a incutir na opinião pública a crença na existência de um vilão e de um potencial salvador. Um discurso de chavões, feito por amadores, tal como foi referido por Belmiro Fernandes Pereira (especialista em retórica, FLUP). Um discurso recheado de truques fáceis, mas que “não cola com a realidade”.

Mas, quem se interessa pela Verdade? Quem quer saber da realidade, quando a mentira até dá jeito? Tal como dizia o ministro da máquina de propaganda Nazi, mentiras repetidas até à exaustão acabam por se tornar verdades. A narrativa pegou… pegou, inclusivamente, dentro do PS. A narrativa foi continuamente reforçada pelos comentadores afetos ao Governo que proliferam nas televisões, fazendo Kriegspropaganda sem qualquer espécie de contraditório.

De tal forma que Sócrates sentiu necessidade de quebrar o silêncio e de regressar ao debate político para repor a verdade e para se defender. Fê-lo de forma tão certeira e eficaz que não tardou a infligir baixas na coligação. Primeiro Relvas, a seguir Victor Gaspar, Portas esteve por um fio, por causa de Portas, saiu Álvaro Santos Pereira… por fim, Miguel Macedo! Os estragos causados pelas verdades de Sócrates ao governo de coligação de direita foram tantos e tão sérios que havia urgência de o calar antes que não restasse pedra sobre pedra.

A Ministra da Justiça deixava já transparecer que algo estaria para acontecer, quando dizia que o tempo da impunidade estava a chegar ao fim! Pouco tempo depois, Sócrates acabaria detido, da forma mais sinistra e maquiavélica, pela autoridade tributária (e com o país todo a assistir pela televisão!) e indiciado por vários crimes que até hoje ninguém percebe! Um órgão de comunicação social transformado em porta voz do sistema judicial! Um Estado de Direito em que, depois deste caso, já muito pouca gente acredita, a trazer de volta o terror e os atropelos do fascismo! Uma justiça que aparenta querer impor-se pelo medo e não pelo merecido respeito!

É por isso que, independentemente de partidos ou de ideologias, todos aqueles que não pactuam com a injustiça, com a mentira e com infâmia, se devem mobilizar corajosamente na defesa da dignidade humana e dos princípios de um Estado de Direito democrático e decente. É hora de pensarmos por nós próprios, pondo de parte os ódios completamente infundados e irracionais que nos quiseram incutir. É hora de repor a verdade e de desmascarar o embuste. É hora de acabar com a injustiça. É hora de exprimir, alto e bom som, a nossa indignação. É hora de exercer plenamente a Liberdade tão duramente conquistada pelos heróis de Abril. É hora de despertar da mentira, da inércia e de ter coragem e a verticalidade para romper com o cinismo. É hora de apoio a José Sócrates, para que o desastre em que caminhamos a passos largos não se consume em plenitude e nos arraste a todos nós!

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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