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Sexta-feira, Abril 26, 2024

Com miados de leões e rugidos de ratos se espantam os gatos

Rogério V. Pereira
Rogério V. Pereira
Estudou Engenharia Química no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Começou a trabalhar como Técnico de Organização Industrial e terminou no topo da carreira, como sénior manager, nas áreas da consultoria em organização e gestão.

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São hoje tempos em que os leões miam deixando confusos os domésticos gatos que, de fraca memória, já nem recordam a história que contava ter havido tempos em que um pequeno condado rugiu ao poderoso dono do mundo.

Li o livro que ergueu a genial metáfora, ainda era eu adolescente. Resume-se assim:

“A economia de Fenwick (minúsculo país inventado) está na bancarrota, pois o vinho, seu único produto de exportação, sofre a concorrência de um produto similar mais barato criado nos Estados Unidos da América, seus antigos importadores. Então a governante do país, a Duquesa Gloriana XII, é convencida pelo primeiro-ministro Mountjoy a declarar guerra aos americanos, com o único propósito de perder e depois conseguir financiamento para a “reconstrução”, numa referência satírica ao Plano Marshall.

Mountjoy incumbe o Marechal Tully Bascomb de liderar a força de ataque, que invade Nova Iorque. A invasão é completamente ignorada pelas autoridades americanas, pois a declaração de guerra de Fenwick (que anteriormente havia sido até motivo de riso para o ministro americano das relações exteriores) se extraviara no meio da papelada diplomática.

Em Nova Iorque, todos estão ocultos sob abrigos subterrâneos por causa do teste de uma nova bomba superpoderosa. Sem ninguém para combater, os 22 arqueiros vagueiam pelas ruas e por mero acaso encontram o cientista responsável pelo desenvolvimento da bomba e sua filha, sequestrando-os e levando-os com o poderoso artefato para Fenwick, juntamente com alguns oficiais do exército americano.

Ao retornar ao país Bascomb conta à incrédula Duquesa sobre a mudança de planos e que Fenwick havia “vencido a guerra”. De fato, ao saber que a poderosíssima Bomba “Q”, capaz de destruir todo um continente, estava em poder do diminuto e quase desconhecido país, as autoridades americanas vêem que não lhes resta alternativa a não ser render-se a Fenwick.

O país, por fim, acaba impondo aos Estados Unidos algumas sanções, como o pagamento de um milhão de dólares e a retomada do mercado americano para seu vinho, além do completo armistício mundial.”

«O Rato Que Ruge», Leonard Wibberley

Porque me ocorreu isto?
Sei lá! Talvez porque seja Domingo…

Artigo publicado inicialmente no blog Conversa Avinagrada

Nota do Director

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