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João de Sousa

Quinta-feira, Abril 25, 2024

“Eu cá não sou de vinganças, mas quem mas fizer paga-mas!”

Rogério V. Pereira
Rogério V. Pereira
Estudou Engenharia Química no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Começou a trabalhar como Técnico de Organização Industrial e terminou no topo da carreira, como sénior manager, nas áreas da consultoria em organização e gestão.

Quem, como eu, devora páginas diárias não percebeu ainda os efeitos práticos da reclamada independência jornalística. Nem me consta que os precários tenham mudado o seu estatuto pelo facto de ter sido esse o tema mais denunciado no Congresso.

Por outro lado, não consta que nenhum patrão ou acionista maioritário de um desses grupos detentores de vários jornais, revistas e canais tivesse tido qualquer ataque de apoplexia ou ira por alguns dos miúdos terem tido a frontalidade de denunciar as artes de tornar viável e sustentável o negócio da informação.

Não consta, sequer, que algum dos directores tenha sido acometido por aquela iniciativa revanchista muito ao estilo de “eu cá não sou de vinganças, mas quem mas fizer, paga-mas”.

É cedo para percebermos? José Pacheco Pereira não o considera, no seu artigo de opinião de Sábado passado. O título é significativo “Uma comunicação social cada vez menos plural”  e o seu desenvolvimento requer leitura atenta por parte de todos os que me lêem (e também de todos nós, colaboradores do Tornado). Cito a parte final do artigo:

«Como os jornalistas estão divididos, como estão na defensiva há muito tempo, como o turnover geracional se faz com a destruição da memória e do saber e como se perdeu qualquer tradição reivindicativa com a quebra da independência das redacções e dos jornalistas individualmente, como a promiscuidade com o poder político e económico é grande e se faz não apenas pela política, mas também pela mundividência cultural e pelas “ideias”, com a crise das mediações assolada pela arrogância da nova ignorância, com a falsa ideia de que as redes sociais são o “público”, e com a pauperização das classes médias, o jornalismo de referência, ou seja, o jornalismo, atravessa uma crise maior. E essa crise maior é, em toda a sua profundidade e extensão, uma crise da democracia.»

Para terminar, ocorre-me outra citação, uma frase de Carlos Magno no Congresso que disse a dado passo que “um louco à frente da ERC pode causar muitos disparates”.

Que venham os disparates!

Nota do Director

As opiniões expressas nos artigos de Opinião apenas vinculam os respectivos autores.

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