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Sábado, Abril 27, 2024

ONU: Lula defende o fim do poder de veto no Conselho de Segurança

Tereza Cruvinel, em Brasília
Tereza Cruvinel, em Brasília
Jornalista, actualmente colunista do Jornal do Brasil. Foi colunista política do Brasil 247 e comentarista política da RedeTV. Ex-presidente da TV Brasil, ex-colunista de O Globo e Correio Braziliense.

Falando sobre a guerra Israel x Hamas, no encontro desta sexta-feira com jornalistas, o presidente Lula pregou o fim do poder de veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, lembrando que a proposta de resolução apresentada pelo Brasil na semana passada, propondo medidas de alívio humanitário em Gaza, embora aprovada pela maioria dos países foi vetada pelos Estados Unidos.

Afirmando que o Brasil vai continuar com seus esforços diplomáticos, Lula afirmou:

– Alguém tem que falar em paz. A nota que o Brasil apresentou foi aprovada por 12 de 15 países, e duas abstenções. Então foi aprovada. É por isso que queremos acabar com o direito de veto. Achamos que nem os russos, nem os americanos, nem os chineses, nem os franceses e nem os ingleses devem ter poder de veto.

O Brasil, neste momento, está negociando uma nova resolução a ser apresentada na segunda-feira, valendo-se do tempo que lhe resta como presidente temporário do Conselho de Segurança, que terminará no dia 31. Depois o posto será assumido pela China, que teria ainda mais dificuldades para negociar uma solução, por conta de seu contencioso político com os EUA.

Em sua fala sobre a guerra, Lula acusou o premiê israelense Netanyahy de querer acabar com a faixa de Gaza, onde “crianças e mulheres têm sido a maioria das vítimas” da contra-ofensiva de Israel, após os ataques do Hamas no dia 7 passado.

A propósito do Hamas, Lula respondeu a questionamento sobre o tratamento dado ao grupo, dizendo que o Brasil só adota a qualificação de terroristas para grupos, partidos ou quaisquer forças políticas quando o Conselho de Segurança da ONU aprova tal enquadramento. E que isso não ocorreu ainda em relação ao Hamas, que disputou e venceu eleições em Gaza. Por isso o Brasil chamou os ataques do dia 7 de outubro de ações terroristas, mas não trata o Hamas como tal.

– Eu não queria que a imprensa brasileira tivesse dúvidas sobre o posicionamento do Brasil sobre isso. O que nós estamos dizendo? Que o ato do Hamas foi terrorista.

Ainda sobre a guerra, Lula destacou o repatriamento dos brasileiros que estavam em Israel e prometeu continuar com seu esforço para retirar os que estão em Gaza. “Se houver um país cujo governante é amigo do Hamas, é com ele que eu vou falar”, disse Lula citando os vários chefes de Estado ou de governo com quem já conversou nos últimos dias, desde a eclosão da guerra.


Texto original em português do Brasil

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