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João de Sousa

Sábado, Abril 27, 2024

Maratona de Cartas de 2017

A emblemática campanha anual da Amnistia Internacional arrancou a 9 de Novembro e decorrerá até 15 de Janeiro, e aposta numa mobilização mundial que bata todos os recordes dos anos anteriores.Incluindo em Portugal, onde a organização de direitos humanos visa alcançar pelo menos 300 000 assinaturas em defesa dos cinco casos seleccionados em 2017. Que, segundo comunicado da Amnistia Internacional é “expressão máxima da verdadeira essência de união de esforços que é característica da Amnistia Internacional, a Maratona de Cartas é um dos maiores eventos de direitos humanos do mundo”.

300 000 assinaturas só em Portugal na Maratona de Cartas

De acordo com a organização de direitos humanos “este ano há reforçada aposta no universo escolar e entre os jovens activistas em Portugal, no contexto de educação para os direitos humanos, contando-se desde já com cerca de 120 escolas e 8 universidades inscritas para serem anfitriãs de acções de assinaturas de petições e de cartas da Maratona, com o apoio à divulgação prestado pela Direcção Geral de Educação”.

Para este ano a Maratona de Cartas conta com a participação da actriz Inês Castel-Branco e do actor Manuel Moreira, que irão “vestir a camisola por esta causa global de direitos humanos”.

Todos os anos milhões de pessoas por todo o mundo unem-se no esforço conjunto e simultâneo de escrever cartas e assinar petições em defesa de pessoas e de comunidades em risco. E todos os anos, pessoas injustamente presas são libertas, torturadores são julgados, vidas são mudadas, num sinal do que a humanidade tem de melhor. No ano passado, a Amnistia Internacional recolheu o total de 4 660 774 assinaturas mundialmente, em 180 países e territórios de todos os continentes do planeta. Em Portugal foram reunidas 265 665 assinaturas, tendo tido uma taxa de crescimento de 54% em relação ao ano anterior.

Cinco casos da Maratona de Cartas

Todos os cinco casos da Maratona de Cartas seleccionados em Portugal estão também disponíveis para assinatura em Eu assino

Clovis Razafimalala

Defensor de Direitos Humanos em Madagáscar

Acusado por proteger a floresta tropical de Madagáscar

Clovis Razafimalala faz tudo o que está ao seu alcance para proteger a ameaçada floresta tropical de Madagáscar. As suas árvores de pau-rosa são valiosos recursos que se encontram ameaçados por uma corrupta rede de traficantes empenhada em vendê-los, uma prática que se tornou num verdadeiro comércio ilegal multimilionário. A coragem de Clovis em salvar esta rara árvore cor de rubi trouxe-lhe muita atenção indesejada, já que os traficantes o consideram um alvo, e o governo opta por ignorar a situação. Clovis encontra-se actualmente a cumprir pena suspensa em liberdade, após uma condenação com base em acusações falsas.

Farid Al-Atrash e Issa Amro

Defensores de Direitos Humanos em Israel / Territórios Palestinianos Ocupados

Enfrentam acusações por protestarem contra crimes de guerra

Farid al-Atrash e Issa Amro querem o fim dos colonatos israelitas – um crime de guerra que resulta dos 50 anos de ocupação do território palestiniano. Dedicados ao ativismo pacífico, os dois enfrentam ataques constantes por parte dos soldados israelitas e dos colonos. Em fevereiro de 2016, Issa e Farid protestaram pacificamente contra os colonatos e a ocupação israelita, face ao encerramento de uma rua onde se localizava um dos principais mercados para palestinianos. Consequentemente, enfrentam agora absurdas acusações formuladas para impedirem que o seu trabalho em direitos humanos continue.

Os 10 de Istambul

Defensores de Direitos Humanos na Turquia

Presos por defenderem os direitos humanos

Neste preciso momento encontram-se em perigo 11 pessoas que dedicaram a sua vida a defender os direitos humanos de jornalistas, ativistas e outras vozes críticas na Turquia. Entre esses 11 DDH encontram-se Taner Kılıç e İdil Eser, da Amnistia Internacional na Turquia, e Özlem Dalkıran da Avaaz e da Citizens’ Assembly. Conhecidos como os 10 de Istambul, em conjunto com Taner Kılıç, Presidente da Amnistia Internacional na Turquia, todos se encontram sob investigação de crimes relacionados com terrorismo – uma tentativa ridícula de travar o seu ativismo em direitos humanos. Podem enfrentar até 15 anos de prisão.

Shackelia Jackson

Defensora de Direitos Humanos na Jamaica

Recusa-se a permitir que a polícia fique impune

Shackelia Jackson não vai desistir. Quando o seu irmão Nakiea foi alvejado pela polícia Shackelia iniciou uma corajosa luta para que fosse feita justiça, ainda que para isso dependa de um sistema judicial muito lento. Ao iniciar este processo, ela reuniu dezenas de pessoas cujos familiares foram assassinados de forma semelhante. Em resposta, a polícia tem continuamente perseguido e intimidado a sua comunidade.

Sakris Kupila

Defensor dos Direitos Humanos na Finlândia

A coragem de lutar pelo direito de sermos nós próprios

Sakris Kupila nunca se identificou como uma mulher. Contudo, este estudante de medicina de 21 anos, enfrenta perseguições diárias uma vez que os seus documentos de identidade afirmam que ele é mulher – o género que lhe foi atribuído à nascença. Para que possa completar o processo de mudança é lhe legalmente exigido que seja diagnosticado com um “distúrbio mental” e que seja esterilizado. Sakris opõe-se a este tratamento humilhante e, apesar de todas as ameaças e hostilidade, continuará a exigir que a lei seja alterada.

 

 

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