É fascinante ver a alegria indisfarçável com que o analista (ou His master voice ) da Sic anuncia a inevitável bancarrota de Portugal (só faltam os Vampiros do Zeca).
E alegria, porquê? Porque essa gente sabe e cultiva más notícias – ou previsões, ou desejos -, para espalhar o Pessimismo. E com essa carga negativa, surgem o Medo, a Descrença, e as pessoas estando mais inseguras, são mais manipuláveis.
Recentemente surgiram umas vozes amaldiçoando o anátema dito “ marxismo cultural”. Pois, o Marx tem as costas largas, mas deixem o Homem em paz. Se querem perceber um pouco da História do pensamento progressista, podem começar pelo Demócrito, “o Filósofo que ri”, Epicuro, “O elogio da Loucura” de Erasmo, “Utopia” de Thomas More, mais recentemente “O nome da rosa” de Umberto Eco onde assassinatos num convento surgiam porque era preciso eliminar páginas que elogiavam a alegria num livro clássico…
Estas breves referências servem para referir o Optimismo como arma de transformação social e cultural. Curiosamente, surgem várias frases que tentam travar essa reacção Emocional…” “muito riso, pouco siso”, “são jovens, não pensam”; o mais interessante é que esses comportamentos até têm a sua dose de verdade. E são mais frequentes nos jovens, mais afectivos, directos e de fácil indignação. E por isso, dispostos a arriscar nas lutas difíceis. Recordo os movimentos estudantis dos anos 60, surgiram quando se percebeu que o Pessimismo tinha sido o caldo cultural alicerce do nosso Fascismo de 48 anos. E a juventude dos “Capitães de Abril”, as várias lutas contra a guerra Colonial…
Fernando Pessoa escreveu “se o coração pudesse pensar, parava”. Felizmente, o coração está bem vivo para nos insuflar de Optimismo, e também não se perde nada em pensar um bocadinho….
Termino com uma convicção: “O Humor é a seiva do Revolucionário”
NOTA: Texto escrito há 2 anos, que me parece infelizmente MUITO ACTUAL.
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