O Fauvismo foi um movimento artístico de rebelião anti-impressionista. Uma espécie de Expressionismo, mais adocicado que o alemão, não assumindo, abertamente, o papel de vanguarda, também, na luta contra a guerra (e a ditadura). E contra as consciências burguesas instaladas.
Eram “Fauve”, Matisse, o seu mais destacado intérprete, Dérain e Vlaeminck, o trio mais distinguido desta nova corrente da pintura. Acreditavam que o objecto a representar deveria ser deformado, de acordo com as composições aquém da realidade, que queriam afastar a todo o transe.
A cor impondo uma independência para lá do desenho. Cores alegres, mesmo garridas, grandes e vigorosas pinceladas, num cromatismo que marca, caracterizadamente, o pintor.
A esta pintura encantada, conta-se que numa exposição do pintor, uma mulher exclamou sobre um quadro seu: «Nunca vi uma mulher de barriga verde…», ao que Matisse lhe terá respondido: «Minha senhora, isto não é uma mulher; é uma pintura».
Nota da Edição
Henri Matisse (1869-1954)
Pintor, escultor e desenhista francês. É um dos principais artistas do fauvismo. Nasce em Le Cateau, estuda direito em Paris e só começa a pintar com mais de 20 anos, por volta de 1890.
Os seus primeiros trabalhos retratam interiores ou são naturezas-mortas, no estilo de Cézanne.
É influenciado pelos pós-impressionistas e adopta o fauvismo a partir de 1900, obtendo sucesso durante a exposição do Salão de Outono, na França.
A sua teoria artística consiste em estudar separadamente cada elemento da obra – desenho, cores, valores, composição -, fazendo com que todos tenham a mesma importância.
O equilíbrio entre forma e fundo evolui pelo contacto com a arte decorativa do Oriente Médio, durante viagens que faz ao Marrocos, após as quais passa a trabalhar com recortes e colagens. Entre as suas principais obras estão Luxo, Calma e Volúpia (1907), O Aparador, Harmonia Vermelha (1908), Figura Decorativa sobre Fundo Ornamental (1927) e A Dança (1933).
“Sonho com uma arte do equilíbrio, pureza e serenidade, isenta de temas inquietantes e perturbadores”, dizia. “Quero que minha arte seja como uma boa poltrona em que se descansa o corpo cansado”.
Matisse foi também um exímio ilustrador. Entre os seus trabalhos no género, destacam-se as gravuras que fez para uma edição de Flores do Mal, do poeta Baudelaire, e para o romance Ulysses, de James Joyce. Em 1937, também desenhou os cenários e os figurinos para uma montagem teatral de O Vermelho e o Negro, de Stendhal.
De 1948 a 1951 dedica-se ao projecto arquitetónico e à decoração do interior da Capela do Rosário, em Vence, na França. Essa obra era considerada pelo artista o seu trabalho mais importante. Três anos depois de concluir a tarefa morre em Nice.