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João de Sousa

Quinta-feira, Março 28, 2024

As sarjetas da «Cidade Europeia do Desporto»

A enxurrada surpreendeu os zeladores das sarjetas.

Amontoou o lixo que transportou impedindo a entrada do caudal de água nas condutas para que dá o acesso e de que é filtro.

Mas, se de qualquer filtro tivermos opinião sobre a sua função como sendo função idêntica à de uma sarjeta, então, concluiremos que às sarjetas, filtros de encaminhamento das águas pluviais, como tal conhecidas, teremos de juntar uma outra tipologia de “sarjeta” em que os zeladores, porventura também andarão como a enxurrada.

Quiçá:

  • Os afetos ao cumprimento do PDM e do urbanismo em geral;
  • Os afetos à habitação social, transportes públicos, e outros;
  • Os afetos à cultura de pendor identitário das populações como o são: A CONFIANÇA, as SETE FONTES, o S. GERALDO, a maternidade local memória da cidadania (antigo HOSPITAL DE S. MARCOS) e todas as outras memórias que foram a vida das comunidades locais e, que, pouco a pouco, se vão destruindo só porque está na moda, estar na moda daquilo que não se sabe muito bem o que é, entre outros atentados culturais que virão e, a que passivamente assistiremos;
  • Os afetos ao espírito daquilo que é o desporto, e às atividades culturais da juventude, em geral;

E por aí adiante que, da enxurrada, ficarão caminhos de um mandato que findará sem história para a História.

O ano corrente ainda tem até ao seu final, o evento internacional, “Braga 2018 – Cidade Europeia do Desporto”, que se fina sem história para a História, também…

Um acontecimento que devia ter mobilizado toda a juventude da cidade em torno dos seus valores e da sua identidade e a partir dessa premissa partilhar o conhecimento e a cultura local e nacional, Portuguesa, com os jovens oriundos da Europa e demais Continentes, porque as nossas tradições culturais são de uma riqueza social notável.

Uma juventude que faz jus à sua História, às suas tradições, aos seus usos e costumes, num tempo de aculturação global em que cada vez mais os atentados aos valores de referência transitados de geração para geração são uma realidade incontornável do quotidiano em que se vive, adulterados e tratados como algo sem interesse se trate, numa tentativa cerrada de esvaziar a razão de ser das civilizações e da História da Humanidade!

Teve por isso a cidade de Braga uma rara oportunidade de mostrar ao mundo que a globalização não é a uniformização das sociedades.

A globalização é:

  • O respeito pelas diferenças culturais de cada povo;
  • De cada civilização;
  • De cada sociedade;

Perdeu essa oportunidade por motivos que se desconhecem.

Porque aquilo que se conhece são as iniciativas levadas a cabo, o seu impacto social, e a memória que fica dessa iniciativa.

A cidade de Braga que já foi cidade, capital Europeia da juventude, de quase tudo, e o mais a que se candidatou não se enriqueceu culturalmente nem contribuiu para o enriquecimento cultural das comunidades que nas iniciativas participaram.

Como nada ficou na memória das pessoas, é porque pouco se fez, bem, para que ficasse e perdurasse no tempo…

E assim, a enxurrada, tudo levou, do nada que foi feito que dignificasse esta cidade bimilenária.

 

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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