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Sexta-feira, Abril 26, 2024

António Costa precisa fazer limpeza no Governo

José Mateus
José Mateus
Analista e conferencista de Geo-estratégia e Inteligência Económica

António Costa é um político credível, inteligente (muito inteligente, mesmo) e seriamente competente. Mas tem andado a cometer a ingenuidade de acreditar (e em Portugal só se pode acreditar mesmo na Senhora de Fátima…) que os seus amigos (políticos e pessoais) são também inteligentes e seriamente competentes. E tem rapidamente de emendar a mão. Porque não o são. E só parecem ser bons a criar ‘manchetes’ no ‘Correio da Manhã’.


Manuel Delgado. ‘Cabeça não tem juízo e o Governo é que paga’

No início, foi não o verbo mas a ingenuidade de João Soares a oferecer um par de estalos a um tipo qualquer sem cara para o receber. Depois a coisa foi andando e animou o último Verão com uma ministra a fazer o papel de “andar aos papéis”, perdida no meio dos incêndios que devastaram Portugal, arrastando-se penosamente e com ela arrastando o Governo e o próprio PM.

Ao mesmo tempo, o ministro da Defesa patinou (depois, conseguiu equilibrar-se…) nuns caixotes dos paióis de Tancos. Com alguns “ajudas” competentes, lá conseguiu segurar-se nos cornos do touro e evitar uma saída desonrosa. Mas deixou nódoa no pano do Governo.

Ainda o rescaldo dos incêndios não estava concluído, ainda Tancos não estava esclarecido (algum dia estará…?) e eis que estoira uma estória, tipo telenovela pindérica, com os tradicionais ingredientes de sexo e dinheiro, mais umas viagens à Escandinávia, ao Brasil (misturar o norte com os trópicos fica sempre bem, devem ter achado) e sabe-se lá ainda que mais aí virá.

Uma estória que, ao contrário de Tancos e dos incêndios, não parece ter qualquer componente de uma fabricada “guerra de informação”. É mesmo só burrice e azelhice. E uma pobrezinha atracção pindérica por umas c’roas rápidas e umas noites de ‘brincadeira’. Tudo tretas mecherucas (nada de SLNs ou BPNs ou de negócios à moda de Dias Loureiro ou outros Oliveira e Costa) mas que são também autênticas cargas de profundidade capazes de rebentar com a mais sólida das reputações.

Até Vieira da Silva, um ministro competente e que “anda nisto” há décadas (fez a ‘recruta’ no velho MES do “camarada Pinto Basto”) se deixou arrastar para esta baixa e triste estória! Também tu, Vieira…?!


Vieira da Silva. “Também tu…!”

Mas, oh senhor primeiro-ministro, esta gente não tem tino, não tem nada dentro da cabeça? E o senhor primeiro-ministro, agora que já os conhece melhor, não arranja aí um “sargento” que tome conta deles? É que assim, senhor primeiro-ministro, ainda lhe vão custar a maioria absoluta nas próximas legislativas…

Senhor primeiro-ministro, quer lhe agrade quer não, vai ter, para bem do País, que fazer uma limpeza séria e meter ordem na casa. E precisa de ser implacável… Não se preocupe, os Portugueses compreendê-lo-ão. Aliás, só esperam por isso.

Declaração de interesses: sou amigo de António Costa há já nem sei quantas décadas (e também de sua mãe e do marido, duas pessoas que estimo muito) mas essa amizade em nada pode interferir com a análise da situação política. Ou melhor, como conheço António Costa, irrita-me um pouco vê-lo rodeado por gente que, em vez de lhe trazer soluções, passa o tempo a criar-lhe problemas.

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