Diário
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João de Sousa

Quinta-feira, Abril 18, 2024

Da Cidadania

J. A. Nunes Carneiro, no Porto
J. A. Nunes Carneiro, no Porto
Consultor e Formador

DIA 15, FALAMOS

A escola e designadamente a escola pública é o espaço privilegiado para que as nossas crianças e os nossos jovens possam aprender, no sentido mais lato do termo.

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A escola e designadamente a escola pública é o espaço privilegiado para que as nossas crianças e os nossos jovens possam aprender, no sentido mais lato do termo.

Aprender a pensar e a duvidar. Aprender pormenores de geografia e compreender as grandes mutações demográficas. Aprender a sua história, tradições e traços de cultura (enquanto povo, nação, comunidade, etc.). Aprender a ler e a escrever. Aprender a fazer contas. Aprender a gostar de aprender. Por isso, a escola é uma das instituições mais importantes que estruturam sociedades, vidas, países ou simples bairros.

 

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Pensávamos nós que isto é tão básico e consensual que não haveria grande discussão sobre a introdução de uma disciplina sobre Cidadania em alguns momentos do percurso escolar.

Mas, eis que não se sabe vindo de onde, surge um pai que diz ser “objector de consciência” e não quer que os seus filhos sejam obrigados a assistir a essas aulas. Surge um manifesto assinado por algumas personalidades com mais ou menos relevo contestando essa obrigatoriedade. E, portanto, de um momento para o outro, temos algo que parecia absolutamente normal e pacífico a tornar-se tema de telejornal, a alimentar algumas discussões e a ser colocado na agenda de todos nós.

 

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Parece-me uma discussão que, na sua essência, não vai levar a muito longe e nem se justifica.

Sendo a escola um local onde se vai aprender, de uma forma integral, matérias importantes para os jovens cidadãos não se deve confinar a física, química, artes visuais, língua portuguesa, história, desporto, ciências ou matemática.

Ter medo que um professor possa influenciar definitivamente as convicções, os valores, as ideias, os princípios de grupos de jovens não faz qualquer sentido.

E, claro, podemos discutir mais em pormenor, os conteúdos da disciplina de Cidadania. Do meu ponto de vista, faz todo o sentido uma disciplina que sensibilize os jovens para as muitas questões inerentes a uma plena cidadania. Um espaço de partilha e não um espaço de “venda” de ideias. Um espaço plural e não um ninho de preconceitos. Esse é o desafio. Veremos se as boas intenções se convertem em realidade.

 

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Finalmente, uma palavra para os pais, para as famílias e outros educadores. A escola tem um papel essencial no desenvolvimento, na aprendizagem e na educação das crianças e dos jovens.

Mas seria importante que pais e famílias não desistissem de dar o seu contributo activo e positivo nesse processo.

Por vezes, há pais que esperam que a escola resolva tudo e se alheam. Não é possível. Educar plenamente é tarefa de todos e a disciplina de cidadania deveria ser mesmo uma ferramenta crucial, participada, aberta livre. A base que ajude a crescer os filhos, as crianças e os jovens. E também a todos nós que, como é óbvio, somos todos cidadãos.


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