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Sábado, Abril 20, 2024

Costa informou Cavaco de que quer acordo à esquerda até ao fim-de-semana

Costa Outubro 2015

Encontro de quase duas horas, esta tarde, serviu para informar o Presidente da República sobre as diligências que os socialistas têm vindo a realizar e expressar a vontade de dar “tradução política” à vontade da “esmagadora maioria dos portugueses” na mudança de rumo político.

Esta segunda-feira foi um dia intenso para António Costa e para os socialistas. O dia começou com o encontro com o Bloco de Esquerda, seguiu-se o PAN e terminou na reunião com o Presidente da República, no Palácio de Belém. Terminar não terá terminado, já que o líder socialista foi informado por Pedro Passos Coelho, momentos antes de entrar para a sala de reuniões com Cavaco Silva, que já teria recebido as propostas da coligação Portugal à Frente (PàF”), num “documento facilitador de compromisso” e terá que marcar a hora, ou mesmo desmarcar, a reunião que está prevista para esta terça-feira com os partidos da coligação.

No final do encontro com Cavaco Silva, António Costa definiu pela primeira vez um prazo para uma posição destas rondas de negociações, já que “gostava de ter uma posição consolidada até ao final da semana” sobre uma “plataforma de Governo”. O secretário-geral do Partido Socialista (PS) informou o Presidente da República sobre o “conjunto de contactos que tenho mantido com as diversas forças políticas com representação na Assembleia da República”.

Tendo em conta as declarações de António Costa no final das reuniões, que tem considerado os encontros “interessantes”, “credíveis”, num “diálogo franco” e onde “há condições para aprofundar pontos de convergência”, à excepção da diligência com a PàF que foi “inconclusiva”. Costa alertou o Chefe de Estado que é necessário formar um Governo que desenvolva uma mudança política “clara, credível e consciente” para dar “tradução política” à vontade da “esmagadora maioria dos portugueses”, isto é, um Governo de Esquerda com apoio do BE e CDU.

Reacção de Cavaco Silva é uma incógnita

Questionado sobre a reacção de Cavaco Silva no sentido da forte possibilidade de se formar um Governo alternativo de Esquerda, António Costa recusou-se a fazer uma avaliação e afirmou que “não sou médico, nem enfermeiro para medir o pulso do Presidente da República, nem avaliar as posições do Presidente da República. Aquilo que tive oportunidade de esclarecer o Presidente da República é aquilo que tenho dito repetidas vezes aos portugueses, na própria noite eleitoral – a necessidade de uma mudança política”.

Na comunicação que fez ao país a 6 de Outubro, Cavaco Silva informou que encarregou Pedro Passos Coelho para desenvolver as diligências necessárias para avaliar a as possibilidades da constituição de uma “solução governativa que assegure a estabilidade política e a governabilidade do país”. Tendo por base “complexos desafios” que Portugal enfrenta, o Presidente da República apontou algumas condições que o novo Governo terá que cumprir e dar garantias firmes de que terá que respeitar os compromissos internacionais que o  Estado assumiu e as grandes opções estratégicas adoptadas pelo país, especialmente as responsabilidades com os credores e a União Europeia.

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