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João de Sousa

Terça-feira, Abril 23, 2024

Pensadores. Precisam-se!

As sociedades. As políticas. O futuro.

As sociedades em geral e os partidos políticos em particular, porque é deles que se esperam soluções politicas de resposta cada vez mais rápida e eficaz para os desequilíbrios sociais e políticos nacionais e internacionais que os próprios provocam assentes num conjunto de valores sociais sobre que os citados também influem ao determinar e implementar linhas gerais de conduta social balizadas por legislação a preceito mas que não acautela consequências futuras por manifesta falta de pensadores na sua estrutura orgânica de que resultam, exclusivamente, medidas de circunstancia para algumas das situações do presente, consoante o barómetro ideológico dominante, hipotecando o futuro das novas gerações e de todas as outras formas de vida ainda existentes no Planeta.

Assim como não existe debate constante e profícuo em torno desse pensamento que se presume esteja acantonado no seio das Academias, sejam elas quais forem, que não sendo uniforme tem de encontrar plataformas de consenso em tempo útil. Simplesmente, a competitividade, um conceito recente de disputa mais para negocio do que propriamente para partilha do conhecimento existente, entre as diversas Academias que disputam o mercado jovem como se fora mercadoria a introduzir conhecimento para que depois sirva o tecido empresarial interventivo na economia nacional e internacional cujo objetivo final, por mais voltas que se lhe dê, é o de suprir as necessidades dos Homens, quase em exclusividade.

Este vazio crítico e de construção de um ideário comum em que o princípio elementar seja o do respeito para com a Natureza é avassalador na vertente inicial da formatação do intelecto dos indivíduos ao ponto de correr já uma nova variável tida por mediação a induzir como elemento sensibilizador da estabilização emotiva sem que se tenham em conta os fatores sociais de desestabilização com influência direta sobre a célula primária da organização social. A família. Uma célula demasiado sensível a todos os fatores envolventes num ciclo em que: Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” 

Este ciclo aparece comprometido na sua perversão por se encontrar em mutação para estádios permanentes de substituição fruto de experiências científicas com resultados momentaneamente considerados positivos e de avanços cientifico-tecnológico e outros, tão só porque as classes dominantes visam acentuadamente a acumulação de riqueza através de um método simples: o crescimento económico.

Ora, para haver crescimento económico, tem de haver crescimento no consumo para que haja aumento de produtividade e demais fatores com influencia direta e indireta naquilo a que se convencionou designar por, PIB-Produto Interno Bruto.

Esta é a encruzilhada em que as sociedades civilizadas se encontram:

  • Necessidade de continuar o crescimento económico;
  • Escassez de matérias-primas;
  • Sustentabilidade ambiental;
  • Preservar a biodiversidade;
  • Entre outros.

É neste contexto de responsabilidade acrescida na organização social e politica dos Estados em torno das respostas a dar mediante as responsabilidades destes para com as suas populações, contribuintes, na assunção dos seus deveres e dos seus direitos, num exercício de Humanismo simples e equilibrado entre todos os segmentos da sociedade, com predominância para a orgânica da pirâmide legislativa e de aplicação da justiça, num tempo acelerado e de transformações transversais em todos os domínios.

As constantes e incisivas alterações nas condições de vida mudaram:

  • Mudou o mundo dos Homens;
  • Mudou o Planeta da biodiversidade;
  • Mudou a correlação de forças do equilíbrio sustentável;
  • Mudou tudo aquilo que é a envolvência social do meio.

E, em consequência, a nova perspetiva concecional a ter sobre o modelo que a organização global deve prosseguir, em articulação com as novas exigências comuns da fauna, da flora e de todos os ecossistemas que constituem biodiversidade, importa repensar as lideranças nacionais e internacionais em todos os domínios.

Mais concretamente as lideranças políticas. Porque, sendo a liderança política a que emana diretrizes legais e sobre as mesmas exerce fiscalização coerciva e outras, influidoras e influenciadoras da forma e da condição de vida das pessoas, depende sempre do julgamento destas.

A que acresce o enfoque mediático com impacto social e de poder, e que por isso também, criou uma áurea de tabu em seu redor de forma a coarctar o livre exercício opinativo sobre a existência, ou não, de uma crise sem precedentes Históricos no que ao exercício de liderança político partidária diz respeito, criando assim, um vazio condutor de visão futura do mundo e das sociedades, e sintomatologia de um estado de orfandade liderante na lide partidária.

Esta matéria, a da liderança, é de contorno complexo por imperativos de conjuntura abrangente e transversal a uma conceção de sociedade completamente nova e em que as tecnologias, a inovação, o conhecimento e a formação dos indivíduos atinge níveis acima da média estabelecida, entre muitos outros fatores de relevo dignos de registo.

Questionam-se por isso as lideranças impostas, face à dificuldade extrema em vingar, salvo quando rodeadas pela incompetência servil e se por via corporativa conseguirem impor dinâmica de grupo ou de lóbi de interesse. Liderança a que restam duas vias: a da imposição pessoal por via ditatorial; a da imposição de chefia por grupo influente no seio da organização.

No entanto, estas lideranças, serão sempre de desgaste rápido no tempo por falta de valores e referências de suporte. Pessoal e social.

Depois, há a liderança que emerge com naturalidade em um contexto de aceitação democrática. Liderança assente na capacidade em aprender a perceber o Homem e o mundo num contexto de mudança permanente em que as novas realidades: sociais; políticas; económicas; e outras; são fator determinante de juízo político permanente para o presente e para o futuro das civilizações.

Assim sendo, a ‘Orfandade’ de liderança que alguns ajuízam não ser responsáveis, é um estigma estereotipado que os despe da experiência que arrogam, e que lhes é exigível – porque para isso foram eleitos- e também porque a ciência política agrega correntes de opinião e do pensamento, e não o pensamento uno personificado, e muito menos personagens dependentes do pensamento de quem quer que seja!

A liderança é uma questão residente nos cenários local, nacional e internacional de há uns anos a esta parte mais concretamente após a ‘revolução tecnológica’ nossa contemporânea, que sendo de importância relativa para uns, e de importância vital para outros, não é um drama existencial de fundo nem sequer de relevo para muitos outros, uma vez que a diluição das lideranças omnipresentes se prende com a capacidade dos povos e das civilizações em se autonomizarem. E as lideranças democráticas emergentes resultam da vontade e do reconhecimento desses mesmos povos e das suas civilizações!

O que acontece é, e bem, em democracia, qualquer cidadão ser elegível desde que reúna as condições para o cargo a exercer a que se candidata suportado por um programa de trabalho e rodeado de uma equipa de pessoas capazes.

Um princípio em que cremos mas em que dificilmente acreditamos. Reflexo da situação a que chegamos com uma das gerações teoricamente mais bem preparada mas, efetivamente, sem preparação alguma naquela que é a matriz do raciocínio. O pensamento!

Atravessamos por isso uma das maiores, senão a maior crise de todos os tempos para a Humanidade, porque as soluções encontradas são sempre soluções de laboratório e, dificilmente, soluções do pensamento livre.

 

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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