A cada dois anos o Parque da Belavista transforma-se na Cidade do Rock. O Rock in Rio, que este ano comemorou 30 anos de existência, desde 2004 que é realizado em Portugal, assumindo a designação de Rock in Rio Lisboa. E esta foi uma edição algo complicada para a organização.
Logo no primeiro fim-de-semana do evento teve um concorrente de peso. Os dois concertos de Adele que encheram por completo o MEO Arena e cujos bilhetes esgotaram (muito) rapidamente. Mesmo assim o primeiro dia registou uma afluência de 65 mil pessoas, fruto do cabeça de cartaz: Bruce Springsteen, que actuou durante cerca de 2h40 minutos. O cantor norte-americano, este ano, optou por tocar e cantar quase todas as músicas do álbum “Born in USA”.
O dia seguinte foi dedicado a recordar Freddy Mercury, o lendário vocalista dos Queen. Papel que foi assumido por Adam Lambert. E, se inicialmente houve dúvidas sobre a sua prestação a conclusão final foi a de que conseguiu homenagear, correctamente, “a” voz. Bohemian Rhapsody e We Are The Champions foram duas das canções que puseram os 74 mil visitantes a cantar.
O segundo fim-de-semana começou com uma má notícia. Os Korn, segunda banda a actuar no Palco Mundo foram a primeira banda na história do evento a não terminar o espectáculo. Aliás, a banda tocou apenas quatro músicas (e não de forma completa). Por três vezes subiram ao palco e por três vezes ficaram sem som – mais tarde a banda emitiu um mini comunicado na sua página de Facebook. Em causa problemas técnicos no equipamento dos Korn. O resultado final foi a insatisfação dos fãs (mesmo porque a banda saiu de palco sem dizer nada) e um grande atraso para os seguintes Hollywood Vampires.
Quarto dia de Rock in Rio Lisboa, quarto momento. Sábado foi o dia de “casa cheia”. 85 mil pessoas deslocaram-se à Cidade do Rock para assistir ao desempenho de Adam Lavine, vocalista dos Maroon 5. Animals foi a música de entrada de um concerto onde se notou algumas dificuldades vocais do vocalista, mas onde o público correspondeu em grande. De tal forma que Adam revelou termos um ritmo incrível. Com as últimas músicas os 85 mil visitantes foram ao delírio. Stars, She Will Be Loved, Moves Like Jagger e Sugar.
Já a noite ia longa quando se soube que Ariana Grande, uma das expectativas para o último dia do Rock in Rio Lisboa 2016 não iria subir ao palco. A cantora norte-americana, que se encontrava na Grécia, anunciou, através das redes sociais, que tinha uma infecção na garganta e que por isso não estaria presente em Lisboa. Face a esta situação houve que encontrar uma alternativa. Um(a) artista que se disponibiliza em poucas horas (menos de 24, na verdade) a subir ao Palco Mundo e actuar entre Charlie Puth e Avicii.
A escolha recaiu sobre Ivete Sangalo que, desta forma cantou em dois dias seguidos. Aliás, a cantora brasileira é presença assídua no Rock in Rio. Em sete edições (as portuguesas) subiu ao palco em todas elas. Apesar do concerto de domingo ser em tudo semelhante ao de Sábado convém referir que, ao contrário do que alguns poderia supor, o público aderiu em força.
Quem esteve presente (47 mil) cantou e dançou, tendo acompanhado Ivete nas várias canções, mas com principal destaque na tradicional “Poeira”. A artista foi muito interactiva com o público, afirmando a sua afeição a Portugal e convidando todos a irem à sua terra. Também explicou o porquê de estar novamente em palco e desejou as melhoras a Ariana Grande. Aqui uma pequena nota. São poucos os artistas que se disponibilizariam para, de repente e sem preparação, fazer dois espectáculos em menos de 24 horas. Mesmo porque Ivete estaria de férias.
Para encerrar, a organização escolheu um registo diferente: música electrónica. O palco ficou a cargo do sueco Avicii naquele que foi, provavelmente o último (ou um dos últimos) concerto da sua carreira. Decisão anunciada que levou a que viessem pessoas de vários países de propósito a Lisboa para assistir ao concerto.