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João de Sousa

Quarta-feira, Março 27, 2024

O que é a psicografia

A palavra psicógrafo vem do grego psiké (alma) e graphô (grafia/escrita). Psicógrafo é aquele que faz psicografia, é o médium escrevente. Entendendo-se por médium todo aquele que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade. O médium é um intermediário entre os Espíritos e os homens.

Essa faculdade é inerente ao homem, e são raras as pessoas que a não possuem pelo menos em estado rudimentar. Assim, podemos afirmar, que todos nós somos mais, ou menos médiuns. De notar que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns têm, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenómenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. As principais são: médiuns de efeitos físicos, sensitivos, auditivos, falantes, videntes, curadores, anímicos, pneumatógrafos (voz direta) inspirados, pintores, poliglotas, escreventes ou psicógrafos.

A psicografia dá-se quando o Espírito age diretamente sobre a mão do médium, dando-lhe um impulso completamente independente da vontade do médium. Ela avança sem interrupção, enquanto o Espírito tiver alguma coisa a dizer. O que caracteriza o fenómeno, nesta circunstância, é que o médium não tem a menor consciência do que escreve (são chamados os médiuns passivos ou mecânicos). É a psicografia direta, sobejamente provada pela imensa bibliografia mediúnica lançada no mundo. No Brasil, basta atentarmos para a obra exemplar de Francisco Cândido Xavier e de Divaldo Pereira Franco. Francisco Cândido Xavier psicografou mais de quatrocentas obras/livros, e Divaldo P. Franco, cerca de duzentos e sessenta. Ambos são dotados de variadas formas de mediunidade. De salientar que de qualquer dos modos, e como todo o ato mediúnico, ele é resultante da colaboração do médium. A psicografia pode ser inconsciente, semi-inconsciente ou consciente.

Afora todos os livros psicografados, Francisco Cândido Xavier durante toda a sua trajetória mediúnica, era muito procurado, sobretudo por mães, de várias partes do mundo, que o procuravam, na sua imensa dor, desesperadas, em busca de notícias dos seus filhos que haviam partido. Mas como ele sempre repetia, “ O telefone não funciona de cá para lá, mas sempre de lá para cá”, querendo com isso dizer que ele não podia atender a todos e a tantos pedidos, que tanto lhe amarguravam o coração, desejando consolar a todos, pois que não dependia dele as mensagens recebidas. Como funcionavam essas mensagens? A pessoa que desejasse receber notícias do seu ente querido, num papel sobre a mesa, colocava tão somente o seu nome e o nome da pessoa falecida ou desencarnada, como se diz na terminologia espírita. “Quando o telefone decidisse comunicar”, Chico Xavier, com uma das mãos sobre os seus olhos fechados, começava a escrever com a outra mão, amparado por alguém que lhe ia retirando, uma a uma, as muitas folhas em branco onde escrevia (sempre a lápis) para melhor facilitar a tarefa. Após a tarefa concluída, ele chamava a pessoa que esperava receber notícias de algum seu ente querido. Tantos eram os detalhes expostos nas cartas escritas (psicografadas), com vários nomes completos, datas precisas, recados e mensagens que só o próprio destinatário entendia, muitas das vezes, que a realidade mostrava e desmascarava toda e qualquer incredulidade. A captação do subconsciente do destinatário tão pouco podia ser possível, pois que muito comumente o destinatário desconhecia os nomes mencionados (que viria a confirmar depois), passagens só vividas entre o desencarnado e as pessoas a quem ele se referia, e por aí fora.

Para se ter um exemplo da veracidade dessas cartas psicografadas, o pesquisador da Universidade Estadual de Londrina (Estado do Paraná, Brasil), Carlos Augusto Perandréa pesquisou e estudou cerca de 400 cartas psicografadas por Chico Xavier em transes mediúnicos, utilizando as mesmas técnicas com que avalia assinatura para bancos, polícias e o Poder Judiciário, a grafoscopia. Perandréa comparou então a letra padrão dos indivíduos antes da morte e depois nas cartas psicografadas, chegando à conclusão de que todas as psicografias que estudou possuem autenticidade gráfica dos referidos mortos.

O Espiritismo ou a doutrina espírita assenta em três pilares básicos: a imortalidade do Espírito, a comunicabilidade dos Espíritos, e a reencarnação. É uma doutrina filosófica com base na razão e na lógica.

Chico Xavier

Em tudo o que é dito e descrito sobre os fenómenos mediúnicos, não podemos estar nunca desprevenidos e deixar de estar vigilantes quanto ao charlatanismo que muitas vezes, e lamentavelmente, grassa na sociedade. Fáceis, porém, de serem desmascarados e desmistificados, ainda há quem os siga, por ignorância e ingenuidade, mas sobretudo por falta de estudo e de conhecimento da doutrina (espírita) de como esses fenómenos se processam. De referir que todos os colaboradores e seguidores da doutrina espírita, jamais fazem uso comercial da sua mediunidade. Chico Xavier, Divaldo P. Franco e todos os outros médiuns, de maior ou menor porte, sempre reverteram para obras de beneficência os lucros dos seus milhões de livros psicografados vendidos.

Quem estiver interessado em estudar e saber o que é o Espiritismo, aconselho começar pelos livros de Allan Kardec. “ O Livro dos Espíritos”; “O Livro dos Médiuns”; “ A Génese”. Estes três são suficientes. Depois desta introdução, aconselho os livros psicografados por Chico Xavier, do Espírito André Luiz (pseudónimo). São 16 no total. É neles que vamos saber como tudo acontece no Mundo Espiritual, os muitos planos deste, o intercâmbio entre ele e o planeta Terra (e consequentemente, nós, enquanto encarnados). “E a vida continua”, “ Nos domínios da mediunidade”, “Os Mensageiros da Luz”, “ No Plano Maior”, “Nosso Lar”, são alguns desses livros. Foi feito um filme sobre o livro “Nosso Lar” (com o mesmo nome), que ficou excelente e muitíssimo fiel à obra. Está no Youtube, completo. Como aconselho estes, poderia aconselhar muitos mais, pois a obra é vastíssima como já referenciei. Depois destes, outros poderão ler porque os encontrarão na FEP (Federação Espírita Portuguesa) ou em qualquer Centro Espírita mais próximo da área de residência.

Estude e viva, é o lema principal da doutrina espírita. Assim seja, pois.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90



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