Genial cantora morreu a 4 de Outubro de 1970, aos 27 anos
Se há verdadeiramente uma voz única e inconfundível ela pertence a Janis Joplin. A jovem branca norte-americana que cantou os negros blues como ninguém, mas que também se tornou numa “rock star”, num ícone de um tempo de excessos, de “love, peace & music”. Viveu depressa demais e morreu jovem, de overdose de heroína, aos 27 anos. Mas a sua genial voz ficou para sempre…
Nascida há precisamente 73 anos em Port Arthur, no Texas, cedo a jovem adolescente Janis Joplin mostrou interesse nas artes, sobretudo na música (blues) e na pintura. E na escola secundária já revelava talento vocal na interpretação de temas de Odetta, Billie Holiday e Big Mama Thornton. Não demorou muito até a jovem da pequena cidade do interior do Texas decidir que queria fazer carreira como cantora, uma decisão que coincidiu com a sua entrada na Universidade do Texas, em Austin. Mas foi quando Janis trocou o Texas pela Califórnia que o seu grande desejo se iria concretizar. Em S. Francisco conheceu Jorma Kaukonen (mais tarde guitarrista dos Jefferson Airplane) com quem gravou alguns clássicos dos blues.
Mas seria só em 1966 que Janis Joplin daria o salto para o estrelato ao juntar-se como vocalista à banda Big Brother &The Holding Company, lançando um LP com o nome do grupo, em 1967. Mas seria no ano seguinte, já depois de Janis e o grupo terem dado um extraordinário concerto no Festival Pop de Monterey, que Janis Joplin e os Big Brother & The Holding Company iriam lançar “Cheap Thrills” – uma obra-prima, um dos mais emblemáticos álbuns da década de 60, verdadeiro marco da revolucionária contra-cultura daqueles conturbados tempos, a começar pela extraordinária capa do cartunista Robert Crumb.
Mas esta grande obra marcaria também a saída de Janis Joplin da banda, formando outro grupo – Kozmic Blues Band -, mas agora claramente com o seu nome a liderar o projecto. Uma fase que coincidiu com um período de crescente sucesso discográfico da cantora, com a edição do excelente LP “I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama!”, em 1969.
O êxito popular de Janis Joplin crescia também ao ritmo alucinante do seu consumo de drogas duras e álcool – era uma grande consumidora diária de Southern Comfort . E naquele domingo 4 de Outubro de 1970, a cantora estava num pequeno hotel de Los Angeles à espera que a chamassem para ir gravar no estúdio Sunset Sound Recorders. Aborrecida, há dias a tentar não consumir, terá telefonado ao namorado a quem jurou amor e saudade, mas também ao “dealer” que lhe terá trazido a dose fatal de heroína. O seu famoso Porsche 356C psicadélico (recentemente vendido num leilão nos EUA) não chegou à porta do estúdio e o seu produtor Paul Rothchild encontrou-a morta no Motel. Aos 27 anos, a mesma idade com que Jimi Hendrix tinha morrido 16 dias antes…
Mas o seu maior sucesso discográfico, o LP “Pearl”, iria surgir em 1971, um ano depois da sua morte. Foi-se o mito, mas ficou a lenda. Muitas terão tentado, mas nunca uma mulher branca teve uma voz tão sentidamente negra. A sua forma única de interpretar os blues ficou para sempre. Obrigado Janis Joplin.
https://www.youtube.com/watch?v=vhxgYGeEwiA