Comentários para quê…? É um artista das redes sociais (as tais que iam democratizar não sei bem o quê), que sabe melhor que qualquer Obama utilizar os 140 caracteres a que tem direito para comunicar directamente, sem a intermediação de quaisquer media ou aparelhos políticos, com o “povo”.
O “comunicado” de votos de ano novo é um mimo, uma obra-prima de concentrado de veneno. Obama, os Clinton, toda a cúpula do Partido Democrata, muitas “estrelas” e mesmo um bom número de dirigentes dos Republicanos devem ter ficado a espumar de raiva… E também a sentir-se obrigados a ficar caladinhos como ratos.
O “love” final da mensagem é autêntica machadada assassina. Cuidado com este comunicador! Quem ainda não percebeu como ele ganhou, tendo engolido e digerido, em três tempos, o elefante republicano e, em seguida, comido a senhora Clinton, quem ainda não o percebeu tem mesmo de ir estudar!
Trump não é uma anomalia ou algum erro de casting, é o político de uma conjuntura formatada pela comunicação instantânea das redes sociais e por profunda insatisfação e forte revolta dos representados contra os seus tradicionais representantes (que, cúmplices da elite financista global, traíram quem os elegia).
O eleitorado não se enganou ao eleger Trump. O eleitorado, sobretudo, não queria os outros, os “de sempre”, não queria “mais do mesmo”. E Trump foi o único candidato que soube ir ao encontro desse desejo e por isso (e apenas por isso) foi eleito, apesar de uma campanha trapalhona, sem organização, sem grandes meios e recursos e muito baratinha… Preparem-se porque ele foi apenas o primeiro de uma vaga que nos próximos anos vai chegar a todo o Ocidente.