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Sábado, Abril 20, 2024

Reitor da Universidade do Algarve pede apoio às câmaras da região

Universidade do Algarve - reitor António Branco na cerimónia comemorativa do 36º aniversário da instituição

A Universidade do Algarve vive tempos muito difíceis, do ponto de vista financeiro, alertou o seu reitor, António Branco, na cerimónia comemorativa do 36º aniversário daquela instituição.

A razão principal tem a ver com os “cortes demasiado pesados nas dotações recebidas através do Orçamento de Estado, que corresponderam a cerca de 7,5 milhões de euros entre 2010 e 2015”. Enquanto que há cinco anos, as verbas provenientes do poder central davam para cobrir praticamente todos os custos com o pessoal, actualmente apenas satisfazem “cerca de 80% desses gastos”. E isto, apesar de, ao longo dos últimos anos, a universidade ter procedido a “uma forte diminuição” desse tipo de despesas.

A quebra destas transferências deu-se num período de crise económica que afectou as entidades regionais, em especial, as câmaras municipais, que passaram a encomendar à universidade muito menos serviços especializados, com a consequente diminuição das receitas da instituição. Outra fonte importante de financiamento que “reduziu significativamente” foi a relativa às propinas.

Pela positiva, o reitor destacou a intensificação do número de projectos comunitários que, no entanto, não ajudam a suportar as despesas básicas da universidade, já que se destinam a “programas específicos de melhoria de equipamentos, de modernização administrativa e de transferência de conhecimento para o sector privado”.

Apesar do quadro negativo, a situação financeira não é dramática, pois a universidade “ainda não deixou de cumprir com as suas obrigações de pagamentos aos fornecedores nos prazos legalmente estipulados e não contraiu um cêntimo de dívida junto do sistema bancário”.

Mas há que encontrar formas de contrariar a tendência. Tendo em conta a importância que a universidade tem para o Algarve, esse esforço deve envolver todas entidades regionais e a população local. Tendo a universidade nascido de “uma iniciativa de cidadania inédita”, talvez agora, sugere o reitor, “seja necessária outra iniciativa inédita e fortemente colectiva para a ajudar nesta já demasiado longa crise”.

Uma das ideias que deixou foi que que as autarquias algarvias criem “um programa de bolsas conjunto que premeie especialmente os jovens que decidam prosseguir os seus estudos na Universidade do Algarve”. Isso iria alavancar o esforço de recrutamento que tem sido levado a cabo, o qual permitiu que, nos últimos dois anos, tenha vindo a registar um aumento de estudantes.

E foram, exactamente, os estudantes universitários os destinatários da outra mensagem mais importante deixada pelo reitor, ao lembrar os “infelizes acontecimentos” ocorridos na praia de Faro, no início do ano lectivo, em acções de praxe. Estão a decorrer processos disciplinares para apurar as responsabilidades, mas, independentemente dos resultados, há que se proceder a “uma ampla reforma das actividades de recepção dos novos estudantes que preserve a alegria, mas repudie colectivamente todos os abusos cometidos em nome dela”.

 

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