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Quinta-feira, Março 28, 2024

Contributos para uma caraterização – I

As PME no Distrito de Santarém.

O presente artigo procura dar alguns contributos para a sua caraterização. Se dúvidas existissem quanto à importância das PME  no tecido empresarial europeu, nacional e distrital.O presente artigo procura dar alguns contributos para a sua caraterização. Se dúvidas existissem quanto à importância das PME (aqui consideradas como pequenas e médias empresas, micro-empresas e empresários em nome individual com menos de 250 trabalhadores e volume de negócios inferior a 50 milhões de euros) no tecido empresarial europeu, nacional e distrital, a tabela nº 1 torna clara esta importância.

 

EU – 28
(Eurostat, 2013)
Portugal
(PORDATA, 2015)
Distrito Santarém
(INE, 2015)
Nº de Empresas 99,80% 99,90% 99,90%
Volume de Negócios 55,00% 56,00% 60,00%
Valor Acrescentado Bruto 60,00% 57,00% 65,00%
Nº de Trabalhadores 2 em 3 4 em 5 4,25 em 5

 

Tabela nº 1: O peso das PME na Europa, no País e no Distrito de Santarém

 

Pela sua análise observamos o peso das PME em termos numéricos, na criação de emprego e ainda no volume de negócios e na criação de valor.

 

A tipologia das empresas no Distrito de Santarém

Com base nos dados do INE, IAPMEI, PORDATA e Informa DB, trabalhados no sentido de ajudar à caraterização das PME no Distrito de Santarém, verificamos que este possui apenas 3 % das empresas nacionais, conforme se observa na figura nº 1.

Figura nº 1: A relação entre o número de empresas nacionais e do Distrito

 

Em termos de distribuição setorial conclui-se que o Distrito de Santarém é um Distrito de comércio e serviços, bem distante da imagem de Distrito agrícola que é normalmente divulgada (o setor agrícola apenas possui 12% das empresas).

Por outro lado, em termos de dimensão o Distrito apresenta poucas empresas e de pequena dimensão (maioritariamente micros, com menos de 10 trabalhadores), em linha com a realidade europeia e nacional. As distribuições setorial e por número de trabalhadores são apresentadas nas figuras nº 2 e 3.

Figura nº 2: A distribuição setorial das empresas do Distrito

 

Figura nº 3: A distribuição empresas do Distrito por número de trabalhadores

 

No que respeita à forma jurídica destaca-se o elevado número de empresários em nome individual (ENI, cerca de 40%, num universo onde só existem 2% de sociedades anónimas).

Este indicador cruza com a idade das empresas, onde se fundem experiência (39% das empresas do Distrito têm mais de 20 anos) e dinamismo (35% têm menos de 10 anos), caraterizando desta forma um universo simultaneamente diverso e flexível. As distribuições por forma jurídica e idade são apresentadas nas figuras nº 4 e 5.

Figura nº 4: A distribuição empresas do Distrito por forma jurídica

 

Figura nº 5: A distribuição empresas do Distrito por idade

 

No que respeita ao comércio externo as empresas do Distrito de Santarém verificam uma performance bastante interessante, apresentando um saldo comercial positivo um pouco acima da performance nacional, conforme se apresenta na figura nº 6.

Figura nº 6: A relação entre o saldo comercial das empresas nacionais e do Distrito

 

A performance acima é reforçada pois a taxa de cobertura das importações pelas exportações (exportações/importações) é nas empresas do Distrito de Santarém superior à das empresas nacionais, conforme se pode observar na figura nº 7.

 

Figura nº 7: A relação entre a taxa de cobertura das empresas nacionais e do Distrito

 

Para terminar esta análise apresentamos na figura nº 8 um conjunto de indicadores que relacionam o endividamento, o investimento e o valor acrescentado bruto com o volume de negócios. Apesar de estes valores apenas estarem disponíveis a nível nacional, a estratificação dos mesmos por tipologia de empresas (total, grandes, PME e micros) permite-nos concluir o seguinte:

  • o endividamento é sempre elevado em qualquer tipo de empresa (o valor mais baixo é de 52% nas grandes empresas e o mais elevado é de 104% nas micros);
  • o investimento é sempre reduzido em qualquer tipo de empresa (o valor mais baixo é de 3% nas grandes empresas e o mais elevado é de 7% nas micros);
  • o valor acrescentado bruto ronda os 25% nas várias tipologias de empresas, sendo as micros o segmento com o valor mais elevado (28%);
  • as micros são as empresas com valores mais elevados em todos os indicadores e as grandes empresas são as que têm valores mais elevados em todos os indicadores, o que nos permite estabelecer uma potencial relação entre a estabilidade destas performances e da própria dimensão e estrutura organizacional;
  • os valores de endividamento das micros são alarmantes (apontam para autonomias financeiras negativas) e os valores para as PME são no mínimo preocupantes (apontam para autonomias financeiras da ordem dos 20%).

Figura nº 8: Indicadores por tipologia de empresa a nível nacional

 

Por opção dos autores, este artigo respeita o AO90 Por Arnaldo Xarim e José Alberto Pereira (Caixa Geral de Depósitos; ISLA – Santarém)

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