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Sábado, Abril 27, 2024

Investir na atenção primária e na educação para prevenir doenças

Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Jornalista, assessor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

Uma reportagem da BBC News sobre o custo dos tratamentos de câncer para o Sistema Único de Saúde (SUS) por causa do diagnóstico tardio chamou a atenção das dirigentes da área da saúde da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) para a necessidade de falar sobre a atenção primária à saúde e medicina preventiva.

Com o título Quanto o SUS gasta a mais por detecção tardia de câncer, a reportagem de André Biernath mostra que o SUS “gastou mais de R$ 3,8 bilhões no tratamento do câncer em 2022 — e, segundo pesquisadores, parte significativa desse dinheiro poderia ser economizada se os tumores tivessem sido diagnosticados em fases precoces, quando o tratamento é mais efetivo e mais barato”.

Para Elgiane Lago, secretária da Saúde e Meio Ambiente do Trabalho da CTB, “é preciso investir na prevenção da doença e principalmente na promoção da saúde em relação ao câncer” porque “o câncer está ligado à nossa alimentação e nossos espaços ambientais”, argumenta.

A secretária adjunta da Saúde da CTB, Débora Melecchi complementa ao falar sobre o necessário “fortalecimento da atenção básica, ou seja, prevenção, mas a necessidade de mais médicos e demais profissionais especialistas em oncologia”.

Elas explicam a importância de incentivar o consumo de alimentos saudáveis em vez de ultraprocessados e o necessário combate ao uso de agrotóxicos e conservantes nos alimentos. “Felizmente o presidente Lula voltou com as políticas públicas de alimentação saudável nas escolas com produtos da agricultura familiar”, diz Elgiane

Também são importantes os cuidados com alimentação e atividade física para a prevenção de doenças e o Ministério da Saúde volta a investir com mais vigor na Secretaria de Atenção Primária como forma de tornar a vida das pessoas mais saudável.

Para Nésio Fernandes, secretário de Atenção Primária à Saúde do ministério da Saúde, “estamos caminhando para alcançar padrões de países desenvolvidos em termos de proporção por equipe de saúde da família e população. Cada vez mais teremos municípios com uma equipe a cada 2 mil ou 2,5 mil habitantes. Na saúde bucal já estamos vivendo a maior expansão da história do SUS”.

Débora ressalta a importância de programas como o Mais Médicos para melhorar o atendimento do SUS porque “a APS é a porta de entrada no SUS. Sua estrutura vem para promoção à saúde com prevenção às doenças e consequente melhoria na qualidade de vida”.

Além disso, “a saúde não pode seguir centrada nos médicos, mas sim no conjunto das 14 profissões da aérea” para  “cada profissional complementar no atendimento às necessidades das pessoas”, reforça.

Já Elgiane destaca a importância do programa Médico da Família como forma de “trabalhar a prevenção e apontar as práticas integrativas e complementares no SUS para o atendimento ser integral”.

Isso “agiliza os atendimentos nas unidades básicas de saúde e unidades de pronto atendimento” porque “a equipe da família com profissionais nas casas das pessoas acaba criando vínculo” e “com o conhecimento das rotinas de cada família pode contribuir mais rapidamente com prevenção das doenças”, analisa Débora.

Trabalhar integrado com outros ministérios e aumentar  o número de aparelhos de atividade física nos parques e praças e cozinhas solidárias são formas de trabalhar a medicina preventiva, argumenta Débora. E também “investir na educação popular em saúde e nas práticas integrativas e Complementares no SUS, buscando novas terapias”, acentua Elgiane.

Também é fundamental lutar pela redução da jornada de trabalho para as pessoas terem mais tempo para si mesmos e para as suas famílias. “Tempo para diversão, informação, cultura, esporte e até mais tempo para cozinhar e se alimentar com tranquilidade”, finaliza.


Texto em português do Brasil

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