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HomeEditorialAs consequências do défice zero

As consequências do défice zero

Hesitei bastante antes de escrever este editorial, até por ser pessoalmente um dos milhares de afectados por este assunto. Mas pelo número de pessoas afectadas e pela gravidade das consequências concluí que, por muito que me custasse, não podia deixar de o escrever.

  • 23 Setembro, 2019
  • João de Sousa
  • Posted in Editorial
  • 6

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Hesitei bastante antes de escrever este editorial, até por ser pessoalmente um dos milhares de afectados por este assunto. Mas pelo número de pessoas afectadas e pela gravidade das consequências concluí que, por muito que me custasse, não podia deixar de o escrever.

Estão em curso uma série de medidas que afectam de forma permanente a vida de milhares e milhares de Portugueses. Todas elas têm a assinatura e a responsabilidade do sorridente ministro Centeno que além do permanente ar de gozo anda a colher louros à custa da condenação à morte de milhares de pessoas e da sua doentia obsessão pelo défice zero.

Ao decidir não financiar os hospitais com as dotações orçamentais necessárias para estes pagarem ao Instituto Português do Sangue o senhor ministro adia sine die uma quantidade indeterminada de transplantes com consequências potencialmente fatais para muitos e com consequências na deterioração da saúde de muitos outros.

Este efeito, de resto, resulta igualmente da indisponibilidade de medicamentos oncológicos nas farmácias comunitárias de onde desapareceram muitas dezenas de medicamentos, sobretudo oncológicos e para doentes crónicos, ou foram estabelecidas regras pelo Infarmed, o principal instrumento de morte do senhor ministro, que complicam o acesso aos medicamentos através da criação de regras absurdas como a da exigência de uma carta dos médicos a acompanhar a prescrição, condição sine qua non, para que a importação ou a venda do medicamento se faça.

Entre estes medicamentos encontram-se muitos que não têm alternativas ou que tendo os doentes podem ser alérgicos, como é o caso do cloreto de potássio, indispensável ao funcionamento do coração. E outros que pela sua própria natureza não podem ser interrompidos ou mesmo suspensos de vez.

As justificações apresentadas pelo Infarmed são dignas do estado alemão nos tempos de Hitler: acerca dos medicamentos oncológicos o Infarmed descobriu uma diferença conceptual entre “risco imediato de vida” e simples “risco de vida” estabelecendo a fronteira na existência ou não de metástases nos doentes. Não havendo metástases não há “risco imediato de vida” e portanto a prescrição destes medicamentos não é autorizada.

Esta justificação, no caso dos doentes oncológicos, é a mais ridícula que o Infarmed poderia apresentar. Diz o Conselho Deontológico da ordem dos Médicos que a intervenção quanto mais cedo for efectuada mais hipóteses tem de ser bem sucedida e de salvar mais vidas de pacientes.

Entretido com jogos florais semânticos o Infarmed prefere esperar pela existência de metástases que corresponde a uma fase mais adiantada da doença. Tão adiantada que é regra geral irreversível.

Acerca dos medicamentos para doentes crónicos a irreversibilidade dos efeitos da sua interrupção na saúde dos doentes é uma evidência científica e o Infarmed assume a enorme responsabilidade de encurtar a vida destes doentes e de lhes prejudicar gravemente a qualidade de vida.

Neste meio tempo o senhor primeiro-ministro apresenta números fabulosos mas enganadores sobre a intervenção do governo na área da saúde. Fabulosos mas enganadores porque o senhor primeiro-ministro se esquece de contar a verdade toda que rodeia os seus “números”. Fala da inauguração de Centros de Saúde mas esquece-se de referir que não têm médicos. Em muitos outros há centros de saúde que não têm os equipamentos indispensáveis ao seu funcionamento como acontece em Salvaterra de Magos onde existe um Centro de Saúde com dentista que mais não pode que fazer limpezas de dentes uma vez que não têm equipamento para mais: não há máquina de Rx pelo que o médico dentista está impedido de fazer muito mais que isso.

Fala de consultas que apenas existem nos computadores porque consistiram no único acto de prescrição de medicamentos que foram pedidos por internet e em que nenhum médico viu o doente. Fala de cirurgias que existiram mas não diz se aconteceram no SNS ou se aconteceram com voucher para os Privados.

Mas a cereja no topo deste criminoso e repugnante bolo foi a afirmação bem-humorada do senhor ministro na rubrica “gente que não sabe estar”, na TVI, onde afirmou, no meio de largos sorrisos de auto-satisfação, que Portugal é o quarto país com mais médicos por habitante sem especificar se estes estão no SNS, nos Privados, no sector social ou nas empresas que alugam médicos à hora ao SNS para cobrir as inúmeras falhas dos hospitais e Centros de Saúde do SNS.

O senhor ministro brinca e mente com a saúde e a vida dos Portugueses ao não explicar que esta quantidade de médicos está sobretudo nos privados onde pode até haver 3 médicos para 900 habitantes, deixando apenas 1 médico para os restantes 900 que recorrem ao SNS.

A completa irrelevância da ministra da Saúde coloca por inteiro a responsabilidade nas mãos do senhor ministro das Finanças e do senhor primeiro-ministro. Enquanto cidadão não posso deixar de me perguntar: de que se riem estes dois senhores?

Será do facto de se os doentes morrerem mais cedo haver maior sustentabilidade da Segurança Social?

João de Sousa

 

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