Este Sábado, 23 de Janeiro, Paris vai distinguir três porteiros portugueses com a Medalha de Bronze da Cidade pela ajuda prestada às vítimas dos ataques terroristas de 13 de Novembro de 2015, no mítico Bataclan. Margarida dos Santos Sousa, Manuela Gonçalves e José Gonçalves, vizinhos da sala de espectáculos, abriram as portas dos edifícios onde trabalhavam na noite dos atentados e salvaram muitas vidas.
A imprensa revela que o vereador de Paris, Hermano Sanches Ruivo, que defendeu os três nomes portugueses, desejou fazer uma “homenagem muito sentida” aos porteiros lusos. Margarida Santos Sousa confessou que não esperava a condecoração mas admitiu ficar contente com o reconhecimento, sublinhando que o que fez “não foi para ter uma medalha”. A porteira revelou que algumas das pessoas que ajudou continuam a visitá-la e defende que é preciso “demonstrar que não se tem medo”.
Por sua vez, o casal José e Manuela Gonçalves também se afirmaram satisfeitos, embora surpreendidos, salientando que o que fizeram foi “de coração, para ajudar as pessoas”. José Gonçalves recordou a noite de 13 de Novembro à Agência Lusa: “quando abri a porta era tanta gente a entrar para a minha ‘cour’ , era uma média de 80 pessoas. Havia pessoas ligeiramente feridas, mas estavam cheias de sangue”.
A propósito da homenagem, a autarquia parisiense anunciou que vai instituir, todos os anos, o “dia dos direitos e deveres dos porteiros”, admitindo que “não é uma profissão fácil nem suficientemente reconhecida”.