“Com Isabella Brant em Honneysuckle Bower”, de Rubens. Rubens foi um artista muito prolífico. Pintou muitos retratos, especialmente de amigos e auto-retratos.
Com a sua primeira mulher, num ambiente fresco de elegância burguesa. Ressalta imediatamente, quero crer, a diagonal imaginada que sai da mão esquerda do pintor, prossegue pelas mãos dadas do casal e termina na sua perna esquerda cruzada.
Há uma notória preferência pela aplicação da cor. O artista havia estado em Veneza e Ticiano tornar-se-lhe-ia irresistível para sempre. A sumptuosidade dos trajes adquirem um realce tal, que os olhos do observador atentam imediatamente ao contraponto entre as meias alaranjadas do pintor e o corpete incorporado de requintados bordados florais de Isabella. A luz é intensa e a serenidade de ambos (ela numa posição mais baixa, inferior) revelam uma felicidade (já) conseguida. Apesar da relativa pouca idade de Rubens, é um artista famoso e progressivamente rico, sendo diplomata ao serviço de Filipe IV.
Há um grande rigor compositivo dos personagens e um psicologismo algo irónico nos seus olhares. Infelizmente aquela linda mulher morreria muito cedo, com trinta e poucos anos.
Informação adicional
Artista: Peter Paul Rubens
Título: Honeysuckle Bower
Material: Tinta a óleo
Criação: 1609
Dimensões: 178 com x 136,5 cm
Local: Alte Pinakothek, Munique
Género: Autor-retrato

Nota da Edição
Rubens 1577-1640
Peter Paul Rubens nasceu em Siegen, Alemanha. Filho do jurista de renome Joannes Rubens e de Maria Pypelinckx nasceu na época em que seus pais emigraram para a Alemanha, fugindo da invasão das províncias holandesas pelos soldados do rei Filipe II. Com dez anos de idade, após a morte de seu pai, sua mãe vai para a Antuérpia, sua terra natal. Em 1591 passa a frequentar o estúdio de Adam van Noort.
Aos quatorze, começou a sua aprendizagem artística com Tobias Verhaeght. Depois estudou sob dois dos principais pintores da cidade na época. Começou com Adam van Noort, depois Tobias Verhaeght e finalmente Otto van Veen, que exerceu sobre ele a maior influência. Foi Van Veen que fez nascer em Rubens uma grande admiração pela Itália e pela cultura latina clássica. Isso marcou toda a sua obra e o fez servir aos reinos latinos católicos mesmo sendo germânico filho de pai protestante.
Muita da sua formação inicial envolveu copiar as obras de artistas anteriores, como as xilogravuras de Hans Holbein, o Jovem e as gravuras de Marcantonio Raimondi baseadas em Rafael. Rubens completou a sua educação em 1598, quando então entrou para a Guilda de São Lucas como um mestre independente.
Rubens foi um artista muito prolífico. As suas obras sob encomenda foram maioritariamente sobre assuntos religiosos, pinturas “históricas”, que incluem assuntos mitológicos, e cenas de caçadas. Pintou muitos retratos, especialmente de amigos e auto-retratos, e, no final de sua vida, pintou diversas paisagens.
Receba a nossa newsletter
Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a Newsletter do Jornal Tornado. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.