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Quarta-feira, Março 27, 2024

A Morte de Sardanápalo, Eugène Delacroix

Guilherme Antunes
Guilherme Antunes
Licenciado em História de Arte | UNL

“A Morte de Sardanápalo”, de Eugène Delacroix, um importante pintor francês do Romantismo

Cortou, abrupto, com o Classicismo, o que significou um confronto aberto com o academismo bolorento da época. Grande conhecedor da natureza da cor, exibe-a na sua plenitude à luz de alguma inferioridade das sombras, apêndices reflexivos dessa mesma cor. Acabará por influenciar decisivamente uns quantos jovens aprendizes (?) de pintores que por ali pululavam ansiosos, que “apenas” viriam a fazer a próxima Revolução no mundo da Pintura: os impressionistas.

Diz-se deste quadro que o último rei assírio, em desespero pela tomada de Ninive (em 883 a.C.), obriga-se ao martírio da morte pelo fogo, juntamente com tudo o que possui, ricalhaço como deveria de ser. O pintor executa, pela primeira vez, uma obra em diagonal, tornando-se evidente o seu faustoso e já referido apetite cromático.

Há quem sustenha que o tratamento dado à cor teve em consideração uma grande influência dos aguarelistas ingleses, teoria que humildemente não subscrevo, por não me parecer que este criador notável pudesse ser “tocado” por uma pintura recentemente histórica da sua elevada superioridade técnica, em que não vislumbro uma influência tão acertiva.

Acho-a verdadeiramente espectacular.

 


Nota da Edição

Eugène Delacroix 1798-1863

Ferdinand Victor Eugène Delacroix nasceu Saint Maurice. Teve educação refinada e veio de família abastada. Estudou no atelier de Pierre Guérin. Ingressou depois na Escola de Belas Artes, onde teve influência de pintores como Rubens e dos clássicos italianos.

Eugène Delacroix manteve contatos com poetas franceses, especialmente, Baudelaire. Viajou pela Inglaterra, Marrocos, Argélia, e Espanha, onde colheu dados para incrementar a temática de seus quadros.

O estilo de Delacroix é permeado por um cromatismo luminoso com forte influência dos impressionistas, embora seja considerado pintor romântico.

Algumas pessoas viram no artista um grande talento como o de Rubens e as semelhanças a Michelangelo.

Delacroix se interessou também pelos temas políticos do momento. Sentindo-se um pouco culpado pela sua pouca participação nos acontecimentos do país, pintou A Liberdade Guiando o Povo (1830), um quadro que o estado adquiriu e que foi exibido poucas vezes, por ter sido considerado excessivamente panfletário.


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