Thomas Vinterberg regressa a Berlim depois de, em 2010, ter exibido aqui em competição ‘Submarino’. Desta vez, apresenta-se com ‘The Commune/A Comuna’, exibido esta Quarta-Feira em competição, onde se assume como candidato a eventuais prémios nesta 66ª edição do Festival de Berlim.
O realizador que ficou conhecido por ser um dos elementos fundadores do movimento Dogma, onde os filmes eram submetido a certas regras de um cinema naturalista, ilustra agora o ideal da vida em comunidade, uma possibilidade propiciada pelo facto do professor de arquitectura, Erik (Ulrich Thomsen), ter herdado a enorme casa de família e também por sugestão da sua mulher (Trine Dyrholm).
Esta é, ao mesmo tempo, uma oportunidade para reflectir no seu próprio passado, recordando talvez o tempo em que Thomas viveu com os pais num modelo de habitação semelhante, possivelmente inspirado pelos edifícios comunitários de Le Corbusier. Ou ainda, quem sabe, a uma certa aproximação ao modelo que encena as actuais idiossincrasias do convívio comunitário dos povos da União Europeia, dominada pelos seus elementos preponderantes e subjugada pelos mais fracos.
Seja como for, essa harmonia logo é abalada quando Erik cede aos avanços de uma aluna impetuosa (Helene Reingaard Neumann) que acabará por se instalar na comuna, já habituada a banhos nudistas em conjunto no mar, onde contará mesmo com o beneplácito da sua mulher e até com o conformismo da sua filha, que entretanto decidirá também arranjar um namorado. Em breve o voto democrático do braço no ar será igualmente usado pelos elementos mais relaxados para limpar parte dos seus pecadilhos. Enfim, quase como num governo a sério.
Resta saber até que pondo o júri presidido por Meryl Streep será sensível ou não a este microcosmos.
[…] Igualmente candidato passa a ser o dinamarquês The Commune, de Thomas Vinterberg (também já comentado aqui). […]