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Sexta-feira, Março 29, 2024

Obama – sobre a tragédia de San Bernardino

Obama - San Bernardino

 

Esta noite, a partir da sala oval, expus à nação a minha máxima prioridade: manter o povo americano a salvo.

Pesa demasiado, nos nossos corações e nos nossos pensamentos a terrível tragédia de San Bernardino. Quatorze americanos – pais, mães, filhas, filhos — foram-nos tirados quando se reuniam para celebrar as festas. Cada um deles um funcionário público. Todos eles parte da nossa família americana.

O FBI ainda está a reunir os fatos sobre o que aconteceu em San Bernardino, mas aqui está o que sabemos. Não temos provas que os assassinos foram dirigidos por uma organização terrorista no exterior, ou que eles fariam parte de uma conspiração interna mais ampla. Mas é claro que esses assassinos tinham abraçado uma perversão do Islão, armas de assalto armazenadas e cometeram um acto de terrorismo.

San Bernardino

A nossa nação tem estado em guerra com os terroristas da al Qaeda desde que estes mataram quase 3.000 americanos no 11 de Setembro. Desde então, já endurecemos as nossas defesas. Os nossos Serviços Secretos e as Forças de Segurança têm desmantelado inúmeras ameaças de atentado e têm trabalhado incansavelmente para nos manterem seguros.

As nossas forças militares e as unidades de combate ao terrorismo têm perseguido, de forma implacável, redes terroristas no exterior – destruindo refúgios, matando Osama bin Laden e dizimando os líderes da al Qaeda.

Mas nos últimos anos, a ameaça evoluiu com os terroristas a adoptarem actos de violência menos complicados como os tiroteios em massa que são muito comuns na nossa sociedade. Nos últimos sete anos, tenho-me confrontado com a evolução desta ameaça todas as manhãs. A vossa segurança é a minha maior responsabilidade. E eu sei que, depois de tanta guerra, muitos americanos questionam se somos confrontados com um cancro que não tem cura imediata.

Então, esta noite, é isto que eu quero que saibam: A ameaça do terrorismo é real, mas vamos superá-la. Destruiremos o Daesh e qualquer outra organização que tente prejudicar-nos. Eis como: em primeiro lugar, os nossos militares vão continuar derrubar conspirações terroristas em qualquer país onde seja necessário, utilizando ataques aéreos para abater os líderes do Daesh e as suas infraestruturas no Iraque e na Síria. Desde os ataques em Paris, os nossos aliados mais próximos – França, Alemanha e Reino Unido – têm aumentado a sua contribuição para a nossa campanha militar, o que nos ajudará a acelerar o nosso esforço para destruir o Daesh. Em segundo lugar, continuaremos a providenciar treino e equipamento às forças iraquianas e sírias que lutam contra o Daesh no terreno para que possamos destruir os seus refúgios. Em ambos os países, estamos a colocar as forças de operações especiais que podem acelerar essa ofensiva.

Em terceiro lugar, lideramos uma coligação de 65 países que visa parar as operações do Daesh através do desmantelamento de conspirações, do corte dos seus financiamentos e impedindo-os de recrutar mais combatentes.

Em quarto lugar, com a liderança americana, a comunidade internacional estabeleceu um processo e cronograma para proceder ao cessar-fogo e obter uma resolução política para a guerra civil Síria. Isso permitirá que o povo sírio e todos os países se foquem no objectivo comum de destruir Daesh.

VISAsEsta é a nossa estratégia – delineada e apoiada em comandantes militares, em especialistas em contra terrorismo e em países empenhados em derrotar os terroristas. E examinamos constantemente os passos necessários para fazer este trabalho. Por isso ordenei ao Departamento de Estado e à Segurança Nacional que revejam o programa de vistos sob o qual o terrorista feminino em San Bernardino originalmente veio para este país. E é por isso também, que exortei os especialistas em alta tecnologia e os líderes das forças de segurança para tornarem mais difícil para aos terroristas o uso de tecnologia para escapar à justiça.

 

No nosso país, juntos podemos fazer mais para responder imediatamente a este desafio.

Para começar, o Congresso deve deliberar para se certificar de que ninguém que conste de uma lista de proibição de voar possa comprar uma arma. Que argumento pode justificar que a um suspeito de terrorismo seja permitido comprar uma arma semi-automática? Este é um assunto de segurança nacional. Eu sei que alguns rejeitam qualquer medida restrictiva à aquisição de armas, mas não importa quão eficazes as nossas agências de Segurança e os Serviços Secretos possam ser, quando não conseguimos identificar todos os possíveis atiradores em massa. O que podemos fazer e deve ser feito, é tornar mais difícil para eles matarem.

Em seguida, devemos efectuar uma triagem mais forte daqueles que vêm para os Estados Unidos sem visto para que podemos saber se eles já viajaram para zonas de guerra. E finalmente, se o Congresso acredita, como eu, que estamos em guerra contra o Daesh, então deve votar para autorizar a continuação do uso da força militar contra os terroristas.

Isto é o que devemos fazer. Mas eu gostaria também de dizer uma palavra sobre o que não devemos fazer.

Não devemos, uma vez mais, avançar para uma guerra no terreno, longa e dispendiosa, no Iraque ou na Síria. Isso é o que os grupos como o Daesh querem. Também não podemos voltar-nos uns contra os outros, deixando esta luta tornar-se uma guerra entre a América e o Islão. Que, também, é o que os grupos como o Daesh querem. O Daesh não fala pelo Islão. Eles são bandidos e assassinos e representam uma fracção minúscula de mais de 1 bilião de muçulmanos em todo o mundo que rejeitam a sua ideologia odiosa.

Se quisermos ter sucesso em derrotar o terrorismo, devemos encarar as comunidades muçulmanas como nossos aliados mais fortes no desenraizamento de idéias erradas que levam à radicalização. É responsabilidade de todos os americanos –de todas as fés –rejeitar a discriminação. É nossa responsabilidade rejeitar testes religiosos para aqueles que deixamos entrar neste país. É nossa responsabilidade rejeitar a linguagem que incentiva suspeita ou ódio. Porque esse tipo de desunião, essa traição aos nossos valores, favorece grupos como Daesh. Temos de nos lembrar disso.

Estou confiante de que a América terá sucesso nesta missão porque nós estamos no lado certo da história. Enquanto debatemos as nossas diferenças, vamos garantir que nunca esquecemos o que nos torna excepcionais: nós fomos fundados sob a crença na dignidade humana — a ideia de que não importa quem você é, ou de onde vem, qual o seu aspecto ou qual é a religião que pratica, você é igual aos olhos de Deus e é igual aos olhos da Lei.

Não nos esqueçamos que a liberdade é mais poderosa que o medo. Que sempre enfrentámos desafios – quer a guerra quer a depressão, desastres naturais ou ataques terroristas – unindo-nos em torno dos nossos ideais comuns. Enquanto nos mantivermos fiéis ao que somos, não tenho dúvidas de que a América irá prevalecer.

Obrigado.

Presidente Barack Obama

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