Meu Caro Passos Coelho
Cá estou eu, o teu chato contínuo a escrever-te, desta vez até de bem longe, mas não posso ficar com esta inquietação…
Não foste tu que pediste resguardo e respeito pela vida privada da tua mulher?
Foste ou não foste?
Foste!
Então agora vais apadrinhar um livro da cusquice mais badalhoca?
Sobre a glória de alguns lençóis?
Viraste-te para o por_no? Ou «és» um por_no?
Ó vil tristeza, pá, Tu não perdes uma oportunidade para perder uma oportunidade de te pores a milhas. Não aproveitas uma, pá.
Olha, como eu. Estou a algumas e não me comporto como tu. Quer dizer…até me posso, de vez em quando, portar pior, mas é comigo e com quem alinha comigo, pá.
De certeza que não sofres de nada interessante? Uma porra que dê um livreco? De sarna, eczema, psoríase, borbulhas, chagas, verrugas, prurido, descamação? Doenças de pele? Nada?
Não tens vergonha de teres de enfrentar esse rosto sem vergonha, em ruínas intelectuais, no espelho da tua casa de banho?
Da última vez que te enviei um email a falar-te, a propósito da teoria do caos, de Maldelbrot, tu, coitadinho, quiseste ser esclarecido: Perguntas Mladelquê? – escreveste tu, pá.
Logo vi que andavas numa de piroso.
Depois, continuas a trazer o passado pela coleira, cheio de pulgas, em vez de o correr a pontapés. Assim não dá, pá.
Andas mesmo por maus caminhos, pá.
Vê lá se te recompões, pá, se para além desses maus caminhos não lhe acrescentas más companhias.
Ah! dizem-me daí que tu disseste que nem sabias o conteúdo do «livro» quando aceitaste…tu que falas sempre em seriedade, em discernimento, e em eu sei lá em quê que já nem te posso ouvir.
Vai por mim, pá.
Vê bem o que andas a fazer, a semear…
E não faças como da outra vez, que, quando alguém te leu a Bíblia onde a este propósito se diz “tudo o que plantares, amanhã colherás”, foste a correr plantar garrafas de vinho de várias colheitas.
Que paciência, pá.
Olha, está-se a acabar o tempo da net, por isso não me posso alongar mais, daí ficar por aqui com um pedido:
Em vez de leres esse presumível lixo, distrai-te a ler as regras da sensatez.
Boa, pá?