Diário
Director

Independente
João de Sousa

Quinta-feira, Abril 25, 2024

A teoria do centro. Entre a esquerda e a direita.

A teoria do centro é uma teoria meramente académica uma vez que no espectro político o “centro” não é centro de coisa nenhuma.Assim sendo, a divisão política entre esquerda e direita faz todo o sentido uma vez que a realidade conjuntural da vida não é, nem em tese, nem em teoria, algo que se possa manipular ou “saborear” a belo prazer dos que, de “barriga cheia”, acantonados à direita do senso comum sobre ciência política, dissertam sobre uma panóplia de opções de orientação ideológica e política que se perde em rasgos profundos na divisão social.

A esquerda e a direita do pensamento. A esquerda e a direita da concepção política e social. A esquerda e a direita da vida em comunidade. A divisão entre explorados e exploradores! Depois, temos os pensadores da mediação entre os detentores dos meios e os que servem esses mesmos meios. A social democracia.

No entanto, a grande maioria dos executantes dessa mediação política, acabam por ser confrontados com a opção política entre a esquerda e a direita do senso comum sobre os objectivos do serviço público. Acaso que redundou, nomeadamente no seio das comunidade Nórdicas, e também em comunidades altamente industrializadas com necessidade de políticas públicas de regulação da qualidade de vida, numa prática política de esquerda.

Voltamos assim ao senso comum. Entre a direita e a esquerda. Entre as razões sociais da generalidade das populações e as razões individuais de uma minoria de cidadãos detentores da riqueza global produzida pela maioria subserviente. De que é de elementar justiça ponderar sobre uma questão. A questão… Pois… A questão… É que a sociedade continua dividida entre pobres e ricos! E alguns perguntam:

– E os remediados?

A que o senso responde:

– Os remediados não existem. Porque um remédio atenua, não resolve.
– E os grandes pensadores continuam tão actuais quanto o eram no seu tempo.

Passaram, por entre “os pingos da chuva” muitos dos que se tentaram rotular de pensadores contemporâneos em áreas como: a economia; social; política; entre outras; que nada vieram acrescentar ao anteriormente esplanada como sendo o pensamento sobre a evolução das sociedades e da sua organização política enquanto comunidades em mutação permanente.

Acontece que, a história não é um acontecimento de “diversão” ou de “explanação” do pensamento. A história é, o que de facto acontece! E o que acontece, tem sido o ajustamento da oferta às necessidades da procura das sociedades mais, ou menos, civilizadas. Sendo que por civilização se deve ter em linha de conta a cultura. Num quadro em que esta, assume ser o cerne do pensamento comum que gera a necessidade e o consumo, que acompanham o conhecimento.

Neste momento assistimos a uma crispação conjuntural de transição. Crispação essa que resulta de factores similares, na essência, aos factores conhecidos de transição de estádios que a Humanidade percorreu ao longo da sua existência. Nada de novo, por isso. Mas, com motivos de preocupação acrescida.

Se por um lado a esquerda aponta a descoberta como motivo da evolução social. Por outro lado, a direita, aponta o retrocesso civilizacional como sendo a fórmula para a estabilidade pretendida. Há nestas duas dinâmicas estádios civilizacionais pretendidos diferentes: na forma e no conteúdo. Há também contradições de interesse gritantes entre a produção e o consumo. Uma delas é a dispensa da manufactura. Dispensa que diminui o consumo o que implica a diminuição da produção e por consequência a diminuição das mais-valias.

A esta evidência acresce procura de outros mercados geradores de mais-valias. Sendo o mercado da dívida soberana o mais procurado pelos detentores dos meios. Financeiros no caso. Ora, voltamos ao binómio esquerda e direita. A esquerda que ajuíza a irracionalidade de uma dívida soberana. A direita que centra o seu esforço no acumular dessa mesma dívida e dos juros consequentes, ajuizando ser a economia o centro gravitacional da evolução das sociedades modernas. E não é. O centro gravitacional das sociedades modernas resume-se a uma condicao: qualidade de vida!

Condição que quando não existe gera conflitos sociais de dimensão imprevisível em que as respostas a dar serão sempre soluções políticas de conteúdo ideológico de esquerda ou de direita. Obviamente de que as concepções ideológicas também evoluíram acompanhando o conhecimento gerado pela evolução das sociedades. Evolução essa inserta nos princípios e conceitos dos seus ideólogos e mentores.

No meio de tudo isto, as guerras que alastram por este mundo fora são o culminar da luta ideológica em torno de objectivos políticos. Tenham o rosto, – terrorista ou de defesa da ordem -, que tiverem. Tenham a designação e as razões de suporte que tiverem. Porque, as guerras são sempre injustas! As guerras são sempre um meio de repressão e de acumulação de riqueza de que os detentores dos meios saem sempre a ganhar e a civilização sai sempre a perder!

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

Sobreviventes a Salazar

Mentores espirituais

A História da Pide

- Publicidade -