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João de Sousa

Domingo, Outubro 6, 2024

Outras paragens… outras culturas… sem Natal

 

Por ser uma festa religiosa, outras culturas não absorvem a tradição e não comemoram o Natal.

Reconhecendo-se a religião como parte da Cultura de um Povo ou de uma Comunidade, o Natal é uma comemoração tradicional dos cristãos que simboliza o nascimento de Jesus Cristo. Ainda assim, nem todos os cristãos celebram o feriado do dia 25 de Dezembro.

Os cristãos estão repartidos por diversas confissões: católica (apostólica romana, da Igreja maronita, católica greco-melquita, católica caldeia, católica copta e católica armênia); ortodoxos (da Igreja greco-ortodoxa de Antioquia, ortodoxa siríaca, apostólica armênia e ortodoxa copta) e assírios do Oriente. Conforme as suas tradições, alguns celebram o Natal em datas diferentes: os coptas, por exemplo, no dia 29 de Dezembro.

Culturas como o islamismo, budismo, judaísmo, hinduísmo, taoísmo, xintoísmo são algumas das quais para quem o significado do nascimento de Cristo é diferente daquele que lhe é atribuído no cristianismo. Cada uma tem as suas crenças, peculiaridades e até mesmo calendários diferentes – i.e., a sua própria religião.

Islamismo

Nos países islâmicos, como a Indonésia, o Paquistão, o Bangladesh, a Turquia, o Egito, a Nigéria, a Líbia, o Irão, é atribuída maior relevância aos ensinamentos de Maomé, o profeta que teria vivido entre os anos 570 e 632 d.C, e que teria vindo completar a sua mensagem.

Os muçulmanos aceitam a figura de Jesus Cristo como um dos cinco profetas que vieram trazer a palavra de Deus ao homem. Por isso, mantêm apenas uma relação de respeito com a data, que não é considerada sagrada para o seu credo.

O islamismo comemora apenas duas festas religiosas: o Eid wl-Fitr, após o terminus do mês de jejum (Ramadão) e o Eid al-Adha, a obediência do Profeta Abraão a Deus.

O ritual da reunião na Mesquita tem como objectivo ler e lembrar o nascimento do profeta, a sua vida, e os seus valores.

Budismo

Por outro lado, os países que adoptam o budismo como religião, caso de vários países da Ásia como o Vietname, a China, o Tibete, o Camboja, a Coreia do Sul, o Butão, Burma, Hong Kong, o Japão, a Mongólia, Singapura, o Sri Lanka, a Tailândia, não dão significado particular ao nascimento de Jesus Cristo. Embora admirem e respeitem a tradição, Jesus é considerado um “Bodhisattva”, ou seja, um ser de sabedoria elevada, que segue uma prática espiritual que visa remover obstáculos e beneficiar todos os demais seres.

O budismo não possui textos que sejam adoptados universalmente entre os adeptos da religião.

Cada seita budista tem os seus próprios textos sagrados, para seguir os ensinamentos de Buda. Assim, os budistas ocidentais não comemoram o dia 25 de Dezembro como “cunho” cristão, mas em pensamento espiritual.

Importante para os budistas é a Visakha Bucha, data em que celebram o nascimento, a iluminação e a morte de Buda, seu fundador. Normalmente é comemorado no mês de Maio, num dia de lua cheia, de acordo com o sexto mês lunar.

Judaísmo

Os judeus não celebram nem o Natal nem o Ano Novo nos “moldes” cristãos; apesar de reconhecerem a existência de Jesus, não há uma relação de divindade com ele.

Para esta cultura, e principalmente em Israel, a comemoração de fim de ano é o Hanukah, que significa festa das luzes em hebraico e lembram as vitórias contra a opressão, a discriminação e a perseguição religiosa.  A data marca a vitória dos judeus sobre os gregos há mais de dois mil anos, na batalha pela liberdade de seguir a sua religião.

A festa de Hanukah para os judeus começa no 25º dia do mês judaico de Kislev e dura oito noites. Em 2015, teve início a 6 e terminou a 14 de Dezembro.

Na comemoração, peru e bacalhau são substituídos por panquecas de batata e bolinhos fritos em azeite. E em vez de desembrulharem presentes à meia-noite, as crianças recebem dinheiro.

Hinduísmo

Em paragens bem mais longínquas, o hinduísmo, cultura tradicionalmente presente na Índia, tem como principais celebrações Durga Puja, o Dasara, o Ganesh Puja, o Rama Navami, o Krishna Janmashtami, o Diwali, o Holi e o Baishakhi. São festas relacionadas com energias, danças e cantos e que têm apenas um significado: adorar a “energia Divina”.

O Durga Puja é a festa da energia divina. Já o festival de Ganesh é celebrado nos estados do sul da Índia, com danças alegres e cantos. O Diwali é o “festival das luzes” em que em cada casa, em cada templo são colocadas milhares de luzes, que ficam acesas toda a noite.

Taoísmo

A cultura taoista é predominantemente encontrada na China. A religião tem inúmeras datas onde se comemora o nascimento de grandes mestres ou a ascensão deles – também há rituais de exorcismo, alquimia e magia.

O Ano Novo chinês, comemorado segundo o calendário lunar, é um dos períodos mais importantes para a sociedade chinesa, já que fazem uma pausa no trabalho para festejar com a família. Em 2015, a data foi comemorada no dia 19 de Fevereiro e em 2016 será celebrada no dia 8, também de Fevereiro.

Xintoísmo

O xintoísmo, cujos deuses são elementos e seres da natureza, é praticado predominantemente no Japão. O dia 25 de Dezembro não é fixado como Natal, mas sim como uma data comercial e sem importância religiosa; a que mais se assemelha, comercialmente, ao ocidental Dia dos Namorados.

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