Diário
Director

Independente
João de Sousa

Sexta-feira, Setembro 13, 2024

“Joie de Vivre”

Guilherme Antunes
Guilherme Antunes
Licenciado em História de Arte | UNL
Fauvismo
Henri Matisse – “Joie de Vivre” (1905-1906)

O Fauvismo foi um movimento artístico de rebelião anti-impressionista. Uma espécie de Expressionismo, mais adocicado que o alemão, não assumindo, abertamente, o papel de vanguarda, também, na luta contra a guerra (e a ditadura). E contra as consciências burguesas instaladas.

Eram “Fauve”, Matisse, o seu mais destacado intérprete, Dérain e Vlaeminck, o trio mais distinguido desta nova corrente da pintura. Acreditavam que o objecto a representar deveria ser deformado, de acordo com as composições aquém da realidade, que queriam afastar a todo o transe.

A cor impondo uma independência para lá do desenho. Cores alegres, mesmo garridas, grandes e vigorosas pinceladas, num cromatismo que marca, caracterizadamente, o pintor.

A esta pintura encantada, conta-se que numa exposição do pintor, uma mulher exclamou sobre um quadro seu: «Nunca vi uma mulher de barriga verde…», ao que Matisse lhe terá respondido: «Minha senhora, isto não é uma mulher; é uma pintura».

Nota da Edição

matisse_henriHenri Matisse  (1869-1954)
Pintor, escultor e desenhista francês. É um dos principais artistas do fauvismo. Nasce em Le Cateau, estuda direito em Paris e só começa a pintar com mais de 20 anos, por volta de 1890.

Os seus primeiros trabalhos retratam interiores ou são naturezas-mortas, no estilo de Cézanne.

É influenciado pelos pós-impressionistas e adopta o fauvismo a partir de 1900, obtendo sucesso durante a exposição do Salão de Outono, na França.

A sua teoria artística consiste em estudar separadamente cada elemento da obra – desenho, cores, valores, composição -, fazendo com que todos tenham a mesma importância.

O equilíbrio entre forma e fundo evolui pelo contacto com a arte decorativa do Oriente Médio, durante viagens que faz ao Marrocos, após as quais passa a trabalhar com recortes e colagens. Entre as suas principais obras estão Luxo, Calma e Volúpia (1907), O Aparador, Harmonia Vermelha (1908), Figura Decorativa sobre Fundo Ornamental (1927) e A Dança (1933).

“Sonho com uma arte do equilíbrio, pureza e serenidade, isenta de temas inquietantes e perturbadores”, dizia. “Quero que minha arte seja como uma boa poltrona em que se descansa o corpo cansado”.

Matisse foi também um exímio ilustrador. Entre os seus trabalhos no género, destacam-se as gravuras que fez para uma edição de Flores do Mal, do poeta Baudelaire, e para o romance Ulysses, de James Joyce. Em 1937, também desenhou os cenários e os figurinos para uma montagem teatral de O Vermelho e o Negro, de Stendhal.

De 1948 a 1951 dedica-se ao projecto arquitetónico e à decoração do interior da Capela do Rosário, em Vence, na França. Essa obra era considerada pelo artista o seu trabalho mais importante. Três anos depois de concluir a tarefa morre em Nice.

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -