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HomeOpiniãoO mal e a caramunha do mercantilismo na Saúde

O mal e a caramunha do mercantilismo na Saúde

A Covid19 foi o pretexto utilizado pela direita económica no passado fim de semana para, através do seu veículo SIC/Expresso, radicalizar o combate político-ideológico que tem desenvolvido em defesa dos interesses dos monopólios da doença.

  • 19 Outubro, 2020
  • Vasco Graça
  • Posted in Opinião
  • 11
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As parangonas do semanário, propriedade do militante nº 1 do PSD, e as sucessivas peças televisivas construídas a partir da encenação do ‘Expresso da Meia Noite’ ilustram bem a manipulação propagandística que tem como ‘guião’ acicatar a campanha de alarmismo e descredibilizar o SNS (Serviço Nacional de Saúde) pondo em causa a atuação do Governo e, em primeira instância, da sua ministra da Saúde.

Os quatro poderosos grupos financeiros que monopolizam a resposta privada à doença e a ‘Big Pharma’ com eles associada teem, certamente, razões para o ataque mediático que estão a promover. Depois de quase três décadas de afanosa delapidação do SNS, da criação de um lobismo hegemónico e da implantação de uma malha de equipamentos perspetivados para se apoderar lucrativamente do serviço público, estes que queriam ser os ‘donos da saúde’ têm tido percalços com que não contavam, que podem prejudicar os seus interesses particulares e dos quais querem um rápido ‘rollback”.


O Expresso da Meia Noite foi a encenação original que serviu à SIC para durante todo o fim de semana repetir pequenas montagens da mais crua manipulação propagandística

Quando há uns meses previam que a aprovação de uma nova Lei de Bases da Saúde poderia dar continuidade, ou até aprofundar, a destruição do SNS (que vinham promovendo desde a era cavaquista) viram os seus intentos preteridos no dia em que a Assembleia da República aprovou uma Lei de Bases que tende a valorizar a ação pública pela saúde dos portugueses. Perante a pandemia que entretanto chegou mostraram-se tão gananciosos nos seus intentos lucrativos que apesar da campanha alarmista que logo empreenderam (iam faltar camas, não haveria ventiladores suficientes, não eram bastantes os profissionais, não existiria competência organizacional, não haveria capacidade de testagem e nem sequer equipamento básico de proteção iria haver atempadamente) foi o SNS, com o seu Ministério e os seus profissionais, que esteve à altura do desafio em contraste com um setor hospitalar privado que optou, escandalosamente, por desertar em toda a linha.

Agora, que o país enfrenta uma segunda fase da Covid19, a direita económica e aqueles que a servem nos campos mediático, político, corporativo e científico regressam numa despudorada e articulada ofensiva. Compreende-se o momento e o porquê desta ‘campanha doce’ pseudo-tecnicocientífica com que procuram alarmar a opinião pública mesmo que à custa da solidariedade nacional necessária assim como da confiança, da serenidade e da responsabilidade que neste momento deveria prevalecer.

Os próximos meses de Outono-Inverno vão ser inevitavelmente difíceis sendo espectável e humano que se acentuem fragilidades e insuficiências dos serviços, que haja erros aos vários níveis de intervenção, que ocorram situações inesperadas e que se manifestem situações de cansaço. Tudo isso é absolutamente previsível e terá que ser superado com o máximo de unidade desejável, mobilizando todo o conhecimento e todas as participações possíveis, com bom senso, com determinação e com confiança.

Mas a direita económica e os seus seguidores têm outra agenda. Querem aproveitar as previsíveis dificuldades para dramatizar, promover o alarmismo e o medo para, com isso, capitalizarem em proveito próprio todas as oportunidades de negócio ou de protagonismo.


Nos sucessivos blocos ‘informativos’ da SIC a sua obsessão ideológica privatizadora foi constante no fim de semana qual ‘gato escondido com rabo de fora’

Sabe-se que nos próximos tempos vão ser canalizadas para Portugal verbas significativas parte das quais afetas à área da Saúde. Capturar para si os Milhões de euros anunciados é o objetivo prioritário dos monopólios da doença no caminho que traçaram para a destruição do SNS enquanto alguns outros convergem nessa ação, essencialmente, com o propósito de pequenos ganhos nas suas vidas, nas suas carreiras ou nos seus egos.

Os passos que estão a dar para a concretização dos seus objetiveis são percetíveis.

No primeiro plano, incentivar um contexto geral de quase-pânico e de descrença desvalorizando o que foi feito até agora para responder à pandemia, empolando até à exaustão quaisquer insuficiências ou erros, promovendo uma ‘overdose’ informativa eivada de contradições, equívocos e ‘sound bites’, catalisando desmesuradamente dificuldades e preocupações.

Em segundo lugar, sonegar ao SNS os recursos indispensáveis sejam financeiros sejam, sobretudo, humanos. Tanto como os muitos Milhões de euros que só nesta fase pandémica têm ‘ordenhado’ do Estado para o setor lucrativo estão especialmente empenhados em retirar do SNS para as margens privadas do ‘Sistema’ muitos médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais que começam a fazer faltar para responder adequadamente à atual situação.

Num terceiro nível, estimular a desorganização e a, eventual, desorientação nas estruturas de direção da Saúde recorrendo para isso a curiosas ‘ferramentas’ como:

  1.  descredibilizar e fragilizar os dirigentes mais destacados denegrindo-os (incompetência, vedetismo, ambição), dividindo-os (insinuar antagonismos, separar os políticos dos técnicos e cientistas) ou silenciando-os (não é bom aparecerem tanto, deviam calar-se mais, há que ceder espaço aos ‘especialistas’);
  2. apelar à pulverização e consequente inoperacionalização dos centros de decisão e de coordenação (as estruturas centrais e regionais deveriam dar lugar às entidades locais nomeadamente às autarquias e aos seus serviços de proteção civil, as orientações da direção geral deviam subordinar-se às opiniões das universidades e dos académicos);
  3. tentar transferir e pôr em contradição o papel de direção política que compete ao Governo com outro campo de intervenção que é o do Presidente da República.

Numa quarta dimensão, mais discreta mas não menos eficaz, procuram acarinhar, branquear e projetar os que se furtaram a quaisquer tarefas necessárias ou que agiram essencialmente como dificultadores na resposta à situação de emergência que os portugueses há meses veem enfrentado. Os mesmo grandes grupos hospitalares que fugiram de contribuir para a resposta à Covid19 são agora apresentados como uma ‘reserva’ necessária para ‘solucionar’ outras carências entretanto existentes omitindo a indispensável análise para se saber se os Milhões que tais ‘beneméritos’ pretendem vir a lucrar não serão mais eficazes se aplicados no reforço da resposta pública. As mesmas ‘personalidades’ e entidades que viram desmentidos os cenários catastrofistas e o hipercriticismo quotidiano com que de janeiro a agosto ocuparam o espaço mediático reaparecem agora em conferências, debates, telejornais e comentários como iluminados ‘especialistas’ ao serviço do conhecimento público e indispensáveis aos decisores.

É neste contexto que nos últimos dias a generalidade da comunicação social corporativa nos tem ‘brindado’ com múltiplas curiosidades.

Vemos os mesmos dirigentes da Ordem dos Médicos (OM) que ainda há pouco evidenciavam a sua incompetência para atuar eficazmente nas suas áreas específicas de responsabilidade serem apresentados na praça pública como gestores e estrategas de grande gabarito. Será que quem arrasta durante anos a resposta a queixas e processos deontológicos de que resultam trágicas consequências (o caso grave do obstetra do Sul que há anos tinha 19 queixas pendentes na Ordem é apenas um exemplo dos milhares de processos que se ‘enrolam’ ou acabam por prescrever nessa “exemplar” associação) tem alguma autoridade moral (ou profissional) para andar diariamente nas televisões e jornais a perorar sobre o que os serviços de Saúde fazem ou deveriam fazer? Não é falta de decoro que esses venham agora clamar nos media que o SNS é «uma organização nacional insuficiente e frágil que, por isso mesmo, não está a ser devidamente eficaz»?

Assistimos ao inverosímil de um ex-bastonário da OM vir subscrever uma ‘carta aberta’ à ministra da Saúde onde proclama que «nós, médicos, temos a noção de que há momentos que exigem compromisso e entrega» quando simultaneamente está a ‘ordenhar’ ao Estado, em proveito próprio, muitos e muitos (mesmo muitos!) Milhões de euros. O que se pode dizer de tal ‘personalidade’ que enquanto bastonário da OM (entre 1999 e 2004) conviveu alegre e silenciosamente com a depauperação do SNS e que agora vem protestar pelas consequentes fragilidades enquanto, sendo dono de uma rede de laboratórios, está a lucrar Milhões com essas insuficiências do SNS que (só) agora descobriu ?


O que verdadeiramente está em causa na atual campanha de alarmismo e promoção dos monopólios da doença é o acesso aos Milhões que se espera virem da União Europeia

Constatamos que os mesmo que bateram palmas à abertura das fronteiras com a Espanha e que ambicionaram a vinda de muitos turistas de todas as paragens querem agora acusar os serviços de saúde por haver um aumento no número de infeções com o SARS-CoV-2. Lemos que os mesmo reitores da Universidades de Medicina que durante anos têm obstaculizado à formação de um maior número de médicos não se coíbem de tomar posições mediatizadas sobre as insuficiências de resposta à Covid19.

São apenas alguns exemplos, entre muitos outros, da estratégia de “fazer o mal e a caramunha” que nestes tempos parece deslumbrar a comunicação social corporativa.

Obviamente há razões de preocupação face à dinâmica complexa e crescente da Covid19. O que não parece legítimo é o aproveitamento oportunístico que disso está ser feito para apresentar o setor mercantil da saúde que desertou nos momentos mais difíceis, que continua a discriminar os doentes com Covid19 e que evidenciou, internacionalmente, as suas limitações (cf o exemplo paradigmático dos EUA) como os novos ‘salvadores’ da situação.

É evidente que o setor privado deve ser requisitado para colaborar no combate ao Covid19 no quadro do papel supletivo que lhe compete. Só não é aceitável que a obsessão ideológica privatizadora venha, neste quadro de crise, alavancar os grande grupos financeiros para se aboletarem com os fundos comunitários destinados à Saúde à custa, uma vez mais, da destruição do SNS.

É disso que se trata quando, candidamente, os bastonários da OM vêm proclamar que «os sectores de saúde sociais e privados podem ser mais envolvidos no esforço COVID e não-COVID» sobretudo para «recuperar as listas de espera e os potenciais doentes “perdidos”».

Não sejamos ingénuos, em todo este alarido mediático é o negócio que os move não é a saúde dos portugueses.


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Vasco Graça
Vasco Graça

Professor. Foi fundador e secretário nacional da FENPROF. Foi diretor adjunto do Departamento da Educação Básica do M.E. Foi deputado municipal do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Cascais.

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