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João de Sousa

Quarta-feira, Março 27, 2024

O suicídio

Assunto demasiado sério e demasiado grave que sempre acarreta um enorme sofrimento e uma enorme dor para quem tem que lidar com o suicídio de algum familiar, mais ou menos próximo, sobretudo mais próximo.

Um filho que se suicida, por exemplo, não pode imaginar sequer a tremenda e inexplicável dor que os seus pais, irmãos, e demais familiares sentem com a morte inesperada e violenta que o levou ao suicídio.

O suicida é, por si, um infeliz, mas mais do que infeliz, é um egoísta, que não pensou no estado de padecimento e de incredulidade perante o sucedido por parte dos seus familiares. Que muitas das vezes se culpabilizam sobre o que poderiam ter feito para evitar tamanha tragédia.

Quem se suicida ou pensou pôr termo à própria vida, desconhece que a morte simplesmente não existe. Com a agravante que esse ato terá, inevitavelmente, as suas consequências, porquanto ninguém poderá ir contra a ordem e o equilíbrio, assim como contra as próprias e imutáveis Leis da Vida, em que o suicídio é, por excelência, a transgressão mais pesada que alguém pode cometer, superior ao próprio homicídio.

Um segundo de irreflexão que conduz ao suicídio, quantas vezes poderá levar a muitos séculos de compulsórios reajustes, uma vez que a infração suicidária é sempre um feito que obriga a quem o cometeu, à sua inevitável reparação.

É por total ignorância de como as coisas, de facto, funcionam, que leva o suicida a pensar que os problemas e as angústias aqui deixados, aqui permanecerão, com a morte do seu corpo físico, desconhecendo que os leva consigo, pois que continua a viver, mais vivo do que nunca, porque liberto do envoltório carnal. Com o incomensurável prejuízo do delito cometido.

O suicida, ao abandonar o seu corpo físico, sempre se vê e se depara com a vida que não terminou e não cessa nunca. E se vê numa imensa solidão, porque as influências externas que o sustentavam e lhe transmitiam toda a força necessária à consumação do ato, logo a seguir se afastam, deixando-o à mercê da própria sorte. Sorte essa que se traduz em inenarráveis martírios, de lugares onde sobressai a escuridão densa, a bruma densa, e todas as formas de penas e pesares, onde legiões de seres se amontoam, deambulando perdidos e sombrios, à imagem da paisagem e do ambiente tenebroso onde se movimentam.

Todo o suicídio, no entanto, tem as suas particularidades, mais, ou menos, graves, com mais, ou menos, atenuantes. E pese embora o procedimento, absolutamente ninguém se encontra ao abandono. Falanges de espíritos benfeitores e de Luz permanecem vigilantes e diligentes para quem pede ou implora por ajuda. Ao que também nunca são alheias as preces de quem no plano físico ora fervorosamente, clamando por misericórdia, perdão e socorro por aqueles que vivem, mas que, num raciocínio falho, julgaram a morte em ambos os planos, como certa.

Informação adicional

Artista: Édouard Manet
Título: Le Suicidé
Dimensões: 38 cm x 46 cm
Tecnica: Óleo sobre tela
Criação: 1877
Local: Foundation E.G. Bührle, Zurique, Suíça
Período: Impressionismo


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90



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